Interesting

Sasuke saltou tão rápido e silencioso do telhado que eu nem percebi, e parou perto das vítimas, mas sem que elas percebessem.

Soltei um pequeno gemido. O sangue era meu. Meu. Minha garganta queimava.

Saltei do telhado, mas eu não me importei se fiz barulho ou não, só sei que parei perto de uma das prostitutas. Senti Sasuke bem perto de mim, então olhei ameaçadoramente pra ele, dizendo que aquela ali, era minha. Ele que pegasse algum dos outros dois que estavam ali.

Peguei-a pelos cabelos, atirei ela no chão e abocanhei seu pescoço. As veias pulsavam em seu pescoço. Era prazeroso sentir aquele sangue morno descendo por minha garganta.

Sasuke escolhera o cafetão, e a outra mulher estava desmaiada no chão. Eu nem havia percebido ele atacando os dois. Sasuke era bom nisso.

O problema em seres humanos era que tinham pouco sangue, quer dizer, não o suficiente. Acabamos sempre querendo mais. Escorreguei pelas paredes pensando se atacava a mulher ali ou não. Se eu pensasse demais, Sasuke logo iria terminar com o homem e se alimentaria da mulher.

Um barulho perto de mim e percebi que Sasuke havia terminado. Ele me olhou e apontou a cabeça para a mulher, como se dissesse para eu me alimentar dela. Aquilo era solidário e improvável demais para um vampiro.

– Pode ir. - Sasuke falou e indicou a mulher.

– O que? É sério? - Perguntei confusa.

– É sim. Eu estou bem, a noite teremos tempo de caçar mais.

Fiquei ali parada, pensando no que ele disse. Então, quando vi que ele não estava brincando, me atirei sobre a mulher. Sasuke não tentou me parar e nem me matar, ele apenas desviou o olhar.

Afundei os dentes em seu pescoço. Essa era ainda melhor que a outra, o sangue dela era completamente limpo. Era raro conseguir um sangue limpo, ainda mais por seguir as regras de caçar somente a escória. Deduzi que Sasuke também seguia essas regras.

Quando terminei com a mulher, senti minha garganta se acalmar. Eu estava satisfeita. Acho que isso me manteria consciente por alguns dias.

Sasuke ainda desviava o olhar. Quando ouviu eu deixando o corpo cair no chão, ele me olhou e sorriu. Ele tem um sorriso muito bonito, bonito até demais.

– Obrigada. - Eu disse baixo. Ele assentiu.

– Você parecia precisar mais do que eu.

Realmente, eu não me alimentava fazia semanas.

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Escondidos na escuridão, Sasuke e eu pegamos os corpos das vítimas e fomos até uma enseada que tinha do outro lado da cidade. Chegamos lá e ele pulou na água carregando duas das três vítimas. Eu o segui.

Nadávamos com muita velocidade e agilidade. Fomos descendo, descendo cada vez mais. Quando estávamos a mais ou menos uns trinta metros de profundidade, que para um humano já era pressão demais, encontramos o que procurávamos.

Era uma pedra, uma enorme pedra, tinha uma espécie de alça camuflada em uma das laterais, Sasuke puxou essa alça e a pedra levantou, embaixo dela havia um buraco. Era lá que sempre escondíamos os corpos. Joguei os corpos lá dentro e me afastei. Sasuke largou a pedra.

Nos afastamos um pouco mais, então Sasuke levantou a mão e eu olhei pra ele com uma expressão confusa. Demorei um pouco para entender que ele queria que eu batesse na mão dele. Fui pra mais perto dele e aceitei o cumprimento. Vi ele com uma cara estranha então voltamos a superfície como tubarões extremamente rápidos.

Emergimos na superfície e ele estava quase sufocando de tanto rir.

– Qual é a graça? - Perguntei já bufando de irritação.

– Foi o pior cumprimento que eu já vi! - Ele disse soltando um gargalhada.

– Ué, vai saber se você não arrancaria meu braço ou coisa assim!

– Eu não faria isso. - Ele disse agora sério.

– Mas qualquer outro faria. - Retruquei do mesmo jeito.

– Pronta pra caçar mais um pouco? - Ele disse sorrindo, sorri de volta.

É talvez ele não seja tão imbecil quanto os outros capangas do Orochimaru. Ele parece ser bem mais... Interessante.