— Eu até estava curtindo ficar com você, que droga, Érica! Quer dizer, Erick! Porra, nem sei mais o que é você — disse com raiva enquanto saia do bar.

— O que muda, Fábio? Eu te disse a verdade, queria uma mentira? Eu sou transexual, fiz uma cirurgia há meses. Não sou mais um homem. — Érica disse irritada, mas ainda mantendo uma aparência janota.

Tudo muda — exclamou — Você sempre vai ser a porra de um experimento científico, uma aberração. Pensa que tirar um órgão e colocar outro te faz ser uma mulher? Droga, não acredito nisso! Quando você tira essa maquiagem, continua sendo aquele fracassado.

— E você acha que ter um pau entre as pernas te faz ser um homem? — rebateu, sem medo — Quando eu tiro essa maquiagem eu ainda continuo sendo a mesma pessoa de antes. Eu quis ser uma mulher, não outra pessoa. E se você quer saber, eu me amo.

Ele partiu para cima, desferindo socos e chutes sobre a mulher, que apenas se defendeu e depois de tudo, manteve-se no chão, enclausurada, oprimida.

— Eu era boa, não era? Era boa quando era apenas a gostosa de vestido curto que exibia para os amigos.

Ele não soube como rebater.