Do you remember us?

Capítulo 53 - Unexpected visit.


A porta se abriu e lá estava a Dra. Reid, a frente da maca com dois enfermeiros atrás, eles moveram Damon para a cama, e arrumaram todos os aparelhos, ela ficou cerca de cinco minutos fazendo verificações, fiquei apenas observando da poltrona.

— Está tudo certo – ela disse e os enfermeiros saíram – Srta Gilbert, é expressamente proibido tocar nele sem luvas certo?

— Certo, e por favor me chama de Elena – com minhas memórias de volta, era estranho ser chamada de Gilbert novamente.

Ela deixou uma caixa com luvas no móvel ao lado da cama, me lançou um sorriso acolhedor e saiu do quarto, me deixando sozinha com um Damon desacordado.

Coloquei a luva em minha mão direita, e peguei sua mão, queria beija-la, queria toca-lo sem essa luva, queria ver seus olhos abrirem, queria ver seu sorriso fraco e ouvir ele me chamar de pequena. Fechei os olhos e deixei as lagrimas caírem novamente, ver ele naquele estado era a pior coisa do mundo, me dava uma dor no peito indescritível, peguei uma das cadeiras e coloquei ao lado da cama, onde eu estava, me sentei e fiquei segurando sua mão.

Acordei com alguém tocando meu braço, levantei a cabeça que estava ao lado da mão virada dele, Dani me deu um sorriso.

— Meu filho – Lilly choramingou segurando sua outra mão, ela já estava com as luvas, e olhava para ele com tristeza.

— Que horas são? – perguntei.

— Sete da manhã Lena – disse Dani.

Eu havia pego no sono ali, meu pescoço estava dolorido e meu corpo também, mas essa dor não chegava nem perto do que estava sentindo por dentro.

— Você quer um café? – Dani perguntou me olhando.

— Na verdade eu vou até a cafeteria, vou deixar Lilly á sós com ele um pouco – ela assentiu.

Tirei a luva e a joguei na lata do lixo, disse a Lilly que só iria tomar um café e voltava, ela apenas assentiu e eu sai dali. Nós descemos até a cafeteria, pedi um café grande, e um croissant.

— Como você está? – Dani perguntou ao se sentar na minha frente.

— Não sei te responder Dani, parece que tem um buraco dentro de mim, um vazio sabe?

— Entendo, nunca passei por isso, mas imagino como deve estar sendo difícil.

— E o pior é tudo que eu fiz sem minhas memórias, Dani eu sai de casa, eu terminei com ele, pedi o divórcio, por uma incerteza, não sei se vou conseguir me perdoar algum dia.

— Você vai sim, ele vai acordar e vocês vão voltar ao que eram antes, nem vão se lembrar dessas coisas.

— É tudo o que eu quero – disse bebendo um longo gole do meu café.

Dei algumas mordiscadas no meu croissant, mas não consegui come-lo.

— Você precisa comer Elena.

— Eu não consigo Dani, não estou com fome, e quando forço parece que vou vomitar.

— Elena você não pode fazer isso, você vai embora comigo daqui a pouco, a Lilly vai ficar, você vai descansar um pouco, e eu vou fazer algo para você comer, e não vou aceitar um não. – ela disse me olhando com firmeza, e nem eu ousaria a desafia-la.

— Não vai adiantar lutar, então tudo bem.

Ela sorriu vitoriosa. Nós voltamos para o quarto, Lilly agora estava no lugar que eu deixara.

— Sra. Salvatore, consegui convence-la – disse Dani sorrindo, mas ela não me convenceu, ela me obrigou a aceitar.

— É bom, você precisa descansar um pouco filha – ela me lançou um olhar carinhoso.

— Qualquer coisa, qualquer uma, a senhora me liga e eu volto imediatamente ok?

— Não se preocupe, eu te aviso.

— Obrigada – dei um abraço leve nela e nós saímos.

Já no carro Dani colocou uma musica animada, apenas lancei-lhe um olhar de não força e ela desligou o radio, ela foi me contando algumas coisas sobre ela e Richard, e eu fiquei apenas á ouvindo, mas parecia que apenas meu corpo estava ali.

Eu fui direto para o chuveiro, tirar aquela sensação de hospital, demorei um pouco e quando sai me sentia mais leve, era cedo ainda e eu resolvi dormir antes que ela me enchesse o saco para que eu fosse comer.

Me deitei em minha cama, e parecia uma eternidade desde que estivera aqui naquela manhã de véspera de natal.

*

Acordei com Dani sentada ao meu lado, ela me olhava com um sorrisinho nos lábios, e estava com uma bandeja no colo.

— Trouxe seu almoço – choraminguei fazendo beicinho – você vai comer isso nem que eu tenha que te obrigar Elena Gilbert – disse autoritária, e eu vi que era sério.

Revirei os olhos me espreguicei, me sentei na cama e ela colocou a bandeja em meu colo, havia macarrão ao molho branco e um copo de suco de laranja.

— Obrigada – sorri.

— De nada – quando comecei a comer ela ficou me olhando, parecia estar garantindo que eu estava engolindo, e quando viu que eu realmente estava comendo sua expressão se suavizou e ela relaxou – Falei com a Lilly a algumas horas.

— O que aconteceu? – perguntei alarmada.

— Damon reagiu bem, o estado dele ainda é muito delicado, mas não é tão arriscado quanto antes. – senti um pequeno alivio.

— Que horas são?

— Três da tarde – meu Deus, eu dormi tanto assim? – você estava muito cansada – disse ela parecendo ler meus pensamentos.

O interfone tocou, Dani revirou os olhos e saiu apressada para atender. Eu já não conseguia mais comer, e quanto mais eu tentava empurrar mais me dava ânsia.

— É para você Lena – ela disse me observando com cautela – é uma tal de Rachel.

— Rachel? – eu não conhecia nenhuma Rachel, e Dani ficou me olhando de longe.

— É sobre o Damon – disse aguardando minha reação, engasguei, só pode ser a garota gravida.

— Pode falar para ela subir.

Dani saiu do quarto, sai da cama e vesti uma calça jeans e uma camiseta, levei a bandeja para a cozinha, pelo menos não iria ter que continuar comendo sob a fiscalização pesada de Dani.

Alguns minutos depois ouvi uma batida na porta, caminhei até lá e vi uma garota baixinha, ela era bonita, seu cabelo era bem comprido e num tom de ruivo, e já dava para notar sua barriga, minha respiração se acelerou.

— Entre por favor – disse tentando ser educada e lhe dando passagem, ela entrou com um sorriso torto.

Ela parou no meio da sala, Dani nos encarava a certa distancia, e fez um gesto que ia para o quarto, eu assenti e ela entrou fechando a porta atrás de si, caminhei até o sofá e Rachel me seguiu, fiz sinal para ela se sentar e assim ela fez.

— O Damon falou muito de você – ela começou, sua voz era baixa, e ela parecia intimidada, eu não sabia o que responder, e então ela continuou a falar – O amigo dele, Klaus, me disse sobre o acidente, eu não fui para o hospital, bem – ela me olhou e continuou – eu não queria que você se sentisse mal com a minha presença, e a mãe dele também não me queria lá, então achei melhor não ir, mas eu senti uma necessidade absurda de falar com você, e lhe dar explicações.

— Explicações de como você engravidou do meu marido? – perguntei irônica.

— É exatamente sobre isso que vim falar – ela deu uma risada fraca e me olhou – O bebê não é do Damon. – arregalei os olhos, meu coração se acelerou, e minha garganta ficou seca, ela viu meu estado de torpor e continuou – O Damon tinha decidido não te contar, ele disse que viu você com o seu namorado, e você parecia bem, e feliz, e ele não queria ser o responsável por tirar isso de você – ah não, Damon, como você pôde pensar isso? Isso seria a melhor noticia que eu poderia receber – Ele te ama muito Elena, nunca duvide disso, nem por um minuto.

— Ele me ama, mas foi para a cama com você – meu tom saiu mais ressentido do que eu gostaria.

— Sobre isso – ela disse envergonhada, suas bochechas estavam vermelhas – nós não transamos, não aconteceu nada naquela noite.

E ao ouvir isso meu coração inundou de uma mistura de alegria e alivio, que eu esperava sentir á muito tempo, ele não havia me traído, meu Deus do céu, tudo isso que aconteceu... Mas o que raios aconteceu então?

— Então como você disse que estava gravida dele? – não me esforcei para não ser grosseira..

— Naquela noite nós dois bebemos muito, ambos estávamos chateados, ele só falava de você e eu só falava do meu ex, e nós fomos realmente para casa dele, mas até eu ler o resultado, não me lembrava muito daquela noite – ela suspirou, e agora parecia triste – nós quase transamos, mas ele não conseguiu, disse que não poderia fazer aquilo, porque ele amava você, e jamais se perdoaria de fazer algo com você, mesmo com as circunstancias. – algo em mim pareceu se acender.

— E por quê você não se lembrou disso antes? Você destruiu nosso relacionamento – disse irritada, ela se encolheu, e eu tentei controlar a raiva que sentia, tudo isso poderia ter sido evitado, toda a dor, o o sofrimento de ambas as partes, era só ela ter lembrado.

— Parte de mim queria desesperadamente que ele fosse o pai do meu bebê. – ela encarou os nós dos dedos – meu ex é alcoolatra, e viciado em drogas, eu não quero isso para o meu filho, e o Damon, - ela sorriu, levantou a cabeça e pude ver o brilho em seus olhos – o Damon é um homem incrível, gentil, afetuoso, mesmo eu tendo praticamente destruído a vida dele, ele não me tratou mal nem por um minuto, com frieza sim, mas mal não, nem quando soube do resultado.

Esse é o meu Damon, o homem que amo mais do que tudo em minha vida, o homem que eu havia decidido passar o resto da minha vida, construir uma família.

— Mesmo depois de saber que o filho não era dele, disse que me ajudaria, e me apoiaria, e que se eu não quisesse, não precisava contar ao meu ex, ele me ajudaria até eu conseguir uma estabilidade financeira.

— Esse é o Damon – meu corpo pareceu relaxar, esse com certeza é o homem que eu amo.

— Me desculpe Elena, do fundo do meu coração, eu sinto muito.

Parte de mim não queria odiar ela, entendia sua situação, o que não era fácil, ela tinha razão em não querer alguém bêbado e viciado na vida de seu bebê, e por um momento, não consegui detestar ela, nem nada do tipo, e se era o que Damon queria, ajudar essa garota, eu faria isso, e apoiaria sua decisão.

— Está tudo bem, agora já foi.

— Como ele está? – ela perguntou.

— Mal, o pior já passou, mas o estado ainda é muito delicado.

— Eu espero que ele melhore, do fundo do meu coração, espero que vocês possam se reerguer após tudo isso, espero que vocês consigam reconstruir o casamento de vocês – ela me pareceu sincera, mas triste, e claro que estava, ela gostava dele, dava para ver em seus olhos.

— Se quiser visita-lo por mim tudo bem.

— Acho melhor não, a mãe dele disse ao Klaus para que eu não me aproximasse dele – ela riu com tristeza – e eu prefiro não causar mais problemas na vida de todos vocês.

— Obrigada – disse, e ela me olhou franzindo a testa sem entender – por me contar a verdade.

— Eu devia isso á você, muito mais que isso na verdade.

Nós ficamos ali, nos olhando por um tempo, e então ela disse que precisava ir embora, e pediu para que eu a avisasse quando ele acordar, porque ela se preocupava com ele, e eu disse que avisaria. Então vi a garota ruiva que graças aos céus não estava grávida do meu Damon, sair pelo corredor á fora.