A cada dia que se passava, mais irritada eu estava por dentro. Chegava da escola e ia diretamente ao banheiro, olhar no espelho e ver o quão ridícula eu era. Passou dias em que eu simplesmente deitava e começava a chorar, até adormecer e cair em meus piores pesadelos.

Quando acordava, eu só queria saber de tomar aqueles malditos remédios. Pílulas amargas e cheias de solidão. Eu podia acabar logo com tudo de uma vez, mas eu era fraca! Não conseguia, ou lutava pra não conseguir. Na verdade, eu não queria aquilo pra mim.

O medo me tomava quando a noite chegava a tona. Aquela escuridão só me lembrava o quão escuro estava minha alma. Todas aquelas madrugadas sem dormir, pois eu estava gritando por dentro. Gritos de desespero e ajuda. Gritos que ecoavam dentro de mim. Gritos, que ninguém conseguia escutá-los, a não ser eu.