Como eu nunca saí do Brasil, fiquei um pouco perdida naquele aeroporto imenso. Fui seguindo as pessoas do meu voo que com certeza iriam pegar suas malas. Enfim achei o local onde elas estavam, verifiquei se era a minha, chamei um táxi e fui para a casa onde eu ficaria.

Bom, era um intercâmbio, então eu ficaria em uma casa de família que era própria para receber os viajantes. As únicas informações que eu tinha sobre eles era o endereço, o nome do casal, que era Jessie e Daniel, e que tinham uma filha de vinte e sete anos, mas que não morava com eles. Ela era casada e vivia em Paris. Mas, até agora, não sei como minha mãe me deixou vir. Sim, eu sei, tenho vinte e um anos, mas para ela eu sou como um bebê. Sempre superprotegida e pra falar a verdade, eu odiava isso, então, a maior parte do tempo eu ficava na casa da Mel. Como eu era filha única e ela também, nós meio que nos adotamos como irmãs desde doze anos de idade, quando entramos no ensino fundamental. A partir disso, nunca nos separamos. Ela fazia faculdade de jornalismo e eu de moda, mas sempre arrumávamos tempo para nos ver. Agora, passando dois meses aqui, seria difícil ficar sem ela, e claro, sem minha mãe. Mas eu sentia que minha vida iria mudar.

Depois de uns vinte minutos no táxi, cheguei no meu destino. A casa era linda, como aquelas que vimos em filmes, sem muros, com uma grama bastante verde e flores colorindo o local. A casa era branca com as janelas num tom de azul claro e a porta era bem grande e de madeira.

Bati na porta, e fui recebida por uma mulher, que deduzi ser Jessie.

-Oi, você deve ser a Júlia Miller! Entre querida – Disse apertando minha mão direita.

-Claro! Com licença Senhorita Jessie –Respondi entrado

-Não, nada de senhorita, pode me chamar de Jessie, só isso – sorriu – Esse é o Daniel, meu marido – apontou para ele, que estava levantando do sofá e vindo em nossa direção.

-Prazer Júlia, o que você precisar ,estamos aqui! Seremos seus pais adotivos por dois meses.

Todos rimos juntos. Agradeci a recepção e eles foram me mostrando a casa. O último cômodo a ser apresentado foi o meu quarto. Ele era grande, tinha uma cama de casal, armário espaçoso e uma televisão só pra mim.

Deixei minhas malas num canto e me joguei na cama, cansada da viajem e achando muito estranho aquela diferença de horários. Eu iria sofrer pra me acostumar com ele. Decidi pegar meu celular, que estava desligado por causa do voo e entrar um pouco na internet. Não acreditei no que vi.

“Bruno Mars protege namorada após ameaças de fãs”

O QUE? ELE ESTÁ NAMORANDO??? Pronto, comecei a me desesperar. Mas o pior estava por vir, quando eu abri a foto, era ela, Joyce. Eles estavam abraçados e aquilo me deu náuseas e ao mesmo tempo uma vontade imensa de chorar. Foi o que fiz. Chorei por quase uma hora vendo aquilo, até ser interrompida por uma ligação, era a Mel.

-MEL, O BRUNO ESTÁ NAMORANDO MEL! –Disse entre soluços por causa do choro

-Sério amiga? Mas meu Deus, não acredito – falou com um tom de surpresa- Mas quem é a bitch? Ah não...Não vai me dizer que é a...

-Sim, é ela, Joyce Smith, aquela vaca – Completei com uma voz de ódio misturada a desespero.

Fiquei no telefone com a Mel até me acalmar mais um pouco. Quando isso aconteceu, desliguei, e fiquei deitada na cama apenas pensando.

“Como ele pode ter escondido isso dos Hooligans?” –Pensei alto