Culpado.

Culpado por todas as surras,

todas as feridas arroxeadas que enfeitam o rostinho pueril de Cheryl;

Por ter feito tal figura, – tão inocente –, chorar e suplicar socorro;

Por não poder ter lhe oferecido nada além de ilusões e horror.

Terror.

É o grito vindo do fundo do peito, – que surge dos poços negrumes onde vive a dor.

Cheryl,

Doce

Cheryl.

Seu perfume e índole acriançada encantava até mesmo as criaturas mais apáticas;

Arrancava gargalhadas das simpáticas.

E agora se encontra solitária,

sendo obrigada à dividir sua incomparável virtude com uma desconhecida.

Sua voz harmônica, melodiosa,

É direcionada à um aparelho eletrônico engraçado.

Clama por socorro, ajuda;

As que lágrimas mancham seu rosto caem sobre as vestes imundas.

E ele é o culpado.

Culpado por amá-la tanto assim e abandoná-la no fim;

Culpado por não poder lhe proporcionar nada mais além falsas promessas,

belas palavras impressas, vindas de um coração sem compaixão.

Engano, sofisma, ilusão.

Indivíduo peculiar, que mente por intenção.

Raciocínio vicioso, humanóide viscoso.

Suas botas batem nos velhos asfaltos,

Ele corre esperançoso.

Pensa em algo adequado,

Um mundo afortunado;

Somente para o bem de sua

Cheryl,

Doce

Cheryl.

Juliane Brandão.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.