Agulha estava ensinando um gato a ler relógios com ponteiros.

Nunca imaginara o fazendo.

Antenor era irascível. Sempre que podia, ameaçava-a com garras e dentes. Nos bons casos, um leve piscar arrogante dos olhos. A rata, todavia, estava contente demais para o repreender.

E com o fechamento da fábrica em poucos dias, o bairro industrial seria desabitado. No entanto, os dedetizadores fariam uma última limpeza, o abate final. Agulha e os ratos não poderiam permitir mais sofrimento.

Por isso, ela nimbava a revolução sempre que possível, para a tristeza do felino.

Contudo, se dependesse inteiramente dele, acabaria chegando atrasada.