Nunca, mas nunca mesmo converse com o cara que você gosta bêbada ou pode acabar saindo mais coisa do que você gostaria.

POV. Larissa

Eu não prestava muita atenção ao que estava acontecendo, eu estava bêbada, meu estado era deplorável e eu sabia disso, eu quase não conseguia ficar de pé, por tanto nem tentei, eu vi todo mundo saindo dali e não entendi o porquê, quando achei que estava sozinha na praça de novo o Izzy senta na minha frente e me olha nos olhos, eu tenho que dizer, eu não desvio o olhar nem fudendo, sou tão filha da puta que encaro ate a pessoa desviar, mas admito que não consegui sustentar o olhar, e aí aconteceu o inédito, uma lagrima escorreu dos meus olhos, descia lentamente, e eu sabia a dor que ela carregava, Izzy secou a lagrima.

- Quer conversar. – ele perguntou baixo. Eu não respondi. – Escuta, eu sou seu amigo também, eu fiquei preocupado com você, e a gente te encontra assim, Lari, eu me sinto culpado.

- Você quer me ajudar por culpa? – eu perguntei com a voz fraca ainda sem olhar para ele. Izzy levantou meu rosto me fazendo olha-lo.

- Não, quero te ajudar porque me importo com você.

- Serio? Não é o que parece, sabe o que parece? Que ninguém liga pra mim, e a única pessoa que realmente se importa eu ainda sou um peso na vida, eu sei que ela ficou desesperada por minha causa, enquanto tava aqui, eu sou egoísta, problemática, louca, ciumenta, inconseqüente e com uma vida mais fodida que tudo, eu deveria sumir. – desabafei, joguei tudo pra fora. – E pra completar, valeu destino, eu me apaixono, de novo, e me fodo, de novo, porque eu não consigo manter a porra do meu coração sob controle, inferno. – ele não disse nada, só me abraçou e eu acabei chorando com a cabeça encostada no peito dele, fiquei assim ate que eu me controlei e sequei minhas lagrimas. Tentei ficar de pé, mas não consegui e ele me levou no colo ate onde estava o carro – que era no local do show, mas não era muito longe dali-, ele me colocou no carro e começou a dirigir, a essa altura eu já me arrependia amargamente de tudo o que falei, porra, eu basicamente falei, “Ei Izzy, eu sou apaixonada por você, legal não é?” maldita bebida. Chegamos ao hotel e ele me levou pro quarto dele, eu só percebi isso quando já tava deitada na cama.

- Esse não é meu quarto. – falei, nossa, como sou inteligente.

- Você não vai passar a noite sozinha.

- Por quê? – perguntei com uma voz bêbada.

- Porque eu ainda não to louco, se eu te largar lá sozinha e você fizer alguma coisa a Mari me mata, e eu não quero que nada aconteça com você. – ele disse essa ultima parte sentando na cama e alisando meus cabelos, merda, mesmo bêbada esse homem me deixa louca, eu ia fazer besteira, tava sentindo isso, e... Adivinhem, dito e feito, mas feito mesmo, em um momento o Izzy estava calmamente alisando meus cabelos no outro eu me sentava na cama e o puxava para um beijo, e o resto eu nem preciso falar.

Acordei e minha cabeça doía pra caralho, eu precisava parar de beber, abri os olhos e vejo Izzy deitado do meu lado só com uma cueca box, eu olhei pra ele.

- O que eu fiz ontem?

- Pra começar matou todo mundo de preocupação, saiu sem avisar e a gente te encontra em uma praça jogada no chão bêbada, depois de eu garantir a Mari que vou cuidar de você, ela vai com os outros e você confessa que esta apaixonada por mim. – ele disse tudo isso como se fosse algo banal, acho que era a maneira dele de diminuir as coisas, não funcionou. Eu tive que me controlar muito pra não pirar, como assim confessei que estava apaixonada por ele? Quando foi isso? Deus por favor, me faça sumir.

Eu levantei da cama com um pulo e me vesti, e só ai eu lembrei de uma coisa, os cortes, eu olhei de esgoela para Izzy e vi que ele tinha percebido. Merda, merda, merda.

- Nem se vestir e sair correndo, você não vai se livrar dessa. – ele disse se levantando da cama de cueca box, perdição. – Você se cortou? De propósito? – eu olhei para o chão. – Lari, me explica o que leva uma pessoa a fazer isso?

- Pra começar ela precisa ser louca, inconseqüente e irresponsável. – eu falei baixo. Eu tentei explicar pra ele, mesmo sabendo que ele não entenderia.

- Porque você fez isso? Não pode ter sido só por causa da Michelle, tem mais coisa.

Me chame de louca, e eu vou concordar com você, mas eu contei o que aconteceu com meu ex-namorado. Quando terminei de contar eu sai do quarto quase correndo e fui atrás da Mari, encontrei ela no quarto, sozinha graças a deus, e fui falar com ele, tentei contar o que aconteceu, mas não conseguia, eu não podia ver o Izzy todo dia, por fim o que saiu foi:

- Mari, eu preciso de um tempo sozinha, sem ele, eu quero voltar para o Brasil.