E quando eu percebi, já era tarde de mais.

Novamente, eu estava caindo naquele buraco escuro e frio.

Eu sabia o que fazer; aquele lugar já era parte de minha vida.

Mesmo assim, meu corpo se debatia em desespero.

Mas decidi me calar. "Não os atrapalhe dessa vez!".

O tempo passou, e uma angústia me tomou mais a alma.

Peguei a garrada de vodca e dei a primeira virada!

Lembrei-me de meus amigos; daqueles que foram e dos que permaneceram.

Segunda virada! Meu interior esquentava.

Lembrei-me da minha família; e de como já foi unida.

Terceira virada! Meus olhos já atordoavam.

Me veio em mente todas as merdas que já havia feito.

"Que merda que sou!", pensei. "Sou uma falha nesse mundo", continuei.

Fechei meus olhos, e com uma lâmina em mãos, me puni mais uma vez por respirar.

A água fresca caía em minha cabeça. Meus pensamentos estavam embaralhados. Meu braço sangrando, e meus olhos chorando.

"Não sou a única com esses sentimentos... Há tantas outras! E elas aguentam... Por quê eu não consigo?", gritei; fazendo o som de minha voz ecoar pela casa vazia.

Num momento, pensei em desistir ali. Mas, mais uma vez fui covarde o suficiente para não fazer tal. Ou talvez, eu tenha sido corajosa de mais... Porquê pra continuar tentando viver,

é só pra quem é capaz.