Eu não deveria ter me aprofundado tanto na auto-comiseração.

Dias e dias de bebedeira, relembrando os tempos passados, os momentos felizes e os infelizes. Tanto sacrifício, tanta entrega, tanta dedicação. Houve um tempo em que eu não conseguia funcionar sem tê-lo junto de mim. Como se eu e ele fôssemos gêmeos siameses. Duas cabeças no mesmo corpo. Então, quando ele morreu, eu passei a lamentar sua falta como um amputado lamenta a falta de uma perna ou um braço. Fiquei me afogando nas próprias lágrimas.

Talvez isso explique a minha estupidez, em não perceber a mulher maravilhosa a meu lado.