Dreams

It's frightening how time can go by so fast.


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A aula de matemática seguia chata como sempre. Aquele professor gordo e fedorento que sempre perguntava para mim qual a raiz quadrada de 30097899886754 e coisas do tipo.

Com a esperança de que eu falasse não sei e ele fizesse toda a turma rir da minha cara, novamente. Não que isso me importasse, já estava acostumado.

E eu realmente não ligava pra ninguém dessa turma, então eles que pensassem o que quisessem.

O ano estava finalmente acabando.

Só mais 1 dia e você vai estar em um avião, você aguenta cara. Dizia mentalmente para mim mesmo.

Ajustei meus fones de ouvido embaixo do capuz para que o professor não notasse.

Eu era o tipo de garoto-rebelde que todos os pais tem medo que seu precioso filho se envolva.

Minha mãe fazia de tudo para que eu ‘‘me abrisse’’ e contasse para ela o que motivo de eu ser assim. Mas apenas não era importante ela saber disso.

Eu apenas não era feliz aqui em Nova York vivendo com ela. Apenas era feliz em um lugar no mundo inteiro, Califórnia. Mais especificamente o interior.

Onde meu pai vivia e cuidava da fazenda que era tão importante para ele.

E onde ela vivia. A filha do vizinho.

Desde a separação dos meus pais eu ia passar todas as férias de verão com meu pai na Califórnia.

Eram os melhores 3 messes do ano.

Onde eu a via todo dia.

Costumava contar os dias para as férias.

Quando pequeno eu brincava de correr pelas plantações com ela. Agora adolescente eu fugia para as plantações para poder beijá-la sem que nossos pais vissem.

Não que eles não apoiassem nosso relacionamento, apenas era divertido. Lembrava que estávamos sempre juntos, desde crianças.

As vezes eu me achava um namorado horrível. Apenas passava cerca de 92 dias com minha namorada por ano. Apenas 3 messes podendo demonstrar meu amor.

Era sempre tudo tão perfeito, apenas por tê-la perto de mim.

O estranho era que ela não costumava atender meus telefonemas mais, não costumava responder meus emails. Tinha feito algo errado? Como podia fazer algo errado se estava em outro estado.

Tinha que ir logo ao encontro dela e descobrir o que tinha acontecido.

O ultimo sinal do dia bateu e antes de qualquer outro aluno levantar de suas carteiras eu sai correndo pela porta.

Não iria perder nem mais um segundo que seja.

Corri até a minha casa tão estupidamente perto da escola. Principalmente considerando que estávamos em Nova York onde as pessoas costumavam pegar 2 metrôs para ir a escola.

Conferi mais uma vez minha mala. Era impressionante como a idéia de a ver me deixava tão animado.

Amanhã pegaria um avião logo cedo. E estaria perto dela.

E tudo ia ser como sempre foi. Ia ser tudo perfeito.