Narrativa: Hikari

—Não compreendo... Momoi-san não faria algo sem motivos... – Tetsuya demonstrava estar confuso, porém, sem mudar sua feição indiferente. Fazendo-me soltar um sorriso falso em meus lábios e respondendo-o:

—Pergunte a ela, Satsuki irá explicar-lhe melhor – Digo com firmeza, recebendo sua confirmação. O sorriso que mantinha-se falso em meu rosto desaparece ao pensar nas consequências que haveriam caso a Dupla de Prata descobrisse sobre este assunto, porém, esta seria o arrependimento em que Satsuki deverá carregar.

—Mas, por que você me diria algo a este respeito após estes anos? – Tetsuya pergunta, recebendo um sorriso sincero de minha parte.

—Pelo mesmo motivo de você, Tetsuya – Deixo-o confuso, logo com olhares surpresos as minhas palavras – Não podemos fugir para sempre.

—Você estava... – Ele hesita em perguntar-me, recebendo apenas um sorriso e um olhar tristonho de minha parte que logo expliquei:

—Estava, aquele jogo fora realmente doloroso de se ver – Sim, como todos os jogos que frequentei, vendo-os jogar. Porém, aquele havia passado dos limites... Ferir alguém do próprio time... Aquela não era mais a Geração Milagrosa que eu tanto admirava e conhecia, eram apenas soldados de um Ditador — Frequentei todos os jogos, até aquele.

—Entendo...

—Mas... – Recebendo sua atenção, solto-lhe um sorriso animado, porém suave nos lábios e continuo – Vamos fazer uma aposta, Tetsuya – Digo, virando-me para despedir-me. Dando-lhe a proposta, vejo sua feição surpresa em seus olhos azuis e me retiro.

Caminhando em direção ao meu pequeno apartamento, permanecia com um sorriso aliviado em meus lábios finos e rosados, tendo a certeza que a partir deste momento:

—Prepare-se...

"A Imperatriz retornará"

Narrativa: Autora

A noite chegara daquele mesmo dia, as luzes das ruas já iluminavam e a lua já permanecia no topo, a cidade estava calma e pouco movimentada. Porém, a inquietação na residência Midorima era de se surpreender. Já haviam se passado das 22h e o adolescente de cabelos de curtos e esverdeados permanecia acordado em frente a tela de seu notebook que iluminava seu rosto, sentado em uma escrivaninha que havia em seu quarto. Observava calmamente as fotos da época de seu ginasial, passando-as uma por uma, sendo que todas haviam sido tiradas por apenas uma pessoa: Yuuki Hikari.

—Yuuki, o que planeja fazer? – Perguntava-se, observando fixamente a foto da mesma enquadrada sobre o local. Lembrando-se de suas palavras antes de despedir-se: "Vamos fazer uma aposta" – Sendo hipócrita novamente... – "Há certeza de que ninguém além de minha pessoa notaria o medo em seus olhos, fingindo ser forte" Pensa, suspirando fortemente ao pensar que ela poderia acabar magoando-se novamente.

Flash Back On

Após explicar-lhes com todos os detalhes o acontecimento entre os capitães dos clubes de basquete, Tsubaki e Makoto despedem-se e retiram-se do apartamento da garota, permanecendo apenas Midorima naquele cômodo pequeno, junto a Hikari.

Conte-me a verdade Yuuki, sei que estás a mentir O mais alto acusa-a, recebendo um sorriso da parte da garota e um olhar debochado:

Não consigo esconder nada de você, não é Midorima?Ela hesita por um segundo, ao dizer o sobrenome do maior.

Conhecemos desde nossos dez anos, não pense que esconderá algo de mim Afirma, recebendo uma pequena risada da mesma e sua confirmação.

Mas por enquanto, você não precisa saber a verdade. Deixe-me ser hipócrita desta vez Hikari pede, revirando o olhar para longe, demonstrando hesitação e medo. E antes mesmo que o mais alto pudesse dizer-lhe algo, ela continua Mas será que tomei as decisões certas?

Yuuki... Midorima teria de admitir, não a gostava de vê-la daquela forma, não era de seu costume derramar lágrimas e estar em dúvidas: claro, ela sempre fora decidida. Ele poderia não entender o que passava-se dentro da cabeça de sua amiga de infância, porém, de uma coisa ele havia certeza: "Conhece-a melhor do que ninguém". Midorima aproxima-se dela e aconchega-a em um forte abraço, demonstrando confiança, recebendo sua retribuição Acalme-se...

Flash Back Off

Haviam se passado exatamente seis anos em que ambos se conheciam, tendo ambos em famílias nobres de grande poder e dono de empresas pelo país. Era uma noite clara e iluminada pelas estrelas, uma bela noite para uma festa de casamento que iniciara; Midorima perdera sua mãe há alguns anos, antes mesmo de completar seus oito anos, e Hikari havia uma tia viúva que perdera o marido há alguns meses; apenas resultando em um casamento para favorecer o negócios familiares.

Midorima não aceitava o fato de seu pai ter se casado novamente, porém, um garoto de apenas dez anos não poderia impor-se às ordens de um adulto; enquanto Hikari não importava-se. Tornando-se irônico, ambos acabarem sendo primos.

Ambos não importavam-se com a companhia um do outro, tanto quanto que entre eles havia o amigo de infância de Midorima: Akashi Seijuurou. Os três haviam a mesma idade, apenas com a diferença de que Akashi aparentava ser gentil a ponto de tratar a todos da mesma forma: educadamente; já Midorima, pouco mais ignorante e frio a ponto de não importar-se com aqueles a sua volta e Hikari não era diferente, após seus quatro anos, não importava-se com quem envolvia-se em sua vida.

Midorima e Hikari eram forçados a passar a maioria de seu tempo juntos, sendo que Akashi era forçado a estudar praticamente o dia inteiro em sua casa. Primeiramente, não aparentavam gostar um do outro, porém, com o decorrer do tempo, entenderam-se e tornaram-se algo que assemelhasse a fraternidade. Onde Midorima e Hikari acabaram tornando-se o que são hoje, tendo ambos preocupando-se um com o outro.

Narrativa: ???

Acabara de encerrar-se as aulas, marcando-se 16h. Encontrando-me com veteranos do segundo ano de meu colégio que com minha companhia, caminhavam tranquilamente em direção ao ginásio para começarmos nosso treinamento. Ao aproximar-se no local, a bola sendo batida e sendo encestada, o ranger do tênis no chão de madeira era escutada.

Era-me estranho, nenhum de meus veteranos são capacitados de ter a vontade de treinar sozinhos e acabamos de sairmos de nossas aulas. Adentrando a quadra, a surpresa preencheu meus olhares, uma garota de cabelos escuros e medianos, tendo olhares determinados vindo de seus olhos estreitos e igualmente escuros, o suor escorrendo por sua pele pálida e seu estado ofegante não eram o que surpreendiam-me e sim o fato de sua vestimenta: o uniforme com a identificação número 4 de Teiko.