— Ela era muito linda, a Júlia. Sorriso perfeito, presença aparatosa, o remédio para qualquer mortal.

— E o que houve?

— O ensino médio acabou e eu nunca tive coragem de falar com ela.

— E...

— Mariana, fale para ele. Fale enquanto pode, chame-o para fazer algo ou dê um oi, qualquer coisa. Um dia tudo acaba e cada um segue um rumo diferente.

— O que quer dizer?

Ele levantou, ajeitando o jaleco e o estetoscópio nos ombros.

— Porque, nesse momento, estou indo cuidar de Júlia. Ela é minha paciente em estado terminal. Nem eu e nem ela nunca saberemos como poderia ser.