Doce Amargura

Desastre pacífico


Minhas lágrimas escorriam sem parar. Eu me sentia frágil, sem ar. Sentia toda a angústia saindo diante de meus braços, e a vermelhidão de meus pulsos era assustadora.

Sentia meus dedos formigarem, e então dei-me falta de meu sangue. Passei mal diante do tempo. Eu suava frio e só pensava na morte que provavelmente viria. Na verdade, eu a havia buscado. Que irônico, eu pedi tando por aquilo, e quando há possibilidade de acontecer, eu fico com medo.

Sentei-me então e comecei a cantar uma música que me cantavam quando pequena. Me acalmei na medida do possível e pensei em tudo que eu iria perder. Em tudo que eu nunca mais poderia fazer. Em tudo que eu iria deixar de lembrar...Em tudo. Saí do banho, me arrumei e me deitei em minha cama em busca de um adeus tranquilo; uma morte bonita; um desasaste pacífico.