Eu tinha que manter a compostura, a reputação. Eu era uma sonserina, e com um nome de peso a zelar. Roxanne Malfoy, segundo alguns rumores "tão esnobe quanto Narcisa Black". Eu agradeceria se tudo tivesse continuado assim, perfeitamente nos trilhos como sempre foi. Eu pareço inalcançável e uma perfeita Malfoy na frente de todos, e quando cai a noite não há o que temer.
Mas esse foi o problema. Eu esqueci que eu tinha o que temer! Eu esqueci que havia outra pessoa que passava todas as madrugadas em armários de vassouras, na Sala Precisa, em salas abandonadas ou vagando pelos corredores. Eu esqueci que ele era como eu, mas todos sabiam. Esqueci que se houvesse contato, ia ser como um fósforo aceso perto de uma dinamite. E eu, descuidada, mal pude perceber dois olhos azuis me observando.
E então, tudo desandou. E num efeito contínuo, todos desastres levaram ao maior. Eu me apaixonei por ele.
Era só uma brincadeira. Estava tudo dando certo, tudo como sempre esteve. Muita coisa acontecendo ao mesmo tempo, é verdade. Depois do natal já não dava pra ficar no Largo Grimmauld. E eu me mudei para a Mansão Potter. E realmente achei que seria meu maior problema. Bem falado, achei .
Estava tudo correndo bem, mas ela resolveu fazer a birra de menina mimada. Como todas, ela se achou a última do pacote... E achou que eu correria atrás. Mas eu não corro atrás de ninguém. E foi nesse pequeno detalhe, nessa pedrinha, que ela tropeçou e caiu.
Ela ia pagar! Era isso que eu queria, que eu quis... Vingaça. Só. Vê-la se arrastando, implorando, suplicando. Era isso que eu queria. Sabia que era só uma capa todo aquele charme de virar o rosto branquinho e empinado quando eu passava. Eu sabia que o corpo dela gritava por mim. Mas eu queria só a vingança. Só provar que ela não deveria mexer comigo. Ela, finalmente, conseguiu atiçar meu lado mais perverso, o que fazia juz ao maldito sobrenome.
Afinal, quem mexe com fogo, se queima.
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