Dinastia

Capítulo 12


POV Felicity

Foram os piores minutos da minha vida. Até que parou.

Senti um liquido quente escorrendo pelo meu corpo e Cooper caiu em cima de mim.

Mole.

Morto.

Eu não tinha visão de quem havia feito isso com ele, mas assim que eu descobrisse, iria agradecer eternamente por ter salvo minha vida.

Fiz um tremendo esforço pra tirar o corpo morto de cima do meu.

— Tome, minha querida – Moira Queen estava com uma adaga ensangüentada em suas mãos e me esticava um lençol – Se cubra.

— Moira... – sussurrei ofegante – Você o matou? – olhei para o homem morto no chão

— Queria que eu deixasse ele estuprá-la?

E então a ficha caiu, sentei no chão aos prantos. Abracei minhas pernas olhando para Cooper morto. Se ele tivesse consumado o ato, o que seria de mim?

Eu estava me sentindo destruída, morta... O rastro dos beijos que ele havia me dado queimavam em mim, meu rosto ardia dos tapas que levei, a carne rasgada do meu pescoço latejada tanto quando minha cabeça.

E minha alma?

Estava em pedaços.

Fora dentro do meu reino, dentro do meu castelo, dentro da minha casa, no meu quarto.

Eu solucei e abracei minhas pernas ainda mais forte.

— Querida – Moira falou com ternura se abaixando e tocando no meu ombro, mais encolhi e ela recuou o toque – Pode por para fora. Posso não ser um exemplo de amparo, já te destratei demais... Mas isso é um tipo de coisa que eu não desejo nem ao meu pior inimigo. – assenti ainda soluçando - Você está viva. Você vai sobreviver a isso. Eu sei disso porque eu sobrevivi. – olhei-a intrigada - Você sabe que consegue. Eles tentam destruí-la, tomando seu orgulho e sua força, mas essas coisas não podem ser tomadas, não de você. Nunca. Você é uma rainha. – esticou a mão – Venha comigo e vamos mostrar a todos os outros que ninguém, absolutamente ninguém, tira as forças de uma verdadeira rainha.

Eu não reconhecia a mulher a minha frente, a mulher sedenta por poder, que sempre pisava em tudo e em todos. Essa mulher já havia sido violada? Sofreu coisas piores que eu?

Tomada por uma enorme compaixão e coragem, agarrei a mão de Moira como se fosse uma corda me tirando do fundo de um poço. Quando eu me ergui, ela me acolheu em um abraço cheio de ternura.

— Obrigada – falei entre lágrimas

— Se arrume – me afastou indo para a porta – Cuidarei para que ninguém entre – olhou para o morto no chão – Quando terminar cuidaremos disso.

Ela saiu e o medo de ficar ali sozinha com um corpo morto me fez arrepiar.

Encarei meu reflexo nu no espelho, meu rosto estava vermelho devido aos tapas, e com um pequeno corte querendo se abrir ao lado do lábio inferior, não percebi que havia ganhado um chupão bem no meio da minha barriga, o corte no meu pescoço estava evidente – teria que arrumar um desculpa para isso -, meu cotovelo estava roxo devido a queda.

Vesti um vestido de pano leve, porém digno de uma rainha. Moira tinha razão, eu era uma rainha e não devia deixar ninguém passar por cima de mim. Ninguém iria tirar minha força, ou meu orgulho. Eu ergueria minha cabeça e mostraria quem mandava na Escócia.

— Moira – sussurrei abrindo a porta aos poucos. Ela estava olhando a paisagem através de um grande vitral com um semblante pensativo – Moira – chamei novamente

— Oh, querida – sorriu – Me desculpe – falou caminha em minha direção e entrando no quarto.

— Matamos um príncipe, único herdeiro homem da coroa portuguesa – sussurrei – Vamos ser decapitadas.

— Já matei pessoas antes – falou como se fosse a coisa mais normal do mundo

— Você queria me matar – retruquei e ela sorriu. É, ela realmente queria me matar

— As situações mudaram – falou andando até a janela do meu quarto – Cooper estava hospedado em qual quarto do castelo?

— Situações mudaram? – perguntei – Acredito que o quarto dele seja a janela abaixo da minha

— Otimo – sorriu triunfante – Vamos vesti-lo

— Eu não vou encostar nele – falei recuando

— Precisamos jogá-lo pela janela e limpar todo esse chão – tentou levantá-lo – Ele é muito pesado.

— Pela janela?

— Sim – apontou para o morto – Ou você quer deixá-lo no seu quarto?

— Tudo bem – suspirei

Vestimos Cooper e enfiamos a adaga de volta nas costas dele – ação essa que me fez correr até a tina e vomitar em grande demanda. O que fez Moira me olhar intrigada demais, mas não fez nenhuma pergunta - , o arrastamos pela enorme janela e, depois de várias tentativas, conseguimos jogá-lo. Observamos seu corpo bater forte no chão, se ele não tivesse morrido completamente, morreu agora.

— Vamos limpar o chão. Enquanto você se arrumava pedi toalhas a uma criada – Moira falou pegando um copo e indo até a tina enche-lo de água e em seguida jogou a água nas manchas de sangue no chão. – Fique na porta esperando que ela venha.

Fiz o que ela pediu e em segundos a criada chegou, peguei os panos deixando-a sem entender o que duas rainhas faria com panos de limpeza.

Moira e eu limpamos tudo, sumimos com qualquer rastro de sangue, e no final queimamos os panos.

Eu falaria para todos que cai no banho, e isso explicaria as vermelhidões do meu rosto e o cotovelo roxo.

Já havia passado da hora do jantar quando terminamos tudo, eu estava exausta e faminta.

Descemos as escadas lado a lado e nos deparamos com o imenso salão arrumado para o baile de amanhã.

— Amanhã você dirá a sua escolha – ela falou olhando ao redor – Tem certeza que confia nesses pretendentes? – enquanto limpávamos tudo, contei a ela sobre o que Billy havia me dito, e inventei que ouvi boatos de que Malcom atacara seu filho sem ordens minhas. Ela não precisa saber que eu estava lá.

— Eu já escolhi – falei por fim a olhando

Escolhi seu filho, completei mentalmente.

— Oh! – falou surpresa – Acredito que a Inglaterra tenha direito de ser a primeira a saber...

— Moira – ela me olhou atenta – Desde quando somos amigas? Ou qualquer coisa do tipo... Até ontem você queria me matar.

— Querida, - desceu um degrau e parou a minha frente – como eu já disse, a situação mudou. Meu marido não sabe ainda, mas tudo mudou. E nenhuma mulher deve passar pelo que você passou, daria apoio a qualquer uma que fosse. – depositou sua mão em meu ombro – Não sou tão megera.

— E pelo que ela passou? – a voz, a voz que estava desejando a dias escutar, a voz que fez meu coração acelerar mais rápido, a voz que fez meu corpo todo arrepiar falou. Oliver apareceu usando um uniforme de soldado, porém com mais patentes penduradas, e sua espada lindamente depositada em sua cintura. Contive a vontade de correr para seus braços e ser ampara até que minha alma se reconstruisse.

Eu devia contar a ele? Sua mãe acabara de cometer um assassinato e eu fora cúmplice. Isso acarretaria grandes consequencias, afinal Cooper não era qualquer um, era um futuro rei legítimo. Como Oliver reagiria a isso?

Olhei nervosa dele para a mãe, a mesma o olhava com um sorriso no rosto.

— Meu filho... – esticou os braços e foi ao seu encontro. Ela o abraçou, mas Oliver não tirava os olhos de mim – Achei que demoraria para voltar

Oliver não estava na corte?

— Eu e meus homens não conseguimos chegar em Calais*, nosso barco foi sabotado – suspirou derrotado – Perdemos a guerra.

—Billy sabotou o seu navio – sussurrei assustada – Ele quer te matar.

— O que? – ele pergunto confuso

— Ela tem razão – Moira falou – Conversem, preciso resolver umas pendências – e saiu andando com passadas leves, como se não tivesse matado ninguém ainda pouco.

Eu não acredito que ele saiu para uma batalha e não se despediu eu com certeza teria o impedido de ir. Mas eu não tive essa chance, eu mesma havia o afastado. E se ele tivesse conseguido zarpar com o navio? E se algo lhe acontecesse? Seria minha culpa.

Oliver e eu ficamos em silencio por alguns minutos, apenas nos encarando, ele estudava minhas feições e eu as dele. Até que seus olhos se arregalaram ao olhos atentamente para meu rosto, ele deu um passo largo na minha direção, mas se conteve pois vozes e passos se aproximavam.

Eu estava faminta, mas eu precisava conversar com ele

— Venha comigo – falei voltando a subir as escadas, ele me seguiu até meu quarto. Quando entrei, esperei ele passar e tranquei a porta. Oliver parou no meio do quarto e me encarou de braços cruzados. Vendo-o ali parado, tão perto, não resisti. Corri até ele, o abracei e cai aos prantos.

Ele não entendeu nada, apenas me abraçou forte de volta e beijou meus cabelos.

— O que foi? – eu não sabia por onde começar, sei que o ato do estupro não fora concluído, mas o assedio, o ataque, eles me assustavam... Era difícil lembrar, e falar era pior – Quero te ajudar, meu amor, mas você tem que falar comigo. – ele me afastou do abraço e secou minhas lagrimas - O que foi isso no seu rosto? – perguntou acariciando a parte que ainda devia estar marcada – Minha mãe fez algo a você?

— Não – falei rápido – Muito pelo contrário – Ela me salvou

— De que?

— De ser estuprada. – falei olhando em seus olhos. Suas feições mudaram, e dentro dos seus olhos claros eu vi passar milhões de sentimentos, os que mais se repetiam ali eram o ódio e a raiva. Ele fechou as duas mãos em punho e sua respiração começou a ficar descompassada. Oliver estava puto. Ele continuou calado por alguns segundos, até que eu quebrei o silencio. - Não chegou a acontecer, sua mãe impediu e...

— Quem?

— Cooper Seldon de Portugal

— Eu vou matar esse desgraçado – rosnou indo em direção a porta

— Não, Oliver

— Não? – se virou para mim segurando a grande maçaneta – Como ele ousa encostar em você?

— Ele já está morto – falei baixinho indo em direção a janela – Lá embaixo

POV Príncipe Oliver

Depois do nosso último encontro no dia do jogo, Felicity se manteve distante de mim. Respeitei, ela tinha decisões a tomar e eu estava disposto a esperar o seu tempo. Sei que ela ponderaria o melhor para o seu Pais. Cresci com meu pai dizendo que monarcas devem por as necessidades de todo um povo acima das suas e se manter sempre protegido. E era isso que ela estava fazendo.

Por mais que eu quisesse tomá-la como minha, eu não podia... Não sem o seu consentimento.

Meu pai havia pedido para que eu comandasse de frente as batalhas de Calais, ele sabia que comigo em frente de guerra, nos ganharíamos. Eu também precisava desse tempo, sair um pouco da Escócia e deixar Felicity tomar sua decisão.

Invadi seu quarto para me despedir, porém ela dormia profundamente. Seus cabelos loiros repousavam sobre o travesseiro, seu semblante sereno me trazia paz. Beijei seus lábios de leve e sai devagar, não queria alarmá-la.

Quando cheguei no porto da Escócia onde um dos melhores navios Inglês esperava por mim, minutos antes de zarpar, houve uma explosão que desestruturou grande parte do grande barco. Renne, Dig e Slade estavam comigo, e por pouco não afundamos junto com o navio.

Pulamos na água e nadamos até a costa.

Havíamos sido sabotados, perdemos uma grande parte da tripulação que meu pai nos mandara. Salvamos o máximo que conseguimos, mas se insistíssemos, iríamos morrer. Eu estava disposto a arriscas, mas Renne, Dig e Slade me arrastaram das chamas.

Não saímos feridos, graças ao bom Deus.

Mas o sentimento de impotência era imenso.

Liberei meus homens para que fossem pra casa, voltassem a Inglaterra, contassem o ocorrido ao meu pai e ficassem com suas famílias por uns dias. E eu, eu iria voltar para a mulher da minha vida.

Quando pisei no castelo, corri pelos enormes corredores até seus aposentos, até que a encontro com mamãe no fim da escada. O que elas estavam fazendo ali?

Não entendi o que conversavam até que Felicity me conta, aos prantos, de um quase estupro. Se eu não tivesse me ausentado, isso não teria acontecido.

Milhões de sentimentos passaram por mim naquele momento. E queria ampara-la, mas o ódio me dominou completamente.

Cooper Seldon era meu alvo.

Mas que porra!

Como ousam encostar na minha mulher? Como ousam encostar na rainha daquela merda? Eu precisava matar o desgraçado que fez isso com ela. Eu necessitava matar.

— Ele já está morto – ela falou baixinho andando até a grande janela – Lá embaixo – Abriu a janela e se debruçou sobre ela com os olhos marejados – Devem encontrar o corpo amanhã

Imitei seu movimento e pude ver, mesmo na escuridão, um corpo jogado.

Passei a mão no rosto em visível irritação e impotência, ela continuou olhando pela janela.

— Como isso aconteceu? – ela se manteve em silencio - Não vou insistir, meu amor – ela assentiu – Vem aqui – abri meus braços e ela veio.

Peguei Felicity em meu colo e levei-a para a cama, deitamos e ficamos abraçados, ela de costas pra mim e eu a abraçando por trás. Não sei quanto tempo passou até que ela decidiu falar, calma e pausadamente.

— Entrei em meu quarto para um banho e relaxei na água – falou – Achava que tinha trancado a porta, mas ele conseguiu entrar... Acho que peguei no sono quando me assustei com ele aqui – ela se virou pra mim – Ele estava em cima de mim quando sua mãe chegou e cravou uma adaga nas costas dele.

— Minha mãe? – perguntei surpreso

— Sim – lagrimas voltaram a rolar – Ela me salvou, ela poderia ter me matado ali também... – chorou

— Minha mãe sabe, Falicity – falei por fim

— De nós dois?

— Sim – dei um pequeno sorriso

— Oliver...

— Por favor, não me odeie - falei - Ela me questionou a uns dias atrás sobre a mulher por quem eu estava apaixonado, perguntou se era você e eu não tive como negar. Disse que via como nos olhávamos e que até o mais tolo perceberia.

— Ela não odiou?

— Fiz ela prometer a um tempo atrás que, se eu fizesse o que ela queria, ela não mexeria com a mulher que eu amo. – puxei-a para mim – E ela cumpre as promessas dela – sorriu abobalhada e me beijei

Eu retribuiu o beijo, em completo compasso com meu. Sua unha agarrou minhas costas e eu a trouxe ainda mais junto a mim.

Como eu estava com saudade!

Eu não queria ultrapassar nenhum limite, sabia que ela estava ferida, com medo... Não seria inconveniente com ela. Até que o barulho de um ronco fez com que nos separássemos.

— Ops – ela sorriu sem graça e sua barriga voltou a roncar – Estou faminta!

— Posso providenciar algo para você comer...

— Não quero ficar aqui sozinha – falou com cara de pidona

— Como vamos sair juntos sem sermos vistos?

— Já é quase madrugada, ninguém vai nos ver.

— Você quem manda, majestade

— Que bom – sorriu se levantando e eu a acompanhei – Quando voltarmos, me conta sobre Calais

Fomos em direção a cozinha do castelo, estava tudo um breu, alguns guardas faziam a ronda pelos corredores, mas Felicity sendo criada por ali, pegava atalhos onde não tinha ninguém. Pegamos uma cesta e colocamos frutas, vinho e pães e voltamos para o quarto dela, fizemos tudo em silencio, para que ninguém acordasse.

Conversamos e comemos até a metade da madrugada, falei com ela sobre a fracassada tentativa de ir a Calais, e ela me contou sobre o aviso do Billy e sua suspeita de ataque ao meu navio – deixarei para descobrir isso depois, providencias precisavam ser tomadas, homens haviam sido mortos.

Não tocamos mais no assunto do quase estupro e nem do homem morte no pátio do castelo, isso seria resolvido amanhã.

Felicity não queria ficar sozinha naquele quarto de jeito nenhum, até que ela não precisou de muito para me fazer ficar lá.

Adormeci com ela em meus braços e a promessa de que ninguém encostaria nela novamente.

POV Felicity

Acordei, mas não abri os olhos, queria aproveitar estar com ele o máximo que eu podia. Eu sentia dos braços de Oliver sobre mim, sentia sua respiração calma em meu cabelo, sentia nossas pernas entrelaçadas... Queria que o tempo parasse eu ficássemos assim para sempre. Sentindo seu cheiro.

— Olha como eles são lindos juntos – Thea falou com ternura – Imagine os filhos

— Não vejo a hora dos filhos chegarem – Caitlin disse

— Não vejo nenhuma graça – esbravejou Tommy

Espera ai... O que esse trio estava fazendo no meu quarto? E a privacidade?

— Eu vou ser demitido e enforcado – falou uma voz que eu não estava familiarizada, essa estava mais distante...

Me remexi e abri os olhos aos poucos encarando os três com uma carranca.

— Bom dia – Thea falou alto dando um susto em seu irmão que acordou já se sentando e olhando para os lados alarmado – Calma, Oliie

— Que invasão é essa? – falei ao mesmo tempo que Oliver dizia:

— Que diabos está acontecendo aqui?

— Viemos acordar minha irmã e demos de cara com você na cama dela – Tommy falou com uma carranca

— A porta estava trancada – falei

— Roy conseguiu a chave cópia pra mim – Thea sorriu vitoriosa

— Ela me persuadiu, majestade – Roy estava parado na porta – Não me demita, por favor, ela disse que você estava passando mal, pois Rainha Moira te viu vomitando.

Corei com todos os olhares em cima de mim. Eu não contei para Oliver que havia passado mal antes e depois do atentado, que toda essa pressão estava me deixando enferma. Me sentia estranha nessa momento.

— Você vomitou? – Oliver questionou me olhando, e depois olhou para Thea – Roy? Que intimidade é essa?

— Digo, Senhor Harper – sorriu amarelo – Que bom que não estão nus – Thea mudou de assunto

— Por qual motivo eles estariam nus? – Tommy olhou de cara feia pra Oliver, que levantou da cama na defensiva – Por qual motivo você está na cama da minha irmã? Só não te acordei te socando, pois as meninas não deixaram. – falou sério

— Homens... – Caitlin revirou os olhos

— Quer resolver agora então? – Oliver cresceu pra cima de Tommy, levantei correndo e parei na frente do meu irmão.

— Eu e Oliver estamos juntos – coloquei a mão em seu rosto – Nos amamos e vamos nos... – não consegui completar a frase, pois vomitei o sapato do meu irmão inteiro. Ao mesmo tempo que ao fundo escutávamos um grito:

— Príncipe Cooper está morto!

*O Cerco de Calais (ou Guerra dos 100 anos) aconteceu beeeem antes no ano que a fic se passa, mas quando eu assisti Reign, Francis chega da guerra dizendo que reconquistaram Calais. Porém não achei nenhum dado histórico disso para poder por a fonte aqui pra vocês.Mas segue o link da Guerra de 100 anos, onde a Inglaterra obteve vitória. (https://monografias.brasilescola.uol.com.br/historia/a-guerra-dos-cem-anos.htm)