Sheldon estava em seu apartamento, sentado em seu tão amado lugar, pensando. Não sabia dizer a quanto tempo estava ali, mas sabia que estava faltando algo em seu tão precioso lar para deixá-lo confortável. E era este o ponto, o que estava faltando?

Tudo estava em seu devido lugar, do exato modo que gostava, as mudanças que ocorreram em sua vida incomodavam-no, porém, lidava com elas do seu jeito, então por que continuava ali parado, olhando o nada e tentando tirar o branco de sua mente?

O branco não irritava-lhe, pelo contrário, amava-o, principalmente quando tingia seu quadro branco por fórmulas/teorias que levavam-no a algum lugar ou lugar algum.

Não estava acostumado com testes/estudos inconclusivos, de fato estava chateado, mas como cientista, infelizmente tinha que concordar que a pesquisa mesmo acabando em nada é um resultado. Só que, admitir em voz alta! A sociedade simplesmente exige muito.

Desentendia as questões sociais, as pessoas simplesmente ignoram a ciência, ama a tecnologia e se esquecem que existem pessoas que tentam desenvolver e desvendar certos assuntos. Desde cedo aprendera a que a sociedade, no geral, não é gentil e graças a isso aprisionara-se em uma bolha.

Agora, por ajuda de poucos amigos, lentamente deixa-a e isso amedronta-lhe, não sabe lidar direito com as situações, sente-se desconfortável na maioria delas, mas só a presença de Amy convida-o a abrir um singelo sorriso.

A situação crescera a ponto de deixá-lo embasbacado, não saberia explicar se os amigos perceberam e somente Amy que não, ou se tudo continuava da mesma maneira para todos e somente ele havia mudado.

Só conseguia afirmar, em pensamentos, cada vez que a via, sentia uma onda crescente de sentimentos distintos, que aos poucos desvendava. Mas, ao longo de sua vida, aprendera que a emoção subtrai a razão.

Tanto tempo de esforço, disciplina e doutrina, para que uma singela rapariga tirasse-lhe tudo. Oh Lord! Estava completamente perdido, amedrontado, estava amando...

Nunca pensou que um dia encontraria o amor, não o que ocorre quando as pessoas sentem-se atraídas uma pela outra de uma forma inexplicável, não conseguia distinguir a quantidade de serotonina e oxitocina em seu organismo, mas sentia-se confortável quando o nível de oxitocina elevava-se no seu organismo e não pela ingestão de chocolate ou de uma bebida na qual ele é o principal ingrediente.

Poderia, agora, dizer convictamente que estava completamente apaixonado, no entanto, coragem para expressar-se abertamente não possuía, tristemente Amy teria que aguarda-lo por mais algum tempo, dizê-lo exatamente, não poderia, afinal o contemplamento, por ele, dela em seus pensamentos já causava-lhe arritmia e sudorese.

Sabia que precisava de tempo, entretanto, este não seria tão longo, já que sentia os "sintomas" descritos por Kant, na sua diferenciação de amor e paixão, tudo junto e na mesma proporção.

Queria Amy. Amava Amy e estava feliz por isso, não visualizava-se ao lado de ninguém mais a não ser ela. Contentava-se com um sorriso dela para sentir seu dia iluminado.

Para ele, todo este sentimentalismo é ridículo, mas agora ser racional não fazia sentido.

Quer sentir tudo do qual privara-se quando mais jovem. Sem medo ou bolhas, sendo um completo idiota, estava deixando de ser o Homo novus para ser o comum H. sapiens atual para usufruir do amor e paixão como um tolo, um bobo alegre.

Por fim, piscando, aos poucos voltou para sala, encarou Leonard que olhava-o curioso, abriu-lhe um pequeno sorriso de lado e foi em direção ao seu quarto. Precisava ensaiar, quem diria! O grande Dr. Sheldon Lee Cooper amando a benevolente e insistente Dra. AMy Farah Fowler. É, o mundo é curioso e a sociedade continua bobamente exigente e cega, e inacreditavelmente nada mais incomodava-o.

FIM.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.