"Sério, eu tô bem… Mas qualquer sopro seu, me derruba."

Para o meu azar acordei muito mal na segunda-feira. Em pleno começo de semana. Um dia qualquer de aula. Estava tão ruim, que mal consegui levantar. Impulsiona meu corpo pra frente para sair da cama e ele voltava com tudo pra trás. Cansada de lutar contra mim mesma, eu apenas virei pro lado e voltei a dormir tranquilamente.

É claro que perdi a amanhã inteira de aula.

Acordei faltava um pouco menos de dez minutos para o fim da última aula e eu ainda me encontrava na cama sentindo uma forte dor de cabeça. Além do peso da culpa por ter exagerado muito no dia anterior com o Tyler, só consegui pensar em sair voando da cama e ir direito para o banheiro colocar tudo pra fora. Ajoelhei-me diante do vaso sanitário e vomitei sentindo nojo de mim mesma. Após isso, ao me levantar, senti as pernas tremendo, meu estomago embrulhar novamente e a infernal dor de cabeça.

Não conseguia nem por um segundo me manter em pé e voltei a me atirar sobre a cama. Tentando não pensar que tinha perdido aula, pela primeira vez, e que me matariam por isso. Quanto mais eu insistia em pensar, mas minha cabeça doía. Forte como um martelo batendo em um prego na parede. Encarando o teto, fiquei me perguntando porque as meninas não me tiraram da cama para ir a aula.

Estava muito perto de cochilar outra vez – já que o sono me parecia a última saída para não sentir nada – ouvi vozes bem próximas a mim. Era a Amy sentada na cama ao lado me olhando seriamente.

— Acho bom você dá um jeito de levantar imediatamente daí. – ela deu um meio sorriso. Algo misturado com preocupação e alivio. — Daqui a pouco vai entrar uma batalhão de pessoas dentro desse quarto pra saber o que de tão grave você tem pra ter perdido todas as aulas de hoje.

Esse batalhão era o pessoal que trabalha na escola.

— Não consigo. – juro que tentei, mas novamente não funcionou. — Estou me sentindo muito mal.

— Seu irmão não vai gostar nada de saber...

— Você não precisa contar pra ele! – entrei em desespero. A única pessoa que eu poderia temer era o Oliver. Que não estava lá muito bem ultimamente, e quando soubesse que abusei, ficaria uma fera. — Apenas me ajude... Me ajude a sair daqui antes que...

Quase caí no chão como uma fruta madura no alto de uma arvore.

— Deixa eu te ajuda vai. – não era a voz da Amy, ou da Natalie que não estava ali no momento me dando uma bronca daquelas sabe-se lá porque. Era o Jesse. O Jesse! Mas porque logo o Jesse...?

— Obrigada. – agradeci meia sem jeito quando ele conseguiu finalmente me sentar sobre a cama como uma pessoa normal. Mal consegui olhar pra ele. Me sentia completamente envergonhada por minhas atitudes infantis. Exatamente como meu irmão mesmo disse.

Não queria ser para o Jesse uma preocupação a mais além da Alexa.

— Do que você precisa? – A Amy já estava de pé. — Uma aspirina? Um banho gelado? Alguma coisa pra comer? Ou nenhuma das alternativas?

— Tudo. Ou qualquer coisa que pelo menos faça com que eu consiga ficar de pé.

Amy procurou primeiro pelo remédio.

— Quando é que você vai mudar? – o Jesse ainda estava olhando fixamente pra mim com cara de desaprovação. Exatamente como meu pai faria comigo em uma situação como essa. — Quando é que vai perceber que essas coisas não te farão bem. Que isso é completamente estupido e ridículo, uma atitude imatura e completamente sem noção?

Amy reapareceu com um comprimido e um copo com água.

— Agora tome isso. – eu joguei dentro da boca o comprimido e pra ajudar a descer bebi todo o copo com água. — E escute o Jesse. Já que não importa o que eu diga... Você não vai me dá ouvidos. – ela se baixou um pouco e beijou o alto da minha cabeça.

Me sentia tão pequena como uma criança. A Amy no papel de mãe, que defenderia a filha rebelde não importasse o que eu tenha feito. E o Jesse o pai que acreditava que uma bronca seria a melhor solução pra que no mínimo eu sentisse vergonha do que fiz.

— Qualquer coisa estou aqui fora. Me chamem se precisarem de mim. – e a Amy saiu fechando a porta cuidadosamente.

— Você deveria ter vergonha disso. – Jesse continuou. Mas eu não conseguia olhar pra ele. Me sentia uma tola. — Não é mais uma criancinha, Hayley. Sabe que não é certo. Sabe que as consequências poderiam ser piores que uma dorzinha de cabeça e uma ânsia de vomito. O Tyler deveria cuidar melhor de você. Ele não deveria permitir que...

— O Tyler não tem nada a ver com isso.

Disse tão baixo que pensei que ele poderia não escutar. Mas escutou, mas foi como se não tivesse escutado e logo voltou ao discurso.

— Eu detesto quando você age assim. – o tom de voz dele era duro, até um tanto cruel. Não saberia dizer de que forma o Jesse ficava mais bonito: normalzinho ou todo bravinho comigo. Quase deixei um sorriso escapar ao pensar nisso. — Sabe que eu nunca aprovei certas atitudes suas..

— Jesse. Por favor. Para. – levei as mãos a têmporas muito pacientemente, massageando-as devagar.

Ele já estava passando dos limites com aquele discursinho que eu saberia de cor. Eu sei que fui errada. Sei que sou errada. Sei que não sou em nada como ele gostaria que eu fosse. Mas eu nunca quis ser como as pessoas esperam que eu seja. E esse é o propósito. Eu sou assim. E não espero que ele me entenda. Ou que as pessoas entendam. Afinal, nem eu mesma me entendo. Só espero que me aceitem.

— Para você Hayley! – ele se sentou na minha frente com as mãos sobre os meus joelhos. Mas ainda não conseguia olhar nos olhos dele. Tentava olhar para qualquer outro lugar. Assim não me sentia tão ridícula e imatura. — Para de beber, para de fumar, para de usar aquelas coisas. – ele fez uma careta de nojo. E isso foi a gota d’água pra mim.

— Amy! – gritei pra que ela pudesse ouvir mesmo através da porta fechada. — Amy, por favor, tira esse garoto daqui.

Mas quando mais eu gritava, mas minha cabeça e doía e tudo que eu mais queria era voltar a deitar na minha cama e me cobrir com o meu cobertor até tudo isso passar. A vergonha, o efeito do álcool e das drogas. Não queria ver o Jesse. Na verdade, ele era a última pessoa que eu queria ter ali me passando um sermão. Ele que fosse atrás da Alexa e cuidasse dos problemas dela. Dos problemas deles.

— Hayley para!

— Amy! – continue a gritar feito uma descontrolada e fiz menção de me levantar, mas o Jesse me puxou bruscamente pra trás e eu voltei a sentar. Olhei assustada pra ele, perguntando apenas com um olhar o que ele tinha feito e que não tinha aquele direito. Eu só queria que a Amy voltasse pra dentro daquele quarto e me ajudasse a me recuperar e ele que fosse embora. Evaporasse.

— Deixa eu cuidar de você, Hayley.

O tom de voz dele agora sereno como o anoitecer. Senti que dentro de mim, só de ouvir a voz dele, tudo voltava ao seu devido lugar. Minha agitação, meu pavor, minhas dores e minha inquietação deram espaço a calmaria, a vontade de proteção, de cuidados e carinho.

— Não são essas coisas que vão fazer de você uma pessoa diferente, única e exclusiva. Você não precisa delas para provar nada pra ninguém. Você sendo quem é já é diferente de tudo que eu já conheci antes. – e então ele sorriu e eu tive que olhar bem pra ele. — Com esse seu cabelo azul, a personalidade forte, suas roupas esquisitas, a maquiagem pesada, a falta de jeito, nada de feminilidade, lacinhos ou cor-de-rosa... Faz com que eu goste tanto, mais tanto, de você. Mesmo você sendo toda errada e toda cheia de estragos. Eu me peguei olhando pra tudo isso e gostando tanto de você e amando tanto cada detalhe seu. Como se nada no mundo fosse tão bonito ou correto, menos perfeito, porque perfeição é uma palavra que realmente não cabe a você.

Eu consegui sorrir. Ele dava um toque de graciosidade a tudo que dizia com tanta naturalidade. O que me fez lembrar os reais motivos de eu ter passado dos limites no dia anterior: foi quando eu vi ele e a Alexa no pátio, ela parecia tão mal e sem chão, mas de repente, ele a fez sorrir e tudo pareceu bem outra vez. Exatamente como ele está fazendo comigo agora e isso eu não posso aceitar. Eu quero ser única pra ele!

— Tá tudo bem ai? – A Amy voltou a aparecer. Agradeci mentalmente por isso. Se ela não tivesse aparecido a tempo eu certamente teria tido outra ataque de ciúmes e indignação.

O Jesse realmente não merecia isso, ele estava dando tudo de si para o meu próprio bem. Porque ele é realmente bom nisso. Acho até que ele devia deixar a música de lado e seguir nessa carreira. Ou reconciliar as duas coisas (se for possível). Ele sabe cuidar das pessoas. Sabe exatamente como fazer com que elas se sintam melhores.

— Acho melhor a gente acelerar aqui. – ela trancou a porta, agora passando a chave. — Ouvi boatos no corredor que a direção já está atrás da senhorita Collins para saber o porquê ela faltou na aula hoje.

O efeito do remédio estava pouco a pouco fazendo efeito. Mesmo assim precisei da ajuda da Amy e do Jesse – o que foi ridículo para alguém do meu tamanho e da minha idade – para ir até o banheiro tomar um bom banho para a ressaca passar por inteira.

— Você não vai ficar aqui né? – olhei para o Jesse um pouco mais atrás da Amy, parado na porta do banheiro após me colocar ali dentro. — Ou também quer supervisionar meu banho?

Acho que ele estava pensando exatamente nisso quando fiz a pergunta a ele, porque ele demorou um tempinho pra entender.

— Ah, desculpe. Eu vou estar aqui fora.

A Amy fechou a porta trancando nós duas dentro do banheiro e quando voltou a olhar pra mim caímos na risada com o episódio de agora pouco enquanto ela me ajudava atirar aquela roupa de ontem.

— Se bem que eu não me importaria nenhum pouco se ele quisesse ficar.

— Portanto que eu não tivesse que fazer parte disso. – completou a Amy. Depois rimos de novo enquanto me encaminhava pra de baixo do chuveiro e senti um tremor quando a água bateu no meu corpo.

Dez minutos depois saí do banheiro já vestido algo melhor e encontramos o Jesse sentado em uma das camas.

— Vou pegar uma coisa pra ela comer. – a Amy disse pra ele como se eu não estivesse bem ali. — Fique aqui e fique de olho nela.

Como se eu fosse uma criança! Estavam pegando pesado comigo.

— Sabe como foi que a gente te encontrou? – ele quebrou o silencio enquanto eu, de frente ao espelho, penteava o cabelo azul molhado.

Fiz que não com a cabeça. Acho que também nem queria saber. Se fosse importante eu realmente lembraria. Mas me lembro de pouca coisa.

— Você estava desmaiada no quarto do Tyler. E ele que também não estava nada bem começou a entrar em desespero quando percebeu que você não queria acordar. Naquele momento, que já era muito tarde da noite, eu estava indo pro meu quarto dormir quando vejo o desespero dele sem saber pra quem pedir ajudar. Eu corri até ele e perguntei o que estava acontecendo quando te vi caída no chão. Enquanto fui te ajudar, pedi que ele chamasse alguém. Foi então que surgiu a Amy e com a ajuda dela nós te carregamos até o quarto e te deitamos na cama. Ficamos com medo de pedir ajuda a enfermaria após o Tyler ter relato mais ou menos o que tinha acontecido entre vocês. Ficamos realmente preocupados com você. Você tem noção disso? Fiquei com medo que você não acordasse mais...

O relato dele não ajudou em nada para que eu me sentisse melhor, pelo contrário, pensei na humilhante situação de ser encontrada caída no quarto de um garoto – mesmo que meu namorado – além de ser proibido, fiquei pensando no que os outros garotos – que são sempre maldosos – teriam pensando ao me ver sendo carregada pelo Jesse e Amy inconsciente pela ala masculina até chegar ao meu quarto.

— Cheguei! – Amy cantarolou com alguma coisa de comer em mãos. E mais uma vez no dia ela havia me salvado de mais constrangimentos.

Sentei-me na cadeira giratório da escrivaninha para comer as panquecas e tomar o leite puro que Amy havia trazido pra mim.

— Precisamos pensar em alguma desculpa pra Hayley dizer a direção do porquê de ter perdido a aula.

Enquanto comia ouvia eles falaram de mim como se eu não fizesse parte daquilo, como se eu não estivesse ali ou como se minha opinião pouco importasse. Já que eu era a culpada por tomar o tempo deles.

— Ufa, cheguei. – viramos os três ao mesmo tempo na direção da porta onde a Nath entrava com algumas pastas em mãos. — Como ela está? – antes de perguntar, ela deu uma rápida olhada em mim e depois virou-se pra Amy e para o Jesse com ar de preocupada. — Desculpem por não poder ter vindo antes para ajudar. Eu tive que ir a reunião do conselho depois da aula e eles tomaram praticamente todo o meu tempo!

— Ela está bem agora. Vomitou, fez uma ceninha, tomou um remédio, um banho morno e agora está comendo. - o Jesse respondeu.

— Ei, eu estou bem aqui. – protestei. — Não me tratem assim, não sou mais uma criança!

— Não é mais, mas age como se fosse. – o Jesse completou. — E é exatamente dessa maneira como você merece ser tratada. – ele voltou-se para as meninas outra vez. — Poderíamos dizer que ela acordou com febre, algumas dorzinhas, sentindo um mal estar e por isso não foi a aula.

— Ótimo. Parece uma boa desculpa. – Nath disse.

Fiquei de canto, ainda observando-os enquanto terminava meu “lanchinho”. Continuava a não gostar da maneira como eles estavam encarando aquela situação. Mas no fundo, preciso admitir que estava gostando muito que os três – que são muito importantes pra mim – estarem cuidando de mim como nunca cuidaram de mim antes.

Porque as vezes, por mais que não admitimos, sentir-se cuidada, protegida, acolhida é exatamente o que a gente precisa quando estamos por baixo, mesmo que tenha sido eu a culpada.

A diretora e alguns de seus assistentes chegaram minutos depois após o Jesse ter saído do quarto. Amy e Natalie continuaram ao meu lado enquanto eles me interrogaram e eu disse, exatamente aquilo, que me os três pediram que eu dissesse para que as coisas não complicasse para o meu lado. E funcionou. Porque nenhum deles pareceu ter percebido que eu estava mentindo e que meus amigos faziam parte desse complô.

Mesmo assim eu teria que recuperar de alguma forma as aulas perdidas, porque estávamos nos aproximando de algumas provas e a diretora disse que cada minuto nas aulas eram muito importantes.

Adormeci pelo resto do dia e só acordei quando ouvi uma pequena discussão vindo do lado de fora da porta do meu quarto. Por um momento pensei na hipótese de ser a Amy e a Natalie. Mas elas nunca brigaram daquela maneira. E as vozes eram masculinas. Fiquei apavorada só de pensar se era o meu irmão que saberia de tudo porque a linguaruda da Amy contou tudo a ele mesmo eu dizendo que não deveria.

Levantei-me só pra ouvir tudo por trás da porta.

— ... Tyler, você só tem que entender que essas coisas não fazem bem pra ela e querendo ou não você tem uma grande influência sobre isso. Você como namorado dela não deveria permitir que isso acontecesse...

— Eu não tenho culpa! Quando eu conheci a Hayley, ela já era exatamente assim, eu nunca a influenciei pra nada. Pelo contrário, nós sempre nos demos bem porque nós sempre nos identificamos muito...

— Mas isso não é certo!

Eles não gritavam um com o outro, mas também não falava baixo como duas pessoas conversam normalmente. Estavam mesmo discutindo. Os dois pareciam prestes a perder o controle. Eu sabia que eram muito diferentes – com nada em comum além de mim - e nunca foram muito próximos apesar de fazerem de tudo para se darem bem.

— O que não é certo, é você Jesse, está se metendo no meu relacionamento com a Hayley. Isso é coisa nossa! E você não tem nada a ver com isso. Ela fez a escolha dela e está comigo e não com você.

Vi isso como um desafio. Quase como se o Tyler jogasse na cara do Jesse o fato de estarmos namorando.

— Eu gosto dela! – Jesse disparou claramente em alto tom. — E eu me preocupo com ela. Até mais do que você parece se importar. Caso contrário não permitiria...

Houve uma pausa e nesse momento meu coração acelerou. Sei que o Jesse jamais seria capaz de bater em alguém, até porque ele detesta quando eu ajo assim como um animal mesmo quando se trata da Alana que é muito pior que eu. Mas o Tyler, ah o Tyler, ele é capaz de qualquer coisa.

Abri a porta no mesmo instante.

— O que está acontecendo aqui?

O soco que o Tyler ia dá na direção do rosto do Jesse parou no ar, como quando se pausa um filme, bem quando eu apareci.

— Tyler! Você não ia bater nele, ia?

O braço dele caiu no ar e voltou para a lateral do seu corpo, antes de me dar qualquer explicação, Tyler me pegou de surpresa com um abraço.

— Que bom que você está bem, meu amor.

Vi pelo canto do olho o Jesse se afastar.

— Tyler – o afastei com as mãos. — O que deu em você? Você ia mesmo bater no Jesse, é isso mesmo?

— Ué, porque ficou tão incomoda com isso? Eu ia sim. Hayley, você não entende. Ele me tirou do sério. Isso porque você não ouviu o que ele disse e deu a entender.

— Você não tem esse direito! – aumentei o volume da minha voz. — E não ouse a pensar nessa hipótese de novo. Ou eu mesma acabo com você em um estalar de dedos.

Corri atrás do Jesse antes que fosse tarde demais. Encontrei-o não muito longe da ala feminina. Onde até pouco tempo ele estava discutindo com o Tyler mesmo sabendo que isso não era certo. Mas que eu não poderia julga-lo, afinal, eu faço tudo errado o tempo todo.

— Porque foi até meu quarto? – perguntei cada vez mais próxima dele. Ao ouvir minha voz ele virou-se lentamente na minha direção. — Queria me falar alguma coisa?

Não era essa pergunta que eu ia fazer.

— Queria saber como você estava se sentindo. – ele disse, parado há um metro e meio de mim. — Mas parece que o Tyler teve a mesma ideia que eu, e quando cheguei lá, acabamos nos encontrando.

— E começaram a discutir.

Talvez envergonhado por isso, ele apenas fez que sim com a cabeça e desviou o olhar, passando a mão pela nuca.

— Eu vou procurar a Alexa.

— Não! Espera!

Outra vez ele virou-se pra mim.

— Eu queria agradecer por hoje mais cedo. Por tudo que você fez por mim mesmo não gostando da maneira como eu ajo. – dei um passo à frente. — Obrigada... por ter cuidado de mim.

— Não tem de que, Hayley.

Sorrimos um para o outro. Mas um sorriso vindo dele não era o suficiente pra mim naquele momento. Então o abracei. Muito forte. E não demorou muito para ele corresponder com seus braços em volta do meu corpo, suspirando forte perto do meu pescoço.