Drops to Live - Temporadas 3

Capítulo 17- Eles estão aqui


POV Katherine

– Você está cortando muito?- perguntei.

Eu estou quase roendo as unhas. Não paro de mexer as pernas.

– Eu vou te matar se não me responder agora!- gritei.

– Fica quieta- ele ajeitou meus ombros- não confia em mim?

– Claro que não.

– Acabei, senhorita nervosinha.

Me virei e vi muito cabelo no chão. Eu fiquei em choque. Quero meter um murro na cara dele.

– Você está ferrado!- gritei e ele começou a rir- não tem graça, Nathan! Eu vou te matar!

Eu nem quero pegar no meu cabelo. Eu devo estar quase careca. Como eu não percebi isso?

– Você é tão exagerada- ele me agarrou por trás e me levou até o banheiro.

Comecei a me debater, mas logo me acalmei. Me vi pelo espelho. Nathan não tinha cortado tanto quanto eu pensei, mas pouco menos da metade do meu cabelo se foi.

– Cacete!- gritei- você está louco? Não é para rir- bati nele- idiota.

– Eu amo você e ainda mais assim, furiosa e achando que seu soco dói em mim- ele riu.

Dei mais um soco nele só porque ele disse isso.

– Idiota- sussurrei.

Ele passou um braço ao meu redor.

– É, mas você ama o idiota aqui- sussurrou em meu ouvido- fofa.

– Não me chama assim- pedi novamente- sério.

Me afastei dele e observei melhor o meu cabelo. Agora ele está um pouco depois do ombro, completamente liso como sempre.

– Eu não fiquei feia- observei- legal.

– Você é linda- ele passou os braços ao meu redor, por trás de mim.

– Eu sei. Eu tenho espelho- ri- isso te lembra alguma coisa?

– Nosso primeiro encontro- ele respondeu.

– Pedra, papel e tesoura para ver quem limpa isso?- propus e ele aceitou.

Erguemos os punhos fechados e eu contei de três até um.

Nathan jogou tesoura e eu, pedra.

– Perdeu, seu besta- zombei e fui em direção à porta.

– Ta indo para onde?- ele perguntou.

– Andar por aí- abri um sorriso e a porta também- mas antes, me dá o seu celular.

Nathan me olhou desconfiado e jogou seu celular para mim.

– A senha ainda é a data do nosso primeiro eu te amo?- perguntei com um sorriso.

Ele moveu os lábios formando um claro sem som.

Saí e no caminho até a recepção, dei uma olhada nas últimas mensagens dele.

Danna: Então vocês voltaram? Melhor notícia do dia.

Nathan: Tecnicamente voltamos.

Danna: Entendi. Ela ainda está namorando o Erick, né?

Nathan: Exatamente.

Danna: Pelo menos ela está com você de novo. Como foi?

Nathan: Na festa. No banheiro.

Danna: Quero detalhes. Me liga quando puder. Eu sabia que iam voltar. Vocês são dois trouxas.

Então os dois ainda se tratam como melhores amigos e não me falaram. Safados.

Como assim quer detalhes?

Vi na galeria algumas fotos dele comigo que eu não tenho. Enviei todas para mim e depois continuei a ler as mensagens.

– Seu ciúme é de família?- Nathan me deu um susto.

– Ciúme?- perguntei sem entender.

– Você aí lendo as minhas conversas- ele pegou o celular de volta e guardou no bolso da calça.

– Toda namorada devia ter esse direito- me defendi- vamos comer alguma coisa? Estou morrendo- fingi um desmaio e ele me pegou no colo.

Rimos da encenação.

Ele me levou até a lanchonete do hotel.

– Vai querer o que?- ele perguntou depois de me colocar sentada em uma cadeira.

– Sorvete- abri um sorriso de criança quando ganha sorvete. Muito sorvete.

Pedimos de kiwi e de morango. A combinação perfeita porque equivale as nossas frutas favoritas.

– Vou te contar uma coisa- falei- na verdade eu estava apenas brincando desde a hora no carro- admiti- eu não estou morrendo de fome. Mas foi legal te fazer de otário- sorri- e eu tenho uma pergunta bem séria.

– Pode falar, sua otária.

– A malvadona disse que você pagava para...tipo esconder filhos- expliquei super mal.

Ele começou a rir.

– Malvadona?

– A Victoria- expliquei- ela disse que você tem filhos e que pagou pelo silêncio...- respirei fundo- você entendeu, né?

– E claro que isso é um absurdo, ?- ele enfatizou o né.

– É. Foi o que pensei. Vamos subir?- apontei para cima.

– Vamos.

Eu levei a taça de sorvete junto comigo depois dele ter pagado.

– Tenho uma proposta- fechei a porta- que tal o meu lindo namorado lutador voltar a me ajudar a melhorar os meus reflexos de luta e golpes?

– Namorado?- ele ergueu uma sobrancelha.

Revirei os olhos.

– Que tal o amor da minha vida, lutador e lindo voltar a me ajudar na porra da luta?

Nathan apenas confirmou com um uhum e então me derrubou, mas pouco antes da minha cabeça encostar no chão, ele me segurou e com a outra mão pegou a taça do sorvete.

Soltei um palavrão porque ele é foda demais.

– Seus reflexos são horríveis- ele disse me levantando com apenas uma mão.

– Obrigada. Treinei muito para aperfeiçoá-los- brinquei.

Coloquei a taça em cima da mesa e sentei na beirada da cama.

– Vem cá- o chamei.

Ele sentou ao meu lado.

– O que você vai fazer?- perguntei quebrando todo o clima de diversão e normalidade.

Nessa hora, alguém bateu na porta e ele foi atender. Spencer, Possy, Caleb e Jack.

– Você está muito ferrado- Possy entrou.

– É a terceira vez que escuto isso hoje- Nathan disse- obrigada por me lembrar.

– Sem sarcasmo, por favor- ela disse e depois sentou ao meu lado- oi, Katherine.

Abri um pequeno sorriso.

– Você não devia estar aqui. É perigoso demais. Você vai voltar com o Jack- ela disse autoritária.

– O que?- levantei- não vou não.

– Possy tem razão- Nathan concordou- é melhor você ir e sabe disso.

– Porque vocês sempre me tratam como uma criança?- perguntei elevando o tom de voz.

– Você não sabe lutar- Possy levantou também e ficamos de frente uma para a outra- não sabe se defender. Só vai atrapalhar. Isso aqui é sério. A qualquer momento o FBI pode aparecer aqui e você não ia saber como fugir deles. O Nathan ia ter que bancar o herói como sempre, salvar a sua pele. Mas dessa vez é sério e por sua culpa ele pode ser preso. Desculpa, mas você é vulnerável, fraca. Porque acha que apenas os melhores vieram? Isso aqui não é que nem ir ao shopping para comprar uma blusa que combine com o sapato. É questão de vida ou morte. É questão de saber lutar ou morrer. É cada um por si.

Eu fiquei chocada. Ri frustradamente e balancei a cabeça negativamente.

Saí do quarto.

– Você pegou muito pesado- ouvi Nathan falando para a Possy.

Desci a escada correndo, mas ele me alcançou.

– Desculpa, ta?- ele pediu como se a culpa fosse dele.

– Não é você quem deve desculpas- tentei continuar a descer a escada, mas ele está segurando o meu braço- você não quer que eu vá embora? Me deixa ir então.

– Olha, eu não te acho fraca, muito pelo contrário- ele afastou a minha franja para o lado- e já salvou a minha vida. A Possy explodiu, foi isso.

Balancei a cabeça.

– Katherine, não é porque eu te acho fraca- ele ergueu o meu rosto- eu só não quero que você se machuque por minha culpa. Sabe que eu nunca vou me perdoar caso aconteça algo com você por causa de mim e que eu não posso te perder.

Eu não queria ouvi-lo.

– Só me deixa sozinha- pedi- eu estou emocionalmente abalada- brinquei e me soltei dele.

Eu ouvi um tiro.

– Ouviu isso?- perguntei.

Carros derrapando. Armas sendo destravadas. Portas de carros sendo fechadas. Passos.

– Eles estão aqui- sussurrei.