Capítulo 2 - O acidente de minha mãe

No caminho de volta para casa, eu sinto uma presença muito familiar, mas sempre que eu olhava para trás nunca havia ninguém lá. Como estava muito frustrada com o que havia acontecido com David, decidi ir para casa correndo, para ver se me aliviava um pouco da tensão.

Da escola para a minha casa são um quilometro, demorou mais ou menos quinze minutos para chegar em casa. Parece que não tem ninguém em casa. Estava tudo escuro, não havia nem uma luz sequer acesa.

_Mãe? Pai? Vocês estão ai?

Nenhuma resposta. Procurei por eles. Não estavam na sala, nem na cozinha, nem no sótão como costumam estar sempre. De repente meus olhos esbarram em uma mancha no chão perto da escada.

Sangue.

_ O que é isso?

Levo um susto quando o telefone começa a tocar.

_ Alô?

_Boa tarde, eu poderia falar com Emily Scott?

_ É ela. Quem fala?

_Meu nome e Elisabeth, do hospital San Raymond. É que acabou de dar entrada na emergência a Sra. Amelie Scott.

_O que aconteceu com ela?

_Aparentemente, ela acabou caindo da escada e bateu com a cabeça.

_E como ela está? Meu pai está com ela?

_ Ainda não podemos lhe informar isso, pois ainda vão fazer alguns exames. Mas o Sr. Jacob Scott está a acompanhando.

_Muito obrigado por me avisar.

Desesperadamente peguei meu celular e liguei para Vick.

_Vick, por favor venha para a minha casa agora.

_O que aconteceu?

_ Minha mãe está no hospital. Ela caiu da escada.

_Quando foi isso?

_Eu acabei de chegar em casa e encontrei uma poça de sangue no pé da escada, e dois minutos depois me ligaram do hospital.

_Tudo bem já estou indo para ai. Chego em dez minutos.

_Ok!

Exatamente dez minutos depois, Vick para seu Fiat 500 vermelho que ganhou no ano passado no dia de seu aniversário. Reparei também que tinha mais alguém com ela. “Eu mereço mesmo.”

_O que ele faz aqui? – perguntei para Vick apontando para David.

_Ele quis vir porque ficou preocupado com você.

_Tá, tanto faz! Vamos logo.

_ Sabe, pode parecer que não, mas eu me importo, sabia? – disse David, se virando para trás para olhar para mim.

Pra falar a verdade, eu não tava nem me importando com a presença dele ali. Mas eu não entendo porque. Uma hora fica zuando com a minha cara e agora fala que fica preocupado comigo. Sinceramente eu acho que ele e meio doido.

_Isso não tem nada a ver com você. Você nem conhece a minha família. Eu não entendo porque você veio!?!?

_Já chega! Eu sei que você não vai com a cara dele, mas você não podia ser um pouquinho mais educada? – disse Vick. Pelo tom de voz dela, ela está mesmo brava comigo.

_Não! Eu estou muito nervosa. Ele aqui só vai piorar as coisas!

_Por que você não me dá uma chance? Me desculpe se eu fiz alguma de errado. Mas eu quero mesmo ser seu amigo.

_ Eu já disse que não ser sua amiga. Eu quero mais é ficar longe de pessoas como você! Você não me faz bem, eu sinto.

_E o que eu sinto, é que um dia você vai vir me procurar, vai pedir minha ajuda, vai está desesperada para ter minha amizade.

_ Vai sonhando. Isso nunca vai acontecer. E se por acaso isso acontecer podem me internar que eu vou estar louca.

_Amor, eu sei que você está nervosa, mas não desconte em mim. Aliás, a gente já está chegando.

_Graças a Deus!