Primeiro Capítulo - O Final de Semana.

A Sexta-feira para Linda amanheceu um tanto normal e comum, a não ser pela forma bizarra e engraçada como seu marido ainda dormia, o que lhe arrancou gargalhadas fazendo o homem despertar e rir logo em seguida junto com ela, quando a mesma encenou para seu marido a forma como ele dormia.
Depois de rirem muito e de alguns beijos pela manhã, John decide levantar e se arrumar para mais um dia de trabalho, logo em seguida foi a vez de sua mulher fazer o mesmo.

Linda Terrence é um exemplo de mulher perfeita. É dedicada em tudo que faz, tem uma postura elegante, sempre fora inteligente, educada e o principal, muito carismática. Têm seus trinta e dois anos, morena, cabelos encaracolados em um tom de mel. Olhos amendoados, uma opulência de lábios avermelhados.

Na medida certa, belas curvas e pernas estonteantes. Seu jeito de "moça direita" não deixava a desejar. Linda era uma jovem do Texas que decidiu sair de casa e ir morar em Seattle, capital de Washington. Arranjou um emprego, fez universidade e antes de se formar, conheceu John, casualidades da vida, e linda sabia bem, como o destino pode ser traiçoeiro.

Linda está em seu trabalho, terminando sua aula quando bate o sinal, finalmente já estava liberada e assim poderia descansar um pouco.
Após pegar suas coisas em cima da mesa e ir em direção a grande porta. Passa pelos corredores da escola que são estreitos e gelados, seguindo direto para a sala dos professores. Cumprimenta alguns professores que iam em direção oposta a dela.

É começo de tarde, e alguns os outros professores estão saindo da sala para darem suas aulas, contudo permanece um em especial, o homem sempre ficava alguns minutos depois do sino tocar. Ele se encontrava com um livro nas mãos. Seus belos olhos azuis atenciosos ao livro denotam para a criatura que passa em sua frente. Linda abre seu armário e pega o restante de suas coisas para ir embora.

Como sempre atrapalhada deixa cair alguns papéis no chão da sala. O professor ali sem pestanejar, contrai os lábios para não rir ao ver aquela imagem em sua frente. Não espera muito tempo e deixa seu livro rapidamente para ajudar a mulher ali. Terminando de pegar os papéis, Linda agradece sem levantar a vista ao homem e sai fugaz da sala, deixando um "Obrigada" ecoar no local.

Como a professora toda sexta-feira saia mais cedo do trabalho, sempre aproveita esse horário vago para fazer compras pelo centro da cidade e passear um pouco pelo Woodland Zoo Park. Depois de comprar o que queria e passar alguns minutos visitando as Rãs do Dardo do veneno, são minúsculos anfíbios de coloração muito intensa e diversificada, oriundas do país que a professora tanto ama, o Brasil. Linda decide ir para a casa, já estava ficando tarde e logo seu marido estaria em casa para o jantar e ela não havia preparado nada.

Linda segue calma e tranquila, era quase fim de tarde, e uma brisa boa corria as ruas da cidade, a mulher adorava o tempo nublado que se seguia por quase o ano todo. Realmente, calor, sol, suor, não era muito seu forte. Era amante do tempo frio, chocolate quente, vinhos, não é à toa que tinha uma coleção pantufas, de todos os formatos e estilos. Começou a colecionar esse item fazia alguns anos e pelos seus cálculos já tinha mais cem pares.

Não estava com tanta pressa de chegar em casa, John sabia cozinhar perfeitamente, se sentisse fome, ele mesmo que fosse pra cozinha se virar com as panelas, aquela brisa fresca fez linda permanecer com mais alguns giros pela cidade, queria ver o céu ficar em tons de laranja, amarelo e vermelho por conta do pôr do sol.

Seguindo sua rota como de costume, no meio do caminho, ela se depara com o carro de John estacionado a poucos metros do próximo quarteirão, conhecia de longe o carro de seu marido, ela desacelera seu automóvel e procura por ele, quando o a vista saindo de um restaurante com uma mulher, nunca virá a pessoa que está na companhia do seu marido, sendo pega totalmente de surpresa com a situação, já que conhecia todas as amigas de seu marido e ele também conhecia todos os seus colegas e amigos. Linda acreditava que nunca houve segredos em seu casamento, até aquele momento inoportuno ocasionado por seu marido, sem intenção até então.

A mulher era loira, com os cabelos curtos até o ombro, estilo Chanel. Da forma como estava virada não deu para Linda ver suas formas, mas a mesma tinha uma cintura fina e bem modelada. Demonstrando ser uma mulher deveras elegante, postura ereta. Linda de imediato não acredita no que vê. Um Milhão de perguntas passavam-se na sua cabeça, e uma delas era a que não queria lhe deixar em paz:

–Será que o meu marido está me traindo com outra?

A professora fica ali se remoendo no seu carro e pensa em como ele pôde ter feito isso com ela - Justo com ela que é tão dedicada a ele e somente a ele - A mulher fica eufórica e com raiva, aos poucos as lágrimas caem em sua face. O dia estava indo muito bem, até este momento.

Linda é casada há quase seis anos com John Terrence. Ambos se conheceram quando a moça fazia estágio na escola onde o filho do irmão de John estudava. Ela logo se apaixonou, o homem, no entanto se encantou pela jovem com ar de inocência. Com o casamento a relação esfriou e John pôs na cabeça que a culpa disso tudo era de sua mulher, que havia ficado desleixada e jurava para si mesmo que não a amava mais. Pelo contrário, Linda sempre foi muito bela, até mesmo quando se arrumava para ir à padaria ela não deixava a desejar.

Ainda ali parada dentro do carro, a professora fica se perguntando em voz alta, jogando sua fúria no volante do carro, como pode seis anos de casados, seis anos de dedicação jogados na lata do lixo? Linda tomada pela raiva acelera sua Mercedes e por pouco não arruma um grave acidente. Seu desespero quase causou a morte de uma senhora que estava atravessando a rua naquele momento. Seu estado emocional era tão crítico que não se deu conta que o sinal estava fechado.

–Preste atenção minha jovem, o sinal está vermelho, você por acaso está ficando cega? – A senhora estava indignada com a atitude da professora.

– Me desculpe minha senhora, eu estava distraída e nem vi o sinal fechar – Linda estava nervosa- Me desculpe mesmo.

Após o incidente, ela dirige de volta pra casa fim de tirar satisfações com seu marido. Mais tarde a noite, John chega em casa do trabalho e logo dá de cara com sua mulher na mesinha de centro, sentada segurando o drink preferido dele. Ele a observa e decide perguntar:

– Linda, você está bem? - Olha atônito para ela.

– Já, já vai ficar - Diz ela com melíflua, chegando perto dele e lhe entregando o copo em sua mão, logo em seguida se afasta sensualmente.

Ele toma um gole do Dry, e sem entender nada do que Linda pretendia fazer ele permanece ali parado, observando suas ações. A mulher lança um olhar cheio de desejo, seu marido agora entende o que ela quer e se engasga com a bebida. Seu copo escorrega de suas mãos e cai no chão. Não dando importância ao copo quebrado John vai atrás de sua esposa, que sobe pelas escadas dando acesso ao quarto do casal. Ele se aproximando dela.

– O que você quer? – Retruca.

– Você sabe exatamente o que eu quero.

John surpreso e ainda mais excitado com o momento não diz nada para sua mulher, que caminha com um ar provocativo. No mesmo instante ela se vira para ele, o mesmo tenta lhe roubar um beijo, Linda lhe dá um tapa na cara deixando o homem pasmo. Não ligando para agressão, ele volta sua atenção para seu estado atual, já que o mesmo era mais preocupante. Linda vendo o desespero de seu marido, pergunta:

– Me diz como ELA faz? - Linda passa a mão pelo cabelo de seu marido.

O homem continuava sem entender.

– Ela? Ela quem? De quem você está falando? - Se faz de desentendido, mas a mulher não acredita.

Por mais que ele não entendesse nada, ela decide fazer mais uma tentativa, dessa vez ela foi mais ousada indo para cima do homem, onde começou a tirar a roupa dele jogando-o só de cueca na cama. Ele olha apenas e não responde gostando do que pode acontecer.

– Ah John, não brinque comigo. - Ela diz para o marido, que solta um riso satisfeito

A mulher se levanta da cama e se afasta, ele por sua vez levanta junto e lhe agarra, fazendo com que ela fique de costas para ele. John começa a tirar seu sutiã beijando suas costas. Ela vira de frente para seu marido com as costas nuas, apenas. Linda começa a beijar até que o morde, ele para e coloca a mão no lábio inferior que está machucado com a mordida. John estupefato.

– O que há de errado com você? - Pergunta segurando o lábio que começa a latejar.

– O que há de errado com você, John? - Rebate Linda com a mesma pergunta.

– Eu não estou entendendo? - Murmura o homem confuso.

Linda fecha os olhos refletindo suas palavras até que lhe lança um olhar incisivo.

– É simples, responda. Quem é ELA? - Escandindo as palavras com precisão.

John desvia seu olhar e paira por um instante, tentando assimilar a situação. Então fala o que vem em sua mente.

– Não há ELA, você está louca? De onde você tirou isso? - Indaga severo.

Linda se aproxima dele não convencida.

– Ok John! Vou dar uma volta. Não vem atrás de mim! - Ela dá a volta e vai em direção ao corredor passando pela porta. John vai atrás dela, ambos descem as escadas.

O homem a olha, repara que ela está praticamente sem nada a não ser pela sua roupa íntima. Ele segura sua esposa e avisa sobre a roupa inapropriada para a "volta" que ela pretendia dar. Foi uma tentativa sem sucesso. Linda faz uma pausa no penúltimo degrau quase ao chão e vira-se para John.

– Você tem até esse último degrau da escada para me contar quem é ela. Caso contrário, farei a alegria dos homens lá fora. - Ela espera uma resposta de seu marido. - Eu não sou besta John, vi você e uma loira azeda saindo do restaurante hoje.

John sem muito acreditar nas palavras de Linda decide dizer algo, já que a sua mulher estava na ponta da escada.
Pensa como pode contar a história para a esposa, então começar a falar.

– Sabe aquele vice-presidente que fez questão de um negócio com a minha empresa, porém se eu estivesse à frente do fechamento do acordo?

Linda se lembrando da conversa que tiveram há duas semanas mais ou menos e murmura duvidosa.

– Sim lembro e daí?

– Na verdade não era um homem e sim uma mulher. Não quis contar a você porque sabia que você iria se irritar, por ser uma mulher, não iria querer que eu fosse adiante com o negócio... Mas nossa empresa precisa desse acordo. E então menti pra você com relação a isso. Mas não há mais nada. Tivemos algumas reuniões e só isso.

Linda ainda sim, não acreditou em uma só palavra do marido, por mais que a história tivesse algum sentido. Seu inconsciente dizia para não acreditar em nada. Decidida a levar isso adiante, ela se move em sua direção.

– E por que levar ela para almoçar logo no nosso restaurante preferido? - Sua indagação soa insistente.

John vendo que a mulher não iria ceder facilmente resolveu apelar para outra tática. Pensou um pouco e lembrou que há um mês iriam fazer seis anos de casados e que a melhor maneira deles voltarem para o que estavam fazendo há poucos minutos atrás, é se ele entregasse o presente de Linda naquele momento.

John subiu as escadas a pulos largos indo para o quarto do casal e foi direto para a cômoda de cuecas dele. Sabia que sua mulher odiava mexer em suas coisas e que lá ela não acharia o presente.

Enquanto isso Linda espera pela resposta do homem um tanto desatenciosa, não fazia mais questão em saber da verdade, porém por pura vontade de ver John se explicando ao máximo, ela continua a jogar com a preocupação do homem. Voltando para a sala o homem parou no mesmo degrau que a professora e lhe deu um beijo casto.

– Vamos deixar essa conversa pra lá. Não tem nenhuma importância isso, o que mais importa é o nosso aniversário. Feliz seis anos de casamento!

Linda que não é besta sacou qual era a do marido e fez exatamente o que ele queria. Deixou-se levar pela ladainha dele e assim recebeu o presente que ele segurava. Ao abrir a caixinha de veludo azul marinho deu de cara com um conjunto de colar, brincos e anel em esmeraldas cravejadas com pequenos diamantes em um tom quase apagado de rosa. Fingindo-se de emocionada, olha com mais intensidade para o objeto. Até que o presente é muito soberbo. Pensa Linda.

– Meu amor elas são deslumbrantes, eu adorei. Passei meses de olho nesse conjunto e você os comprou pra mim... - Ela pausa por segundos e então continua. - Mas isso não é a resposta da minha pergunta. - Ela fecha a caixa que está em suas mãos.
John pensou em uma desculpa para se safar dessa e tê-la por essa noite.

– Amor não fui eu quem escolheu... Foi ela. Eu apenas aceitei, já que temos que fechar este negócio o quanto antes. E aliás, lá tem comidas ótimas. Porque eu iria dizer não? - Em um tom de serenidade, ele continua - Vamos amor, para mim não significou nada, apenas trabalho.

Ele se aproxima dela e a professora não recua, cedendo aos caprichos do marido. John lhe dá um beijo intenso de tirar o fôlego. Linda para de beijar e sobe as escadas indo até o quarto. Guarda seu presente no cofre, coloca sua camisola e se deita na cama que está um pouco bagunçada. John por sua vez vai atrás dela totalmente insatisfeito e pronuncia algo:

– Linda hoje eu quero você. Você é minha mulher! - Sua voz sai como uma ordem para sua esposa.

Linda por dentro se divertindo, tenta parecer um pouco exausta e lhe responde:

– Amor hoje não, ta? Não estou muito no clima. - Vira para o lado cobrindo o corpo e fecha seus olhos fingindo dormir.

John olha para a esposa sem acreditar no que está vendo. Pela primeira vez em anos Linda, lhe deixou a ver navios, mal sabia que da existência do pequeno sorriso de vitória que brotava no rosto da mulher ao seu lado. O Sr. Terrence deitou, virado para o outro lado da cama inconformado.

Refletindo sobre o que havia acontecido agora pouco. Assim pegou no sono. Estava longe de saber, que daquela noite em diante sua vida viraria de ponta cabeça e isso tudo porque Linda não consegue controlar seus próprios instintos e não sabe do que seria capaz de fazer se algo desse errado.

Amanheceu e as luzes invadiam o quarto do casal. Quando John despertou, um pouco desnorteado, não encontrou sua mulher na cama, olhou para o relógio ao lado e viu às horas. Era cedo e sábado. Linda nunca acordava às oito horas no sábado e nem em dia algum quando não trabalhava. Se levanta achando que ela estaria na cozinha preparando o café da manhã e quando chega não vê ninguém, e nem sinal do café, o que lhe deixa um tanto quanto abismado com tantas primeiras vezes acontecendo.

O marido de Linda não acredita no que está acontecendo, volta para o quarto e veste um moletom. Pensa em entrar no banheiro para escovar os dentes, mas pensa que ela não pôde ter ido longe demais, então só arruma o cabelo rapidamente se olhando no espelho e desce em passos largos pela escada.

Instante depois vai até a cozinha na esperança de que Linda estivesse chego da padaria ou algo assim. Porém nada da mulher. Em uma tentativa de achá-la, pega seu celular e digita os números correspondentes ao da esposa, clica em ligar e segundos depois, ouve um celular tocar, é o dela, a professora havia-o deixado em casa. Era rara as vezes que ela saia sem o celular, ou esquecia-o em casa. Aonde Linda havia se enfiando, qual buraco ela resolveu se esconder? - John não sabia responder e não imaginava onde ela estava e com quem estaria.

Linda está no Audi A4 preto de seu marido, dirigindo como se fosse uma louca pelo seu bairro Magnólia. Sente que há alguém lhe perseguindo. Ela está usando nada mais que sua camisola sexy e sua roupa intima. A mulher então para e olha o local. O lugar é sutil e calmo. O sol já cobria a cidade de Seattle que agora está iluminada. Há árvores pelas calçadas, as casinhas são enfileiradas com jardins bem cuidados.

Pelo horário ninguém estava na rua e algumas pessoas só saiam para pegar o jornal do dia, quem seria louco de pôr a cara na rua em pleno sábado? - Mesmo pensando nisso, ela não estava tão preocupada assim.

Linda desce do carro e vai em direção a uma casa com portas grandes de carvalho, bem trabalhada e uma maçaneta no estilo colonial. Bate na porta por três vezes e quando enfim desiste virando para ir embora a porta se abre.

De dentro sai um homem alto, branco, olhos incrivelmente azuis, cabelo castanho, um porte físico atlético e a barba por fazer. Tinha seus trinta e cinco anos de idade, tais não eram perceptíveis pela sua boa saúde e aparência jovial.

O homem é o professor de literatura da escola onde Linda trabalha aqueles dos olhos azuis que não desgrudaram da mulher na sala dos professores e nem em muitas outras situações. Ele sempre dava em cima dela, mas Linda todas às vezes não ligava ou sempre cortava as iniciativas do colega, pois respeita seu marido, até então. O professor, Michel Kuller, a olha com admiração, e também com ar de surpresa.

– O que aconteceu? - Ele então pronúncia as palavras com brandura e se abaixa para pegar o jornal do dia. Linda olha para ele observando seus movimentos.

– Nada, mas pode acontecer se você quiser. - A ação presente pega o homem de surpresa. Desconfiado ele a examina.

Tomada por um estranho calor, a Sra. Terrence segura o seu colega de trabalho pelo pescoço e lhe dá um beijo que ela mesma nunca deu no seu marido ou em qualquer outra pessoa na vida. Pega pelo desejo que nem ela sabe de onde veio se deixa aproveitar por cada segundo daquela situação perigosa. Não tendo noção de que estava na porta da casa de uma pessoa quase desconhecida e só de lingerie.

Linda enfim desperta daquele beijo ardente pedindo desculpas a Michel e sai correndo de volta para o carro. Deixando ali o homem absorto em seus pensamentos e incredulidade. O professor passa a língua nos lábios para sentir a última ponta do gosto daquela que o acabará de beijar sem motivos.

Enquanto isso Linda está no carro desnorteada sem entender como tudo aquilo aconteceu e por que ela estava somente de roupa íntima no carro de John, e na porta da casa do seu colega de trabalho?

Com os nervos à flor da pele, ela sai dirigindo pela cidade a fora e consegue parar em um lugar que parecia uma praia abandonada. Pelo estado decrépito do local, imaginara que aquele lugar não era frequentado por pessoas há anos. A professora sai do carro e anda um pouco para pensar no que havia feito há minutos atrás.

Ainda nervosa com todos os acontecidos da noite anterior e pela sua última loucura logo cedo, Linda segura uma lágrima e respira fundo por duas vezes.
Na certeza que ninguém estivesse por perto, até pelo local que se encontrava abandonado e sem vida, ela caminha mais um pouco chegando à orla do mar. mar estava calmo, as ondas dormentes. A mulher fica ali olhando para a vista incrível das ondas do mar em sua frente. Com isso não nota que havia uma pessoa lhe observando a uns trinta metros dali.

Não muito distante dali, John ainda está preocupado com o sumiço repentino de sua mulher. Havia procurado em alguns lugares da casa e pela vizinhança.
Até que ele decide pegar seu carro e ir atrás dela.

Pega as chaves no armário da cozinha, veste um casaco, vai até a garagem e percebe que a mulher saiu no dele. Vendo o dela lá parado, ele então pega o carro e vai à procura de sua esposa pelas ruas, mesmo não sabendo onde ela está.

Descontrolado por imaginar que ela poderia estar da mesma maneira que foi dormir na noite passada, John dá um giro pela cidade e sua cabeça fervilhando em mil pensamentos.

– Onde essa louca se meteu? - Jonh fala consigo mesmo.

Depois de um tempo desiste e dá o retorno para casa. Chegando, estaciona na garagem, sai do carro e bate à porta com ferocidade. Ao passar pela frente de sua casa ele não nota que o seu carro estava estacionado quase na calçada em frente da casa. Entrando em sua residência, fecha a porta, e pendura o casaco no cabide logo atrás da mesma. John virando joga a chave na mesinha da sala e então leva um breve susto depois de erguer a cabeça.

Sua esposa que havia desaparecido estava na sala sentada, agora com camisola e lingerie nova. Ela olha para ele ali parado, abismado e então diz:

– Onde você estava? - pergunta com muita calma - não vi você em casa e meu carro não estava garagem.

John olha confuso para ela, aliás, era ela quem havia sumido sem dar explicações.

– Onde VOCÊ estava? - Retruca ele.

Linda se faz de desentendida e dá um passo em sua direção.

– Como assim? Eu estava no banheiro, depois fui comprar pão e o leite.

– Não, você não estava no banheiro. Quero saber onde você estava agora?! - Ele fica com raiva.

– John eu estava no banheiro. Você foi ao banheiro por acaso? Pelo visto nem se deu o trabalho de conferir.

John reflete às palavras e percebe que se precipitou na hora de ir procurá-la.
Ele olha mais uma vez para Linda, confuso e vê uma razão de desmascará-la. Sobe até o quarto dos dois e vai até o banheiro, onde estava molhado. A banheira com água e espuma, como se alguém tivesse acabado de sair dali. Ele então desce pelas escadas e à procura.

Ela está sentada no sofá. Linda olha para ele e então levanta. John chega perto dela, ainda preocupado, lhe agarra e dá um beijo, depois lhe pede desculpas. Ela volta a beijar ele com delicadeza, do jeito que ele gosta e faz uma pausa.

– Amor, vai tomar um banho que eu preparo o café - Linda sai da sala de forma seca e fria.

Encaminha-se para cozinha a fim de preparar o café. John sobe para o quarto e senta na cama. Curvado, apoiando o seu rosto nas mãos, o homem relaxa, pensando no que estaria acontecendo com sua mulher.

A situação está saindo de seu controle. Ele volta a desejar ela de forma sexual. Há tempos não se sentia assim com ela. O homem fazia seu papel de marido, mas não com tanto desejo igual à noite passada. O que aconteceu mexeu com ele, já que sua própria vida era o trabalho, jogar golfe e em último lugar vinha sua esposa.

Pensando em tudo que aconteceu em menos de vinte e quatro horas, John deita na cama e adormece em um sono pesado. Sua cabeça, corpo estavam exaustos.

Linda se encontra na cozinha, pensando no que fez ontem à noite e na sua ida repentina à casa de Michel. Como ela foi parar lá? - Não parava de fazer a mesma pergunta a cada cinco minutos.

– Eu só posso estar louca, essa é a minha única explicação - Murmura enquanto procura o pó de café. Tenta lembrar-se da manhã mais maravilhosa da sua vida. Não obtém muita coisa. Tudo está confuso em sua mente.

Ela se pergunta o que a levou a procurar outro homem. Sabia muito bem que Michel lhe fazia investidas duras e ela sempre soube colocar ele no seu devido lugar, deixando bem claro que era casada. Mas o que havia acontecido na orla abandonada com Michel deixou o caráter de Linda em cheque.

John, tampouco imaginária o tipo de "banho" que sua mulher estava a tomar horas antes dele acordar procurando por ela. Se soubesse morreria ou a mataria, das duas uma.

MOMENTOS ANTES, de John despertar... Linda percebe que não estava sozinha naquela orla, ao sair do carro dá uma boa olhada em volta e vê a poucos metros que havia alguém lhe seguido até o local. Por conta do sol um tanto claro, ela aperta as vistas e percebe que o seu seguidor misterioso é o professor. Preocupada consigo mesma e com a aparição de Michel, Linda vai até o homem e lhe pergunta o que ele estava fazendo ali.

– Você saiu da minha casa de forma estranha, sem contar exatamente o que foi fazer até lá, sem dar explicação alguma, me beijou e foi embora como se nada tivesse acontecido. Você acha mesmo que eu não iria vir atrás para saber que diabos tomou conta de você? - Ele chega perto dela e a encarou - Olha o estado que você está.
Linda se olha e novamente vê que está só de camisola o que, aliás, deixou Michel um tanto quanto incomodado ao ver a sua colega tão exposta daquele jeito. Ela decide tentar explicar.

– Michel, me desculpe não sei o que aconteceu comigo, só me lembro de ter ido dormir e quando acordei sai da cama do jeito que estava e fui para a rua. Deixei John dormindo... Ai meu Deus. John já vai acordar e não estou em casa, preciso ir.

O Sr. Kuller se aproxima dela e passa as mãos ao redor do pescoço dando um leve puxão no seu cabelo, facilitando um acesso rápido para o colo do pescoço. Com isso lhe dá leves beijos até a linha do maxilar.

Linda por um momento tenta resistir a Michel, mas aquela sensação de perigo e puro prazer lhe fez ficar ali parada só sentido o corpo dele no seu. Até parece outra pessoa. Michel dá beijos na nuca e no rosto de Linda, ele vai caminhando com ela até o carro para que ela possa ter apoio, e quando se se encostam ao automóvel, começam a se apalpar.

O professor passa as mãos em suas pernas deixando a mulher com os pelos do corpo em pura excitação. Ele dá uma mordida de leve em sua orelha e a mulher solta um gemido entre os dentes. Não resistindo mais, Michel segura ela pelos cabelos com força e dá um beijo nela, um beijo selvagem, suplicante. Sedenta de desejo a professora dá abertura para que sua língua pudesse encontrar a do homem.

Quando ambas as línguas se encontram o toque é como se uma eletricidade percorresse o corpo de Linda. Ela coloca uma de suas pernas ao redor de Michel e ele lhe ajuda colocando a outra perna em volta da cintura.
Ele á levanta um pouco mais e começa a mordiscar sua pele macia, fazendo-a soltar gemidos abafados.

Linda puxa Michel pelos cabelos e lhe deposita beijos seguidos de chupões no pescoço. A mulher lhe dá uma mordida leve, um pouco dolorida, o que faz Michel ficar mais excitado do que já estava. Ele então abaixa uma das alças da camisola de Linda deixando uma pequena amostra de seus seios. Ao vê-los ele não mediu palavras.

– São da forma como eu sempre imaginei.

John nunca havia falado aquilo para ela, nem elogiava sua esposa. Isso a fazia querer mais, ela não está mais no controle. A cada gemido que a mulher dava, Michel aprofundava os beijos, entendendo que os suspiros de Linda, para ele, era uma ordem de "ME DÊ MAIS!"

– Oh sim você está pronta, do jeito que eu sempre quis. - Ele fala sem tirar os olhos da colega.

Linda se entrega a um desejo ansiado há muitos anos, um desejo nunca sentido antes. Lutando contra a sua própria vontade e o pouco de razão que lhe era ainda existente, ela foi despertando daquela situação e logo assim se deu conta de que não estava em casa, não estava vestida adequadamente e nem com seu marido.

Isso não era pra ter acontecido, NUNCA! - Ela murmura em meio às tentativas furtivas de respirar. – A Linda vai ficar brava!

Linda empurra Michel, obrigando- o a lhe soltar. A professora cai em pé, trêmula e ofegante dando um tapa na cara de seu colega que fica sem entender o porquê de Linda falar dela mesma na terceira pessoa. A professora entra no carro totalmente desmazelada e sai dirigindo nervosa deixando-o sem reação alguma. Michel sabia que algo estava errado, e iria atrás de explicações mais tarde.