Pov. April Rodriguez

Eu odeio andar, odeio a ideia do meu avô ter tirado meus tênis alados e principalmente odeio Simon Solace. Já havia aproximadamente uma hora que estávamos caminhado no meio de campos lindos, porém pedregosos, quando recebemos uma mensagem de Íris, da própria, que estava brigando com o meu avô que estava ao seu lado:

ATENÇÃO !! Temos uma mensagem de Íris – Todos levaram um susto, afinal, ela gritou isso bem alto, e todos estavam alertas a qualquer problema desse tipo, ou outro, já que ninguém esperaria uma Mensagem de Íris caminhando as onze da manhã num calor de no mínimo, trinta graus. Todos se viraram e eu perguntei:

– Qual a mensagem ?? – Íris deu uma piscadela para mim e abriu a palma da mão. Cores jorraram para fora, piscando e iluminando nossos olhos até formar a imagem de Drake em nossa frente, ele continuava pálido e magro, mas tinha um olhar preocupado e cauteloso, que falou:

– Pessoal, vocês já estão muito perto de Delfos ?? – Ele não tinha uma cara muito feliz, estava preocupado e exausto. Respondi:

– Mais uns vinte minutos, suponho. – Ele suspirou, e disse:

– Bom, vou avisar que temos companhia que precisa de cuidados. Vamos ter que partir sem vocês, lamento muito. Vitória e William estão conosco. – Simon que estava ao meu lado ficou pálido. Perguntou, num tom desesperado a Drake:

– Ela está bem ?? O que aconteceu ?? – Drake suspirou, e disse pesadamente, como se faltasse ar:

– Viagem muito longa nas sombras. Mesmo utilizando metade da força do legado de Belona... Tenho que desligar, estou com poucos dracmas. – Assim, Íris fecha novamente a palma e as luzes somem, temos apenas um Simon continuamente pálido. Eu essa hora já estaria vermelha, eu o amava... Isso seria ciúmes ? Bom eu não sei... A maioria continuou caminhando apressados, sem perguntar absolutamente nada sobre a Mensagem, os deuses sussurravam baixo entre si, me deixando apenas repleta de dúvidas. Ele anda quieto, apenas tomando cuidado com as pedras. Eu me aproximo se Simon e pergunto:

– Está pensando no que ?? – Ele nem olha nos meus olhos, porém responde:

– Em como Vitória pode estar... – Começo a ficar desconfiada, e pergunto:

– Mas afinal, por que você se preocupa tanto com ela ?? – Ele olha para mim, confuso, e reponde:

– Porque ela é minha amiga ?? – Fico com uma cara mais brava, e acabo descontando:

– Apenas uma amiga Sr. Solace ?? – Ele ri perguntando divertido:

– Isso tudo é ciúme Srta. Rodriguez ?? – Eu acabo não saindo da pose de brava, quando pergunto irônica:

– E se for, algum problema ?? – Ele ri, coloca os braços ao redor da minha cintura e me puxa para frente, rindo e dizendo:

– Não, você fica linda com ciúmes... – Nos beijamos... Deuses como eu sentia falta disso !! Simon era diferente, seu beijo tinha gosto de chocolate, com pimenta ou algo parecido, era inesquecível. De longe, avisei Cathy olhando para cá com um olhar safado estampado na cara, e eu mandei um olhar severo, ela correu mais para frente, e em questão de segundos todos olhavam para cá. Íris dava risinhos, Hermes me olhava mortalmente, Joe parecia indiferente, Emy pulava juntamente com Íris e Artie sorria. Desfiz-me do beijo e continuamos a andar, droga, eu não merecia andar mais. Simon deu um risinho e me ergueu, bom, havia suas vantagens em ser a mais baixa.

Depois de mais vinte minutos chegamos ao vale de Pleistos, em que no lado oposto havia o Monte Parnaso e o planalto de Phaedriades, onde o templo de Apolo se localizava. Simon me colocou no chão e andamos nessa direção oposta, com Hermes e Íris sobrevoando, para verem se estávamos no caminho certo. Chegamos a essa área um tanto tranquila, que não apresentava nenhuma ação estranha, a grama era verde e alta, crescia irregularmente por todo lugar. Também não havia templo nenhum, decidimos subir um pouco mais, para ver se ele se localizava um pouco mais acima, nas montanhas. Pedi a Hermes meus sapatos alados, mas ele não me devolveu, eu, Íris, Simon e ele subimos as montanhas com Artie, já que ela, como irmã de Apolo, sabia onde era a antiga Sala do Oráculo. Os outros ficaram na planície, esperando. Joe fazia os grãos subirem e descerem, Cathy estava rindo ao seu lado, Emy rolava de um lado ao outro brincando, apesar de ser uma das mais velhas, ela as vezes parecia ter apenas oito anos. Chegamos em frente a um templo feito de um material que parecia ouro, reluzente comparado as gélidas montanhas a sua volta, na porta, havia uma tranca com um enigma em grego antigo: Για να ανοίξει η πόρτα, η παζλ θα πρέπει να ανακαλυφθεί ( Para a porte se abrir, o enigma terão que descobrir ). Ártemis moveu algumas peças de ouro que formavam a tranca até elas se destravarem, e a porta ser aberta.

Não era frio lá dentro, nem muito quente, e era escuro, nós andamos um pouco, descemos mais e mais degraus até chegar a uma sala dourada maior. Nessa, havia uma pequena corrente d’água que percorria, também haviam diversas videiras penduradas por todo o recinto, além de uma poltrona grande e vermelha no fundo da sala, com uma garota de mais ou menos quinze anos, com cabelos cacheados ruivos e olhos azuis – vidro, gelo, super pálidos, que trajava roupas de gala (http://www.polyvore.com/helena_dare_daughter_rachel/set?id=142410935 ). Ao seu lado, estava a grande cobra Píton, da mitologia, a qual Apolo havia matado junto à Ártemis, que a própria sussurrou:

– Impossível... – Era mesmo, ela deveria estar no Tártaro se regenerando, o que provavelmente demoraria milênios até ele voltar, mas estava ali. Íris murmurou baixo:

– E se ele foi liberado por Gaia... e depois de mais ou menos vinte anos.... ele esteve aqui ?? Se preparando para o combate enquanto a pobre pitonisa ficou presa aqui embaixo com ela... – A coitada Helena se debatia tentando escapar, porém sua boca estava tapada por algum tipo de corda mágica...

Píton que até agora nos observava, percebeu a possível ameaça e atacou Artie, mas Hermes com o Caduceu defendeu-a. Ele rastejou por debaixo e atacou por dessa vez Cathy, que pisou em cima do rabo comprido e a grande cobra gritou de dor alto, Simon avançou, atacando o peitoral, mas Píton desviou-se e enrolou em seu corpo, ele conseguiu enganá-la e cortar seu rabo fora, ela se afastou, vindo em minha direção. Peguei minha adaga dupla de bronze celestial e ouro imperial ( que havia ganhado de Emy por perder minha outra adaga ) e ataquei a criatura nos olhos, a serpente gemeu e recuou, mas rapidamente retornou e mordeu minha canela, apenas esperava que o bicho não fosse venenoso... Vi Simon correndo até o fundo da caverna, atrás de uma sombra gigante misteriosa, infelizmente tive que continuar a briga. Píton não queria desistir de mim, e por mais que os outros tentassem distraí-la, ela continuava querendo me matar primeiro, e era realmente melhor do que ela machucar meus amigos, fui até a encosta da montanha, e joguei minha adaga nova em seu olho, que acabou se cegando. A criatura furiosa continuava a tentar me matar, no meio de abocanhadas e mordidas, ouvi os sussurros dela dizendo algo sobre um ritual a ser realizado, o mestre das sombras sacrificaria a pitonisa e o dom seria por vê extinto, impedindo a Escolhida de Apolo de triunfar sobre a morte... Fui sentindo minhas forças se esvaindo devagar, talvez, afinal... Não seja uma morte tão dolorosa o veneno... Perto do fim, da última mordida que decidiria minha vida, cheguei à ponta do penhasco, olhei a grande Píton atrás de mim, pronta a me matar. De meu último segundo, apenas pensei: “ Só viva, viva por mim, e por você também “.

E assim me atirei a morte certa.

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