Do you remember us?

Capitulo 33 - Insanity time.


Fui trabalhar para tentar afastar as cenas desta tarde da cabeça, cheguei por volta das 20:40, já haviam algumas pessoas, a banda se preparava para começar, comecei a preparar os drinks, e pelo menos isso ocupou a minha cabeça.

Já havia preparado centenas de drinks, um outro casal se sentara á minha frente.

— O que vão querer? – perguntei, e ao levantar a cabeça olhei para a mulher, ela me era muito familiar, então me lembrei de onde a conhecia, é a Daniela, amiga da Elena – Daniela? – perguntei, ela sorria até me ver.

— Damon – ela forçou um sorriso – como vai?

— Preciso mesmo responder? – ri com sarcasmo e ela apertou os lábios ao encarar meu rosto – Como ela está?

— Ela está levando – disse torcendo a boca de canto e erguendo o ombro esquerdo.

— Ela está namorando? – não devia ter perguntado, mas eu preciso muito saber.

— Não – ela disse como se a idéia disso fosse ridícula.

— Eu a vi hoje, ela estava com um cara, em uma cafeteria.

— Ah – ela deu um sorriso tímido – provavelmente era o Nick, ele está ajudando ela a recuperar as matérias.

— Que matérias? – perguntei.

— Ela voltou para a faculdade, só que um mês atrasada.

— Fico feliz que ela tenha voltado – o cara que estava com ela coçou a garganta.

— Desculpa – ela riu – Damon esse é o Richard, Rick esse é o Damon, ex da minha amiga – ela riu.

Fizemos um comprimento com a cabeça, ele fez o pedido dele e ela o dela, fiz o drink e entreguei a ela, junto com uma garrafa de cerveja.

— A gente se vê – ela sorriu e deu um tapinha na minha mão, segurei e ela se virou para mim.

— Só – hesitei – só diga a ela que eu mandei um oi, ok?

— Eu falo sim – ela deu um sorriso e murmurou um sinto muito.

Ela saiu andado de mãos dadas com o tal Richard. Fiquei feliz por Elena ter voltado para a faculdade, e aliviado por aquele cara não ser namorado dela, mas ele está ajudando ela nos estudos, a desculpa mais esfarrapada para se aproximar de uma garota.

Mais três meses, só três meses para que eu finalmente tenha a confirmação se o bebê é ou não meu, e se for, terei que tirar Elena da minha cabeça para sempre.

ELENA

Estava sentada no sofá passando os canais, e acabei pegando no sono. Acordei com Dani me chacoalhando, ela cheirava a vodka e estava rindo como uma louca.

— O que? – resmunguei após ela me chacoalhar por dois minutos.

— Você não acredita onde o Richard me levou – ela se sentou ao meu lado.

— Em algum motel? – disse sem abrir os olhos e ela deu um tapa em minha perna.

— Engraçadinha – suspirei e me forcei a sentar, olhei para ela – No bar do Damon – ela disse animada segurando minha mão, meu coração acelerou e minha mão gelou – Ele perguntou por você.

— O que ele perguntou? – agora eu estava prestando atenção nela.

— Perguntou como você estava – ela analisava minha reação – e se você esta namorando – acrescentou com calma.

— E o que você disse?

— Que você não está – recuperei o folego. – Ele disse que viu você hoje a tarde, em uma cafeteria, com um cara – ela segurava uma risada.

— Ele estava lá? – meu coração ameaçou sair pela boca.

— Estava – ela continuava a analisar minha reação.

Meu coração estava apertado, só quando ela disse que havia o visto me dei conta do quanto eu sinto falta dele, sinto falta de seu abraço, de seu beijo, da sensação que o seu toque me proporcionava, e quando me dei conta eu estava chorando, descontrolada, soluçando, Dani me abraçou com força, eu a agarrei.

— Lena me desculpa, eu não devia ter falado nada.

— Não – soltei ela, sequei as lagrimas – você fez bem em me falar.

Eu só tinha vontade de correr até ele, me jogar em seus braços, dizer o quanto o queria, e fazer amor com ele na nossa cama.

— Dani – ela me encarou – eu vou ir ver ele.

— Você o que? Está maluca Elena? – ela me segurou – ele engravidou outra.

— Dani eu quero ele, eu preciso pelo menos ve-lo.

— Veja uma foto – ela me puxou – você não pode ir ver ele.

— Eu vou Dani, pelo menos uma vez.

Me soltei de seus braços, fui até meu quarto, vesti apenas uma calça jeans e um casaco, calcei uma bota e olhei no relógio, que marcava 2:30am. Liguei para o taxista, desci e fiquei o esperando na entrada do prédio, ele não demorou. A essas horas ele já deveria estar em casa, ou chegando, dei o endereço para o Johny e ele dirigiu até lá. Algo dentro de mim dizia que eu era louca, ridícula, que estava tomando a pior decisão da minha vida, que eu ia me arrepender, esse era o meu cérebro, meu coração dizia o contrario, ele gritava, você está certa, você o ama, não pode ficar sem ele, isso garota.

E é claro que eu fiz a besteira de escutar meu coração.

Johny parou o carro em frente a casa dele, o paguei e desci, caminhei até a porta, um arrepio percorreu a minha espinha, ainda da tempo de voltar Elena, meu cérebro alertava, toquei a campainha, uma, duas, três vezes, só pude ouvir os latidos de Lord, ele provavelmente não estava, e em meu momento da mais pura insanidade, me lembrei que eu ainda tinha a chave dele em meu chaveiro, abri a porta e ao fecha-la Lord colocou as patas em volta de mim, me lambendo e num chorinho de alegria, brinquei com ele por um tempo, acendi a luz e fui até o quarto, Damon realmente não estava aqui. Observei a casa, estava um pouco bagunçada, havia latas de cerveja, copos de whisky espalhados pela sala, me sentei no sofá, com Lord ainda todo feliz ao meu lado, eu o acariciava, como senti falta desse ursão. Quinze minutos depois, após toda a euforia sumir do meu corpo, percebi a besteira que eu estava fazendo, decidi ir embora, quando me levantei ouvi a porta se abrir, merda.

— Elena? – ele disse incrédulo, e coçou os olhos – é você mesmo? – ele quase correu até mim.

— Sou – sussurrei, ele ficou me encarando perplexo, estava a três passos de mim, ficamos em um longo silencio, apenas nos olhando – Desculpa, eu não sei o que deu em mim, eu... Não devia ter vindo, nem invadido a sua casa – mordi o lábio inferior, me dando conta de como eu estava descontrolada – acho melhor eu ir.

— Não – ele se aproximou – Por que você veio aqui? – seus olhos brilhavam.

— Eu – procurei alguma desculpa, mas não me veio nada – eu queria te ver.

— Você queria me ver? – ele estava surpreso.

— Sim, a Dani me disse que viu você no bar, e eu, honestamente não sei o que aconteceu comigo, quando me dei conta já estava aqui, no seu sofá.

Ele me olhava como se eu fosse algo precioso, a distancia, ao mesmo tempo que eu queria me jogar em seus braços e o beijar, eu queria xinga-lo, dizer que ele era um babaca egoísta, e ao mesmo tempo me jogar em seus braços e dizer o quanto sinto falta dele. Mas apenas fiquei lá, parada o encarando.

— Eu vi você hoje – ele se aproximou, sua voz era quase um sussurro – Você estava com um homem.

— O nome dele é Nickolas, eu voltei para faculdade, e ele está me ajudando com a matéria que eu perdi. – ele riu.

— Da sua parte pode ser só isso mesmo, da dele, pode acreditar que não é.

— Não vim até aqui para falar sobre o Nick.

— E veio para o que Elena? – ele estava apreensivo.

— Nem eu sei – disse secando o suor das minhas mãos na calça.

— Você saiu da sua casa, de madrugada, para vir até aqui, e não sabe o porquê?

— Acho que o motivo agora não faz tanto sentido quanto quando eu resolvi vir.

— E qual seria?

— Me jogar nos seus braços e esquecer essa porra toda, mesmo que por algumas horas.

— Você ainda quer isso? – seu rosto estava a centímetros do meu, eu podia ouvir seu coração batendo a mil por segundo.

— Sim – engoli em seco.

— Isso só pode ser um sonho – ele colocou uma mecha do meu cabelo para trás da orelha, e alisou meu rosto com o polegar.

— Não é, é bem real – sorri.

E então ele me beijou, um beijo desesperado, cheio de saudade.

Damon me pegou no colo, deixando minhas penas uma de cada lado em volta de sua cintura, sem parar de me beijar, sua mão gelada estava na minha nuca, e a minha na dele, puxando de leve seus cabelos, nós estávamos ofegantes, meu coração estava prestes a sair do peito, Damon caminhou até o quarto sem parar o beijo nem por um segundo, ele me deitou na cama com seu corpo sobre o meu, soltei minhas pernas, ele parou por um segundo, e seus olhos estavam em chamas, respirei fundo procurando o ar.

— Você tem certeza? – ele perguntou ofegante, eu apenas assenti.

Em questão de segundos, estávamos nus, enroscados um no outro, nossos corpos estavam quase soltando faíscas, nosso beijo era desesperado, sua mão percorria cada centímetro do meu corpo, sua boca descendo por meu pescoço, meus ombros, e depois fazendo o caminho de volta com leves beijos, seus lábios foram até meu ouvido e ele sussurrou:

— Eu ainda não acredito que isso seja verdade – sua voz era rouca e falha.

Sorri com malicia e o empurrei na cama, montando em cima dele, fui beijando seu pescoço, descendo pelo ombro, peitoral, barriga, e então sorri para ele, e sussurrei em seu ouvido:

— Pode acreditar.