Don't Forget

Escola as vezes me irrita



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Aqui estou eu, de novo, nessa escola idiota... Logo no primeiro dia... Droga!

Acho bom ir para a sala, já que não tem nada pra fazer aqui. Lembrei o número da sala que meu pai disse que estava, entrei e logo gritaram meu nome.
— Taka-san! - gritou Yuu;
— Ah... Olá - acenei;
— Ih, já de mau humor logo no primeiro dia? - perguntou irônico;
— Prefiria que fosse o primeiro dia de férias de novo - reclamei;
— Ah mas já passou mesmo nee... O bom é voltar e ver o que tem de novo! - disse Yuu;
— Acho que continua a mesma bosta - revirei os olhos;
— Vamos ver nee - disse empolgado;

Yuu Shiroyama, meu amigo desde a 8ª série, parecia mais empolgado que antes, mas logo vai ver que essa escola nunca muda nada, continua horrível, espero que ao menos entre algumas alunos novos na sala.

Aos poucos foram entrando alunos, a maioria era do ano passado, nem me espantei de vê-los nessa sala, alguns alunos novos, não muitos, me deixando desapontado.
Yuu e eu estávamos conversando quando nos chamaram.
— Yuu! Taka! - disse Akira, andando em nossa direção;
— E ai Aki-san! - disse Yuu, cumprimentando Akira;
— Olá - disse, também o cumprimentando;

Akira Suzuki é um amigo que conhecemos ano passado, ele usa uma faixa no nariz todo dia, achamos estranho mas era algo diferente, e ficava bem nele, parecia usá-la a algum tempo, mas quando o conhecemos, ele dissera que tinha várias faixas, porém todas erm parecidas, eu sempre reparei algumas diferenças, mas gosto do estilo dele.
— Como foram as férias? - perguntou;
— Foram incríveis! - respondeu Yuu;
— A mesma bosta de sempre - respondi, cruzando os braços;
— O que seria a mesma bosta de sempre? - perguntou Aki;
— Computador, guitarra, bateria, tédio, e mais um monte - respondi;
— Eu nem lembro o que eu fiz nas minhas férias - disse Yuu;
— Você nunca lembra! - disse Kouyou, sentando atrás de mim;

Kouyou Takashima é um cara bem alto, realmente muito alto, talvez seja porque eu sou mesmo baixinho, mas isso não vem ao caso, Yuu achou que ele fosse repetente quando o conhecemos, e assim como Yuu, nos conhecemos na 8ª série.
— As vezes eu esqueço porra! - disse Yuu, levantando os braços;
— Ou sempre! - disse Aki, fazendo todos rirem;

Continuamos conversando sobre férias, quando o professor parou na porta, parecia conversar com alguém, não sei que era, logo uma garota entrou correndo na sala, parecia meio atrapalhada, sentou na primeira carteira da última fileira, ao lado da janela, Yuu olhava para ela como se estivesse querendo matá-la, fiquei realmente assustado com quele olhar, mas ignorei.
— Ele não vai entrar? - perguntou Yuu;

O professor entrou, com alguns livros na mão, logo pensei que ele seria um dos mais chatos só pela sua cara de professor irritadinho, olhei para Yuu, ele franzia a testa, olhei para Kou, fazia uma cara de frustrado, e Aki começara a brisar, como sempre faz.
— Ohayo mina, sou seu professor de biologia, Hiruka, espero que possamos nos dar bem esse ano - disse, olhando para a classe;
Sim, ele seria um dos professores chatos, dá pra perceber de longe.
— Vamos começar com esse lado, e vai subindo, digam seus nomes - disse, apontando par ao lado direito da sala;

Nomes, nomes e nomes, ia demorar um pouco para chegar em um de nós, eu sentava na 3ª fileira, na penúltima carteira, Kou atrás de mim, na última, Yuu á minha frente, e Aki do meu lado direito. chegou a vez de Aki falar.
— Agora você, diga seu nome - disse o professor;
— Suzuki Akira -
— Bom, prazer em conhecê-lo, Suzuki-san - o professor encarava a faixa no nariz de Aki, todos os professores novos fazem isso, o que deve ser muito irritante;
Mais alguns nomes e chegara a vez de Yuu.
— Shiroyama Yuu -
— Prazer Shiroyama-san, agora o próximo -
— Matsumoto Takanori -
— Prazer Matsumoto-san, o próximo -
— Takashima Kouyou -
— Prazer Takashima-san -

Fiquei realmente curioso para saber o nome daquela garota, quando olhei para ela, estava distraída olhando para a janela, a mão apoiava o rosto, seus cabelos eram meio longos, mas não muito, passava um pouco dos ombros, castanhos, usava uma mecha pequena da cor roxa, gostei daquele cabelo, era bem liso, parecia natural, não vi muito bem seu rosto, mas não parecia ser japonesa, decidi esperar para conhecê-la melhor. Enquanto estava distraído observando, chegou a vez dela.
— A próxima - disse o professor;
— Ayoko Reira - disse ela;
— Prazer Ayoko-san -
O nome era bonito, fiquei irritado por não conseguir ver seu rosto, mais tarde eu tento.
— Reira, nee... Até que é um nome legal - sussurrou Yuu, virando para mim;
Balancei a cabeça concordando.
— Mas ela deve ser estrangeira - sussurrou Kou, enclinando sobre a mesa;
— Vai ver é parente de alguém de fora - sussurrei de volta;

Havia muita gente conversando, quase não consegui ouví-los direito, olhei para Reira, estava quieta, olhando para a janela novamente. A troca de professores demorou um pouco, aproveitamos para conversar.
— Droga! - disse Yuu;
— Que foi? - me inclinei um pouco;
— A Hikari nem tá nessa sala - reclamou;
— E você pensou que ela viria para a mesma que você? -
— Achei! -
— Depois pergunta pra ela - sugeri;
— Eu vou! -

Chegou o intervalo, saímos todos juntos e sentamos em um dos bancos do refeitório, estava sem fome, e por sorte, Reira sentou no banco de frente para nós, aproveitei para continuar a analisá-la de longe, tenho esse mal costume de encarar as pessoas, fiz isso com Aki e ele não gostou nada, mas isso não foi um problema.

Voltei a olhar para ela, ela realmente não era japonesa, os olhos não eram tão puxados como costuma ser, mais ainda era um pouco, usava uma franja de lado, os olhos eram escuros, ou era estrangeira, ou algum lado da família era de fora e ela nasceu aqui, ou... Ah eu não sei, talvez eu devesse conversar com ela, conhecê-la, mas isso ia ser meio idiota por ser o primeiro dia, mas seria a mesma bosta se fossem no dia seguinte ou depois, mas... Ah! Eu preciso parar com isso.
Voltamos para a sala e tivemos mais algumas aulas, era hora de ir pra casa, emfim!
— Nos vemos amanhã! - disse Yuu;
— Até mais Taka-san - disse Aki;
— Até mais tarde - disse Kou;
Estava indo até o portão do colégio, logo vi meu irmão parado.
— Demorou hein! -
— Não posso conversar não nee? -
— Pode, pode -
— Ah bom -
— Vamos pra casa -
Meu irmão é um dos poucos que me escutam em casa, realmente teria destruído metade do meu quarto se não fosse a paciencia dele, mas ele também tem suas horas de capeta pra me enfernizar. Chegamos em casa, minha mãe provavelmente estava na cozinha, fui para meu quarto, larguei minha bolsa e voltei para a sala.
— E ai, como foi na escola? - perguntou minha mãe, parada na porta da cozinha;
— A mesma coisa de sempre, só apareceram alguns alunos novos -
— Mas no 2º médio as coisas não mudam? -
— Não mãe, continua, as vezes mudam de professores, mas é quase a mesma coisa -
— Talvez até tenha mudado algo, só ele que não percebeu - disse meu pai;

Meu pai... É meio raro ele me ajudar em alguma coisa, minha mãe e meu irmão me ajudam mais que ele, passa dos limites as vezes, e por coisas mínimas, chega a ser bem rígido comigo em relação a escola, e se não dou conta, ele dá um jeito de eu entender tudo, e acaba exagerando um pouco, nunca entendi porque de ele ser assim, chega a me irritar, um exemplo é quando minhas notas aparecem, um A na maioria, alguns B's, tudo bem, mas se ele acha um D, é o fim, lá vem ele com sermões, acaba até tirando algumas coisas de mim, isso me irrita, assim como irrita meu irmão, provavelmente porque passou o mesmo com ele, mas eu não sou tão paciente como ele.
— Eu teria percebido, não sou tão distraído assim, pai -
— Pode até ser, mas se você se interessar em prestar atenção em tudo ia ter certeza, e... - parei de escutar antes que ele terminasse, ele sempre acha algo pra me dar sermão;
Fui para meu quarto, deitei na cama, senti meu celular vibrar, era Yuu.
— O que quer? - atendi;
— Nossa, que delicado, valeu -
— Fala logo caralho -
— Ta bom, olha só, eu e Aki vamos nos encontrar no bosque depois do almoço, vai vir com a gente? -
— Pera vou ver - levantei e fui até a cozinha;
— Ei Mãe, o Yuu e o Aki vão se encontrar no parque aqui perto, tudo bem se eu for? - na verdade era no bosque a três quarterões da minha casa, mas isso porque não quero ninguém me perturbando, como meu pai;
— Você não tem nenhuma tarefa da escola pra fazer? - ela perguntou
— Não nee, os primeiros dias não tem muito pra fazer, caso tenha eu faço antes de ir -
— Então tudo bem -
— Tem certeza que não tem nada mesmo pra fazer? - perguntou meu pai, na sala;
— Tenho, eu olhei depois que cheguei - respondi;
— Hum - detesto quando ele olha com despreso pra mim, me irrita muito;
— Nee, Yuu, eu vou depois de almoçar -
— Okay, nos vemos lá - desligou;

Depois de almoçar, fui para meu quarto me arrumar, estava saindo quando vi meu pai olhar de canto para mim, ele sempre faz isso quando não quer ou não aprova algo que faço, é óbvio que acho isso irritante também, mas aquele olhar não vai me fazer mudar de ideia na hora.

Sai e fui em direção ao bosque, Yuu e Aki não moravam muito longe dali, sempre nos encontramos naquele parque, costumava ser mais movimentado, mas de tarde ele para, por isso vamos sempre lá, assim ninguém reclama do barulho ou dos palavrões. Estava perto quando vi Yuu, parecia zoar Aki por algum motivo, me aproximei.
— Seus bando de viado, mal chega e começa a zueira -
— Falo baixinho - disse Yuu;
— Cala a boca palerma -
— Ei, o Kou vem? - perguntou Aki;
— Ele disse que sim mas que ia demorar - respondeu Yuu;
— É um lerdo mesmo - disse Aki, nos fazendo rir;
Ficamos um tempo, conversando e zoando, até que Kouyou chegou;
— Oi gente - disse Kou;
— Lerdo da porra! - gritou Yuu;
— Ah vai se foder Yuu, eu disse que ia demorar - disse rindo;
— Maricas - disse Aki;
— Ah brisado - disse Yuu, empurrando Aki e rindo;

Nos acostumamos com as zoações e brincadeiras, faz parte, eu não sei se odeio ou se adoro eles, são meus melhores amigos mas mesmo assim tem zuera, como eu disse, faz parte.
Voltei para casa um tempo depois, meu pai continuava a me olhar de canto, me desprezando pelo meu "mau comportamento" que ele tira não sei de onde.

Subi para meu quarto, e sentei na escrivaninha, ouvindo música no comutador, sem causar problemas para ninguém, só para o meu pai, o motivo? O fato de estar no computador, e não estudando coisas que eu nem sei o que é ainda. As refeições em casa sempre são silênciosas, e quando não são, são conversas aletórias ou brigas causadas pelo exagero do meu pai, mas eu ignoro, menos quando tem a ver comigo, ou seja, quase sempre, e as vezes eu nem tenho culpa de nada, mas isso é o de menos, a coisa piora quando eu tenho parte da culpa, ou tenho culpa e não sabia, meu pai sempre arranja algo pra me culpar, isso me irrita, a maioria das vezes acabo nem jantando por simplesmente estar sem vontade, e ele diz que sou impertinente, irresponsável, chego a ser mais responsável que ele em certas horas.
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