Doce Amargura
Minha casa, meu corpo
Olha o que me tornei. Uma casa vazia, com as paredes quebradas, com as luzes apagadas e inteira goteirada. Sabes o que quero dizer?
Minhas lágrimas escorrendo todas as noites antes de dormir, até parecem goteiras por onde a chuva cai, destruindo o assoalho de madeira. As paredes quebradas, cheias de rachaduras assim como meus braços e suas cicatrizes. Meu eu vazio, sem fome, sem comida. Apagada por inteira, como realmente estou. Apenas esperando a vida me levar aos poucos. Sem fazer nada. Fraca. Sem luz própria.
Espero alguém que venha me acender; concertar as paredes; parar as goteiras; me preencher. Alguém bom, com um coração puro que me faça esquecer de todas as coisas que fiz para destruir minha moradia,
Minha casa,
meu corpo.
Acesse este conteúdo em outro dispositivo
Fale com o autor