O silêncio no carro, desde que deixaram a prisão, era tão denso e constrangedor, que até mesmo Sam, a mais calada das pessoas do grupo, até mais que Daryl, se sentiu mal. Mas ninguém fez qualquer tentativa de alterar isso. Cada qual imerso em suas próprias angústias, luto, preocupações e decisões, para querer conversar no momento.

Maggie, por tudo o que havia acontecido com Glenn, tinha se voluntariado nesta viagem. Ela sabia que não podiam deixar a prisão desprotegida, principalmente com quatro novos estranhos e Merle criando problemas.

Eles não possuíam contingentes. Glenn estava ferido. Chase cuidava de Linn, por medo de que ela tentasse algo, mesmo que Sam tenha lhe dito que ela não o faria. Daryl vigiaria o irmão. No mais, tinham apenas Axel, Hershel e Beth para cuidar das coisas, e isso os deixavam mais desprotegidos se os novos com Tyrese fossem uma ameaça.

Rick resolvera trazer Michonne para afastá-la de Merle e ficar de olho nela. A mulher perdera um amigo, talvez um amante, em Woodbury, já que ela não dissera muito sobre o tal Morgan, e Rick desconfiava que ela pudesse tentar algo contra o maldito Dixon mais velho se eles passassem mais que poucos minutos em um mesmo espaço.

Sam viera por que a cabana do pai não seria fácil de encontrar sem a sua ajuda, mesmo Rick sabendo que ela não desejava estar ali quando Linn ainda parecia precisar de todo o apoio que ela pudesse dar.

E Rick admirava essa amizade das duas. Mesmo e apesar dos desentendimentos, elas se uniam e deixavam as diferenças de lado quando uma precisava da outra.

Tinha temido, desde que as ouvira discutir na passarela, que pudessem estar vivendo a mesma situação que ele passara com Shane. Mas Sam ou Linn, não seguiam sendo como o amigo, e elas lhe mostraram isso com muita clareza ao se despedirem mais cedo, em um abraço caloroso, que dizia muito sobre como se amavam apesar de tudo.

E Rick odiava ser a causa de qualquer desunião que elas pudessem viver.

Ao contrário do que qualquer um pudesse imaginar, a morte de Lori pareceu criar uma barreira entre ele e Sam. Não apenas por que fosse muito recente, mesmo Rick já tendo tomado à decisão de terminar aquela farsa de casamento antes do ataque do Governador, mas também por que parecia tornar qualquer intenção que tivesse antes algo manchado, como se ele pudesse ter desejado que alguma coisa assim acontecesse para se sentir mais livre e seguir seu coração.

Sam parecia sentir a mesma coisa, pois mal lhe olhara desde que tinham feito à reunião na noite anterior e decidido permanecer e lutar pela prisão. Ela tinha se afastado dele ainda mais, algo que Rick achava ser impossível, pelo tanto que ela lhe evitava desde que conversaram na passarela.

Fixou-a pelo retrovisor. Ela olhava pela janela, sentada ao lado de Michonne, que fazia, como sempre, cara de poucos amigos.

Em certo momento passaram por um andarilho, com este pedindo ajuda e Rick pode ver que Sam se mexeu inquieta quando não pararam. Rick não a compreendeu, talvez nunca o fizesse, perguntando-se como alguém tão desconfiada podia ter um instinto tão protetor para com outros e até mesmo estranhos?

Quando chegaram a Cynthiana, dirigiu até a delegacia, onde ainda poderiam encontrar algumas armas, mas pouca coisa tinha restado depois de tanto tempo.

“Era um lugar óbvio para os saqueadores.” Disse do lado de fora do veículo, avaliando as opções, notando que Sam estava parada no mesmo lugar em que havia se despedido dela quando estiveram ali há nove meses. Ela pareceu lembrar-se disso também, por que lhe encarou triste e caminhou de volta ao carro. “Vamos ao centro tem diversos locais que podemos vasculhar.”

Como Sam conhecia um pouco a cidade, Rick a deixou com Maggie e seguiu com Michonne. Anotou em um pedaço de papel algumas indicações de locais onde elas poderiam encontrar armas e seguiu na direção contrária com a samurai.

“O que acha?” Maggie perguntou quando encontraram o bar que Rick indicara e deram uma volta pela parte externa do prédio.

“Posso ver alguns lá dentro.” Sam falou se afastando da janela.

“O que faremos? Seguimos para o próximo?”

Maggie não parecia querer arriscar, mas Sam sabia que precisariam de toda arma e munição que encontrassem. Rick dissera que havia uma escopeta sob o balcão, o que também indicava munição.

“Quero que você chame a atenção deles, batendo no vidro, vou seguir pelos fundos e verificar se a arma ainda está lá.”

Maggie a segurou pelo braço e balançou a cabeça discordando.

“Deixa que eu vou.” Falou apontando para a mão de Sam, lembrando a garota que ela não estava bem.

Sam pensou em negar, nunca foi de esperar que ninguém fizesse algo que poderia dar conta, ferida ou não, mas achou melhor mostrar confiança em Maggie, por que a garota precisava disso, fugir da sombra de Glenn e dos demais.

“Tenha cuidado.” Disse e Maggie se foi.

Aproximando-se da porta Sam esperou alguns minutos, depois bateu no vidro algumas vezes com a coronha da arma. Não demorou muito para que os errantes se aproximassem.

O primeiro a bater contra o vidro lhe assustou, mas, apesar de serem muitos, a porta estava travada por dentro de alguma maneira e era feita de uma madeira pesada o bastante para aguentar todos eles.

Pelo vidro de uma janela avistou Maggie se esgueirar para trás do balcão, se agachar ali por um ou dois minutos, depois sair carregando alguma coisa.

Deixando de bater no vidro Sam correu para os fundos da loja e encontrou Maggie na metade do caminho. Ela ergueu a escopeta e mostrou uma caixa de munição, sorridente.

“Vamos.” Sam chamou lhe entregando a mochila para que ela guardasse e carregasse o que encontravam.

Rick dera indicações precisas, assim foi fácil localizar o restante dos lugares anotados, muitas das armas ainda deixadas para trás. Cynthiana ainda não totalmente saqueada.

Além de armas conseguiram mantimentos que arrumaram em um carrinho de compras, enchendo quase completamente.

“Preciso ir a um lugar, você pode levar as coisas para o carro?” Sam disse colocando a sacola de armas sobre as latas no carrinho.

“Não devíamos nos separar.” Maggie avisou.

“Não vai demorar... Muito.” Sam disse avaliando a distância que estavam do local.

Maggie lhe olhou exasperada, certamente preocupada com o que Rick diria. Ele dera ordens específicas para que ficassem juntas.

“Podemos deixar as coisas nesta última casa.” Falou apontando para o local que tinham acabado de vasculhar. “Depois voltamos para buscar.”

Sam concordou. Não queria discutir com Maggie.

Levaram apenas a sacola com as armas, caminhando com cuidado pelas ruas desertas até chegarem a uma área residencial. Tinham encontrado apenas dois errantes pelo caminho e os abatido sem problemas.

Sam hesitou quando chegaram à frente de uma casa onde o mato estava alto, um pneu pendurado em uma corda, a porta quebrada e ainda no lugar apenas em parte, os vidros das janelas ainda intactos, o que parecia um milagre diante de tanto abandono.

Maggie pensou que talvez aquela fosse a casa dela, mas logo lembrou que Sam morava em uma cidade próxima chamada Millersburg.

Ela pareceu considerar se entrava ou não, os olhos fixos nos degraus de pedra que levavam ao gramado, um sorriso torto e triste no rosto.

“Se quiser esperar aqui, tudo bem, não vou demorar.” Disse agarrando a faca, mesmo com a mão enfaixada.

“Vou com você.” Maggie falou ajeitando a sacola às costas e empunhando a faca também.

Quando entraram, vasculharam o local em busca de errantes e não encontraram nada. Sam passou a verificar gavetas, dentro de armários, closet determinada e com propósito. Maggie olhou em volta, sem entender realmente o que tinham vindo fazer naquela casa. E a garota não lhe dizia nada. Logo ela passou a mão na testa surgindo do quarto, fixou os olhos em uma porta e chamou Maggie.

“Porão.” Alertou acendendo uma lanterna e escacarando a porta.

Estava escuro lá embaixo. A luz da lanterna ia iluminando o caminho e Maggie se manteve um pouco distante para não atrapalhar Sam.

Quando chegou embaixo, a morena verificou que não havia perigo e fez um sinal para que Maggie descesse.

“Sam, o que estamos fazendo aqui?” Perguntou enfim.

“Preciso achar uma coisa.” Falou começando a vasculhar duas caixas ainda intocadas em um canto. “Acho que ele guardou algumas aqui antes de irmos embora.”

“Ele? Ele quem Sam?” Maggie já estava cheia de tanto mistério.

Sam não queria dizer, por que não se sentia confortável para que Maggie tirasse conclusões quando soubesse, mesmo que não fizesse aquilo por Rick.

“Rick morava aqui.” Falou por fim, olhando para Maggie e notando sua surpresa.

Ela não queria olhar naquela direção novamente, mas o colchão onde o tinham mantido prisioneiro por um tempo ainda estava no mesmo lugar, as cordas pendendo da tubulação; a poltrona velha onde estivera vigiando o xerife até que acordasse, no mesmo canto e nas sombras.

“Estou procurando algo para Carl e Judith.” Dissera por fim, abrindo uma caixa maior e olhando seu interior por alguns segundos sem se mexer.

“O quê?” Maggie questionou se aproximando e olhando para dentro da caixa.

Sam não respondeu, apenas pegou algo ali, uma moldura onde o vidro estava quebrado com a foto de uma Lori sorridente segurando um bebê, tendo Rick sorrindo sobre seu ombro.

Sam olhou para Maggie e não viu nenhum tipo de conjectura sobre o porquê dela está tão empenhada em conseguir a fotografia. Assim como os demais, Maggie nunca perceberia os sentimentos da garota pelo xerife, por que ela os escondia tão completamente que passava a todos uma impressão errada de frieza e descaso. Se alguém perguntasse a qualquer um deles, todos responderiam que Sam apenas tolerava Rick, ou até mesmo não o suportava, e todos estariam errados.

“Carl vai ficar feliz com isso.” Maggie falou colocando o porta-retratos em uma bolsa menor que Sam apontara sobre uma mesa de canto.

De costas, Maggie não percebeu que a garota pegava algo mais na caixa, dobrava e enfiava no bolso de trás da calça.

“Vamos.” Sam chamou e saíram sem problemas.

Voltaram pelo mesmo caminho, pegaram o carrinho e encontraram com Rick e Michonne que já os esperavam próximo ao veículo.

“Vocês demoraram.” Rick se aproximou preocupado.

“Errantes.” Sam falou antes que Maggie dissesse alguma coisa.

“Conseguimos cinco pistolas, duas escopetas, quatro automáticas e algumas caixas de munições.” Maggie informou entregando a sacola com as armas.

Sam já ajudava Michonne a colocar os mantimentos no porta-malas e Rick viu a sacola que ela levava a tira colo, ela a manteve consigo e ele não pediu explicações sobre aquilo.

Seguiram viagem até Millersburg, desviando para uma estrada de terra, que a garota indicou. O terreno se tornando acidentado demais, até que tiveram que abandonar o carro e seguir por uma trilha estreita quase completamente tomada pelo mato.

Tinham escondido as armas em um local próximo ao carro e cobriram o veículo com galhos, camuflado para evitar que alguém o encontrasse.

Sam foi a frente, abrindo o caminho do mato com seu facão, quando necessário, até que avistaram o chalé no alto de um declive.

A garota estancou e ofegou a visão do local e Rick teve vontade de tocar em seu ombro e dizer que tudo estaria bem. Sabia que ela deveria estar revivendo cada boa e má lembrança que o lugar evocava da família perdida e tudo que sua vida jamais seria novamente. Fora este sentimento de perda que o impedira de voltar a sua casa em Cynthiana.

“Não há errantes.” Michonne disse depois de dar uma olhada nos fundos e rodear a cabana.

“Não precisa entrar se não quiser.” Rick disse parando ao lado dela, olhando para seu rosto jovem tomado pela dor da saudade.

“Preciso.” Disse apenas e seguiu em frente.

Apesar da poeira e folhas por toda a parte, o chalé estava intocado pela ação dos homens ou errantes. O caminho íngreme, bem como a localização perdida na montanha, tornava quase impossível que alguém chegasse até ali se não conhecesse o local.

“Deveríamos ter permanecido aqui.” Sam sussurrou mais para si mesma, do que para as pessoas que estavam esperando às suas costas.

Ergueu a mão e tateou sobre o arco da porta, sorrindo em um esgar irônico quando seus dedos tocaram a chave.

Entrou esperando encontrar tudo alterado, mas ali tudo estava exatamente como tinham deixado quando partira quase um ano atrás, exceto que o pó também cobria cada parte e canto.

A cabana nada mais era que uma grande sala, com uma bancada a um canto, que dividia o cômodo da cozinha, duas portas ao fundo que levavam aos dois quartos e uma porta na parede oposta, próxima a pia, dava acesso aos fundos onde ficava o banheiro.

Tudo era muito simples, rústico e até mesmo aconchegante. Com a lareira tomando quase toda a parede à esquerda.

Sam lembrou-se de cada feriado que o pai os trouxera ali, com o irmão odiando as caçadas, enquanto ela amava seguir o pai na floresta e passar longas horas ao lado dele, no mais completo silêncio.

Na primeira caçada a que o pai a trouxera, alguns meses depois que a mãe morrera, o silêncio não tinha sido o mesmo. Pairava uma tristeza sem fim no ar, uma dor que Sam não sabia como ajudar o pai a não sentir.

Tinham visto um grande cervo naquele dia. Seu pai tinha mirado, o dedo no gatilho e Sam não entendera o que ele estivera esperando. Quando ele baixou a arma, Sam apenas olhou para o grande animal, que, com seus grandes olhos escuros e amáveis espreitava o local em que estavam camuflados, como se pudesse vê-los. Depois o cervo meneou a cabeça e partiu, lentamente.

Ir até a cabana mudara depois disso. Ficavam ao redor da lareira conversando ou calados, davam passeios pela floresta, fotografando os animais e a natureza, mas seu pai jamais matara um animal novamente por esporte.

“As armas devem estar no quarto à esquerda.” Falou apontando o local. “Era o quarto dos meus pais.”

Rick e Maggie seguiram para lá, enquanto Sam caminhou para o quarto que, quando ali, sempre dividira com irmão, mesmo na adolescência.

Os beliches estavam revirados e algumas roupas estavam jogadas sobre as camas. Não havia muito ali, apenas lembranças. Sam fechou a porta e se aproximou da lareira, onde as fotografias deveriam estar, mas o pai as levara quando desceram. Não eram muitas e ele não as quis deixar para trás. Assim, que não possuía nenhuma foto para recordar, sabia que não haveria. Por essa razão foi à casa de Rick. Carl precisava de algo para lembrar da mãe, e Judith para conhecê-la.

Pelo canto do olho percebeu que Michonne vasculhava as despensas, encontrando apenas material de limpeza. Mas a mulher sorriu pela primeira vez desde que se juntara a eles, ao erguer triunfante um pacote com quatro caixas de creme dental.

Sam sentou no sofá em frente a lareira e ficou olhando para a parede desta, as pedras gastas e levemente manchadas de fuligem, as últimas achas que não haviam queimado totalmente intocadas pelo tempo.

“Sam?” Rick chamou ao seu lado, Maggie e Michonne já esperavam do lado de fora.

“Meu irmão não queria ir.” Disse para Rick. “Ele implorou ao meu pai que ficássemos aqui. Disse que não era nossa obrigação salvar as pessoas, que o exército e o governo já deviam estar tomando providências.” Suspirou e passou as mãos no rosto. “Se tivéssemos ficado, eles dois estariam vivos.”

“Não pode ter certeza disso.” Rick lhe disse olhando ao redor.

“Tudo está como deixamos.” Sam pontuou. “Ninguém esteve aqui. Nenhum errante. Qualquer um.”

Sam se levantou e enxugou uma lágrima teimosa. Era a primeira vez que Rick a via chorar.

Ela virou de costas para ele, sem querer que ele se apiedasse dela. Odiando-se por aquela pequena demonstração de fraqueza.

Sentiu que ele pairava logo atrás, a mão hesitando um momento antes de pousar em seu ombro.

“Sinto muito, Sam.” Ele apenas disse, com a mão apertando sua carne, tentando consolar, mas tornando tudo pior.

Sam se lembrou da foto na sacola, no rosto feliz dele e de Lori, de todas as palavras que ele lhe dissera na passarela, em Linn lhe acusando e na esposa dele estendida no pátio, sangrando, com Carl em prantos entre os braços do xerife.

Não queria que Rick a tocasse, não queria estar próxima a ele e que lhe consolasse. A sensação de culpa que carregava por Linn e por tudo, tinha se intensificado por mil na tarde anterior. Por que desejara, bem lá no fundo, que Lori sumisse, não existisse, morresse.

E agora ela estava morta. Carl e Judith tinham perdido a mãe. Uma perda que Sam conhecia e sentia muito bem para que não se martirizasse por, uma parte de seu coração, ter exultado com a possibilidade de tê-lo para si, quando se deu conta que parte do quê os separava tinha acabado de ser eliminado.

“Melhor irmos.” Ela disse se afastando, agarrando uma das mantas sobre o sofá e, dobrando, colocou-a na sacola praticamente vazia que trouxera de Cynthiana, onde o porta retratos jazia no fundo.

Ele a seguiu sem nada dizer. Maggie e Michonne já mais a frente, deixando-os para trás. Estavam quase na base da montanha quando ouviram o barulho.

“Abaixem-se.” Rick ordenou. “Errantes.” Murmurou apontando para a esquerda.

Um grande grupo caminhava compacto subindo a montanha, atraídos pelo cheiro deles ou, mais provavelmente, por algum animal, não poderiam dizer, mas eles bloqueavam a passagem, impedindo que chegassem ao local onde haviam deixado o carro.

“Existe outro caminho.” Sam avisou e fez sinal para lhes seguir. “Teremos que descer pelo lado mais escarpado, tem uma trilha e podemos dar a volta, virando à direita, dois quilômetros à frente.” Ela explicou guiando-os.

Visto que era a garota quem conhecia a região, ela os guiou durante a descida. Com o terreno inclinado, carregando as armas, estavam lentos, mas seguiam firmes até que Sam pareceu um pouco perdida, sacando a faca e analisando a bússola no cabo trabalhado.

“Por aqui.” Indicou.

Meia hora depois estavam perto do carro, com Michonne se livrando dos galhos que o cobriam, Maggie guardando as duas bolsas com armas do pai de Sam e Rick voltando com duas das três sacolas que tinham escondido na mata.

Sam se afastou para buscar a última e se voltou para retornar quando alguém atirou neles.

Maggie e Michonne já estavam dentro do veículo e se abaixaram entre os bancos quando um dos tiros atingiu o vidro do carona.

“Sam!” Rick gritou ainda do lado de fora, do lado oposto de onde vinham os tiros.

“Rick.” Ela chamou e o xerife pode detectar uma ponta de medo em sua voz.

Ela tinha ido buscar as armas, o que queria dizer que estava a quase cem metros do carro, distante o bastante para não se arriscar a voltar e, provavelmente temerosa de ser deixada para trás.

Não de novo. Rick pensou.

“Vão.” Falou para Maggie.

“Não.” Ela respondeu quando antes de uma nova rajada.

“Nos esperem em Cynthiana. Se demorarmos vão para a prisão.” Ele ordenou revidando os disparos e correndo, usando as árvores como escudo, alguns tiros atingido os troncos a sua passagem, até se jogar no meio dos arbustos onde Sam se encontrava.

Ouviu, enquanto corria, que Maggie ligava o carro, satisfeito que ela tivesse lhe obedecido.

“Rick?” Sam ofegou incrédula quando ele se jogou ao seu lado.

"Não podemos ficar aqui." Falou segurando sua mão e a puxando para a mata densa.