Capítulo 14

(JÚLIA’S POV)

Acordei com o celular despertando, e logo depois uma mensagem do Bruno.

“Uma semana sem te ver, será que vou aguentar? Beijos minha Hooligan”- Sorri imediatamente ao ler isso, pra mim, se o dia acabasse naquele momento estaria perfeito.

Desci, cumprimentei Jessie e Daniel, que não via há três dias e fui comer algo. Eles apenas me perguntaram se estava tudo bem e disseram que essa semana viajariam a trabalho, mas estavam de volta no Sábado pela manhã.

“Ótimo, além de ficar sem o Bruno, ficarei sozinha em casa também...”- Pensei

Terminei meu café, tomei banho, me arrumei e fui para o colégio. Como sempre, adorei a aula, hoje tinha sido bem dinâmica e eu já começava a me soltar mais dentro de sala.

Voltei pra casa, estava sozinha, então decidi ligar para Mel.

-Alô amiga?

-Jú? AI CARA QUE SAUDADE DE VOCÊ! –Gritou como sempre

-Eu também irmã...Acredita que essa semana toda eu vou ficar sozinha? Jessie e Daniel viajam hoje a trabalho, só voltam Sábado, e Bruno, vai ficar trabalhando todos esses dias –Fiz biquinho

-Aaaah! Falar em Bruno, me conta aquela história?! Como você foi parar na casa dele?- Disse imitando uma voz de detetive, que me fez rir.

Contei tudo o que tínhamos feito, o que ele me falou, e o que eu sentia por ele, enfim, tudo.

-Nossa amiga, ele gosta de verdade de você –Pude ver um sorriso brotar no rosto da Mel –Eu estou muito feliz por você viu? E orgulhosa, porque pela primeira vez na vida você está se entregando a algum homem, a uma história!

-Obrigada amiga, acho que era disso que eu estava precisando, me soltar um pouco, você não imagina o quanto estou alegre desde quando encontrei o Bruno pela primeira vez –Sorri

Ficamos mais uns vinte minutos penduradas no telefone. Ela me contou do atual trabalho, que estavam adorando ela e sua forma organizada de ser. Claro, fiquei muito contente em saber disso. Por fim, desliguei e fui ver TV no quarto mesmo.

Acabei pegando no sono, acordei era fim de tarde e fui até a cozinha, estava com muita fome.

“Meu amor, fomos em casa pegar as malas e nos despedir de você, mas percebi que estava dormindo e não queria te acordar! Voltamos Sábado, 06:00 da manhã, mas qualquer coisa, nos ligue. Beijos, Jessie e Daniel.” –Li o bilhete, que estava em cima da mesinha central da sala.

Bom, para variar, comi de tudo um pouco que tinha na dispensa e depois fui estudar algumas matérias do colégio. 19:00, 20:00, 21:00, 22:00 horas e eu ainda estava estudando. Essa minha paixão por modo era além do normal e estudar pra isso, era como uma diversão, onde você nem percebe o tempo passar.

Decidi parar por hoje, estava cansada, apenas fiquei deitada no sofá, pensando no Bruno, até ouvir o celular tocar.

-Jú?

-Bru? É você?

-Ai minha menina, que saudade de você! Ta tudo bem?- Eu adorava o jeito que ele me chamava.

-Nossa, nem me fala, um dia sem te ver está sendo complicado...To bem e você? Está no estúdio ainda?

-Ta tudo bem, estou sim, vou embora tarde hoje. O pessoal ta mandando um beijo! –Deu uma risadinha

-Manda outro! –Um momento de silêncio chegou a conversa, até Bruno quebra-lo.

-Escuta, na verdade eu te liguei porque quero que saiba que...Que eu te...BRUNO, SAI LOGO DESSE CELULAR E VEM TRABALHAR VAGABUNDO! –Gritou Ryan, atrapalhando o que ele iria falar.

-Bru, vai lá, amanhã nós conversamos mais –Disse meio desanimada e pensativa. Será que ele iria falar “Eu te amo”? Não Júlia, para com isso, está muito cedo para essas palavras ainda, principalmente vinda do maior pegador da Califórnia.

-Tudo bem, amanhã te ligo de novo, beijos!

Desligou. Aquele “Que eu te...” ficou na minha cabeça por muito tempo. Fui para o quarto, peguei um livro e fiquei lendo, até cair no sono. Sério, aquele foi o dia mais entediante da minha vida, e o pior era saber que seria assim a semana toda. Sem o Bruno, sem minha mãe, que por sinal eu já estava morta de saudades dela, e claro, a Mel. Sabe a pulseira que ela me deu no aeroporto? Não saia nunca do meu pulso, era realmente como se ela estivesse ali comigo, com aquela risada extravagante e olhos arregalados, bem pretos. Foi em meio a esses devaneios que adormeci, um sono pesado e tranquilo.

[...]

Foi assim que fiquei ao longo de toda semana, ir ao colégio e voltar pra casa. Bruno me ligou todos os dias, mas não trocamos muitas palavras já que ele estava trabalhando. E eu, estava com uma saudade incontrolável no meu peito, saudade essa que nem eu sabia que existia e que um ser humano poderia sentir.

-Júlia? Está acordada meu anjo? –Era Jessie, batendo na porta do meu quarto. Olhei em direção a janela, estava uma manhã de Sábado ensolarada e o relógio marcava oito da manhã.

-Oi Jessie, pode entrar! –Respondi me colocando sentada na cama.

-Chegamos há um tempo e não iriamos te acordar agora, mas tem visita pra você, lá embaixo –Deu um sorrisinho misterioso.

-Visita pra mim? E quem é?- Perguntei passando a mão nos olhos.

-Desce que você vai ver! –Saiu, encostando a porta novamente.

“Será que é o Bruno? Não, ele disse que estaria trabalhando até tarde hoje, e claro, ele não teria coragem de vir até aqui...Mas s não for ele, quem é?” –Pensei alto.