De repente entrou na sala um Bretão, ele era alto demais para sua raça, tinha olhos azuis marinhos e cabelos pretos, usava roupas totalmente marrons, e meio acabadas, logo quando entrou abriu um enorme sorriso, abriu a mochila que levava e começou a mexer dentro dela, ele tirou de lá um livro que na capa tinha um símbolo daedra.

– Por favor façam silencio todos! – gritou ele para a sala numerosa, a maioria se calou e focou a atenção nele, outros continuaram conversando, eu gostei da lógica do colégio de Winterhold, quem quer aprende, quem não quer não aprende! O homem continuou falando – meu nome é Vokun, que significa sombra, serei o professor de Ilusão de vocês!

“Vokun” eu gostei do nome! Na verdade do significado dele, ele me olhou de longe e pareceu focar sua atenção em mim.

– Bem, vamos as apresentações do alunos novos – disse ele me olhando com um sorriso

Fingi que não estava ouvindo e virei para o outro lado, ele pegou um papel sobre sua mesa e começou a ler os nomes, até chegar ao meu.

– Tinnaff! – disse ele

Droga, não tinha mais como fingir, levantei, deixei minha mochila no chão e fui até ele.

– Por favor apresente-se! – disse ele apontando para os alunos

Virei para eles, todos me olhando.

– Olá, meu nome é Tinnaff, sou um Khajiit, vim de Elsweyr, fora de Skyrim – enquanto eu falava notei dois nórdicos conversando e rindo – tem mais algo que gostaria que eu dissesse?

– Não, fale só oque quiser. – afirmou o professor com o papel dos nomes ainda na mão

Voltei com passos longos para a minha mochila, e me sentei do lado dela, o professor deu mais uma lida no papel.

– Katrin! – gritou o professor

Outro aluno novo? Ou melhor, aluna, era bom saber que eu não era o único aluno novo lá, uma imperial se levantou e foi até lá na frente, ela estava com um livro na mão.

– Me chamo Katrin, sou uma imperial de Solitude, capital de Skyrim – ela tinha cabelos pretos, olhos azuis água, estava usando um vestido branco, com um casaco roxo por cima e botas pretas com um detalhe vermelho.

– Certo, só temos esses alunos novos? – perguntou o professor esperando que alguém dissesse o contrario, ninguém disse uma palavra se quer – então vamos começar a aula!

Ele começou a escrever com magia numa das paredes. Ele estava escrevendo oque era a magia de Ilusão, eu fui mexer na minha mochila procurando um papel e um pedaço de carvão para copiar, os encontrei e comecei a copiar: “A Ilusão é uma arte praticada desde os tempos mais antigos, ela é uma das artes mágicas mais utilizadas em combate com inimigos grandes...” o texto era grande demais para eu escrever tudo aqui. Foquei novamente a atenção na garota elfa que tinha vindo falar comigo, Âlara, fiquei curioso para saber qual era o feitiço que encantava aquela diadema em sua cabeça, mas não ia sair perguntando esse tipo de coisa para as pessoas que acabei de conhecer. Passou-se o dia todo de aula, e ao final dela, fui para o meu dormitório, precisava escrever uma carta avisando meus pais que eu poderia dormir no colégio, se não eles ficariam preocupados com o fato de eu não ter voltado. Quando entrei no quarto havia um Bretão de costas para mim, mexendo na gaveta, ele era muito pálido.

– Errr... olá? – disse meio sem graça

– Ah! Oi, você deve ser meu companheiro de quarto... – disse ele estendendo a mão

– Eu respondi ao cumprimento.

– Meu nome é Bazzir – disse ele voltando a mexer em suas coisas – e o seu?

– Tinnaff... – respondi diretamente

– Hum... nome legal, significa honra né? – perguntou ele

– Sim – respondi me dirigindo ao meu guarda roupa

– O meu significa sofrimento – disse ele não parecendo preocupado com seu nome

– Sofrimento? Oque seus pais estavam pensando quando te deram esse nome? – perguntei aflito por um pai dar um nome desses a seu filho

– É uma sátira, ele queria que a ultima coisa que meus inimigos mortos lembrassem fosse do “Sofrimento” – respondeu ele rindo

Eu ri junto a ele.

– Nossa, é a primeira vez que divido o quarto com um Khajiit! – ele foi a primeira pessoa nesse país que me chamou de “Khajiit” sem o objetivo de me ofender – só não solta pelos na minha cama hein! – complementou ele rindo

Eu não achei graça na piada, mas não parecia que ele fez aquilo para me ofender, então dei uma risada forçada.

– Espero que não tenha se ofendido... – disse ele se sentando em sua cama

– Não, não foi nada! – respondi pegando o papel e carvão da minha mochila

– Vai escrever para alguém? – perguntou ele

– Sim, tenho que avisar meus pais que eu vou dormir aqui... – respondi e comecei a escrever a carta em cima da cômoda

– Hum... – disse ele olhando para o teto

– Seus pais sabem que você está aqui? – perguntei inocentemente

– Meus pais? Estão mortos... – respondeu ele se deitando na cama

– Mortos? Desculpe seu eu... – falei meio sem graça por ter tocado num assunto tão delicado

– Nada! Eu já superei isso faz é tempo... – disse ele

– Mas, se eu não estiver sendo muito intrometido, como eles morreram? – perguntei

– Eles morreram poucos dias depois de eu nascer, ataque de Falmers – respondeu ele mexendo em seu cabelo

– Falmers? Oque são Falmers? – perguntei curiosamente

– Você não sabe oque é um Falmer? Ah é! Esqueci que você não é daqui! Qualquer hora eu te explico oque é... – respondeu ele

– Como você vive? – perguntei

– Meu tio, ele me sustenta, mas não quer que eu more com ele, por isso entrei nessa escola, não estou aqui para estudar, estou aqui porque tem dormitórios grátis... – respondeu ele dando uma leve risada

– Ata, eu preciso ir entregar essa carta agora, te vejo depois – disse pegando meu arco na mão, e colocando a aljava com 5 flechas nas costas, também peguei um saco de moedas, sabia que a entrega da carta não seria de graça

– Até depois... – disse ele

Sai do quarto e segui pelo corredor até a entrada, onde cruzei a ponte de entrada e fui até o vilarejo pequeno de Winterhold na frente do colégio enorme, fui até a casa do Jarl, que é a mesma coisa que um rei, é geralmente onde ficam os mensageiros, entrei no local e o Jarl de Winterhold, estava sentado em seu trono no fundo da sala, com dois guardas ao seu lado, tinha uma porta a esquerda e uma a direita, fui até a porta da direita, quando abri, havia um homem sentado atrás de uma mesa, cheia de cartas.

– Olá, será que você poderia entregar essa carta a Whiterun? – perguntei me aproximando do homem Imperial

– Claro, vai custar apenas... – ele pensou por alguns segundos – 10 moedas de ouro...

Peguei o saco de moedas preso no meu cinto e comecei a contar as moedas, droga! Eu só tinha 12 moedas, se eu desse 10 a eles, só teria 2 para arrumar oque comer, não se compra nada.

– Será que não teria como você baixar o preço um pouquinho? – perguntei

O Imperial levantou a mão em minha direção para que eu colocasse as moedas em sua mão, imaginei que isso foi um não, fiquei pensando no que iria fazer por alguns segundos, eu conseguiria dar um jeito de comer, dei as 10 moedas e a carta a ele, e sai de lá, fui a uma taverna que tinha perto dali, quando entrei o lugar estava cheio, me dirigi ao balcão e olhei no olhos verdes do Elfo da floresta que lá estava.

– Oque consigo comprar com 2 moedas? – falei baixo para que os outros não ouvissem

– 2 moedas? – o Elfo riu alto

Eu olhei levemente para trás, mas parecia que o riso dele não estava chamando atenção em meio ás conversas dos outros, o Elfo vestido com roupas novíssimas, e amareladas abaixou atrás do balcão procurando algo que valesse apenas 2 moedas, ele voltou a ficar de pé e colocou sobre a mesa um doce conhecido em Skyrim como “Deleite de mel e nozes”.

– Esse é o mais barato que tenho e ainda assim custa 6 moedas... – disse ele rindo da minha cara

Sai de lá, e voltei ao dormitório no colégio, Bazzir não estava lá, então me deitei na minha cama e rapidamente peguei no sono.