Acordei umas oito da manhã, o vento estava forte e o céu estava nublado.

Fui até o rio e meu celular toca:

-Alô?

-Oi, filha! –Disse minha mãe em um tom meio triste.

-Oi, o que houve? –Eu já tinha em mente o que minha mãe iria falar...

-Encontraram seu pai...

-E....?

-Ele está morto... Disse minha mãe chorando.

Neste momento, vários momentos de nós dois passaram em minha cabeça, não dá pra acreditar!

Desliguei o celular e me ditei no gramado, olhando as nuvens eu se lembrava de meu pai... O vento ficou muito forte e fui perto de um prédio que tinha, logo depois de atravessar a rua, meu celular toca e o numero é desconhecido.

-Alô? Quem é?

-Sou eu Anny, o Michael! –Disse ele com sua voz feliz, ele me fazia sentir diferente.

-Oi. E ai? –Eu estava chorando pela noticia da morte de meu pai, mas tentei disfarçar...

-Eu to bem, mas você parece estar chorando... –Disse Michael preocupado, e, oh droga, que não queria que ele ficasse sabendo!

-Não é nada...

-Quer conversar? Me fala o endereço que vou até ai!

Eu estava me fazendo de forte, mas não consegui:

-Preciso muito falar com você, eu estou num lago no centro da cidade. –Eu estava chorando muito e isso estava assustando até a mim.

Ele desligou o celular, estava vindo para cá e cheguei à seguinte conclusão: Eu PRECISAVA dele comigo, ele me fazia sentir bem, protegida, segura.

Depois de uns dez minutos ele chegou e foi me encontrar:

-Anny, o que houve? –Disse Michael preocupado.

Eu não disse nada, apenas o abracei por um longo tempo, eu tinha travado, não conseguia falar, apenas chorar.

Ele me levou para o carro e começou a conversar comigo:

-Por que esta aqui? O que aconteceu? –Ele estava excessivamente preocupado.

-O avião do meu pai caiu e ele tá morto... –Eu estava chorando muito e estava começando a ficar com medo de mim mesma.

Ele me abraçou e eu podia sentir que ele também estava triste com isso e percebi que, com ele, me senti segura. Depois de algum tempo ele se virou para mim e disse:

-Anny, onde passou a noite? –Disse ele deduzindo a resposta.

-Dormi em um banco de uma praça aqui perto... –Eu me sentia culpada não sei por quê.

-Por que não me ligou, você correu muito risco... –Ele estava preocupado demais e meio triste. –Não confia em mim?

-Confio, mas... Não queria incomodar.

-Vou te levar pra minha casa, você vai ficar lá por enquanto.

Ele começou a dirigir e parecia estar nervoso, eu estava vendo a paisagem, logo chegamos a casa dele.

A casa era linda, tinha dois andares. A fachada da casa era cinza, dourado e branco, o portão era meio azulado e grande. A sala era enorme, os sofás eram de um tom caramelo, o tapete central era cheio de detalhes e era preto, havia uma estante com vários livros e ao lado uma televisão grande.

-Nossa, é lindo aqui!

Ele me levou para um quarto no segundo andar e se virou em minha direção

-Bom, vai ficar nesse quarto. Qualquer coisa me chama.

Ele se vira e sai.