A visita

Já passaram cinco anos....Cinco anos desde aquele acidente que devastou emocionalmente, Chiki Amano, o rapaz que uma vez fora feliz e levava uma vida normal.
Agora ele é um homem de 21 anos que lida com depressão e com suposta paranoia, desde aquele incidente que Chiki Amano tem sido acompanhado por um psicologo, as autoridades acabaram por desprezar os relatos de Chiki quanto ao massacre, pensando que aquilo tudo foi apenas imaginação dele e que ele era alguém com problemas mentais,
com isto, as autoridades acabaram por arquivar o caso como *Ataque Terrorista*, Chiki fez de tudo para provar o que tinha visto lá, mas ninguém acreditou nele, Chiki eventualmente ficou obcecado para provar o que realmente aconteceu naquele hospital, e essa obsessão teve como preço uma estadia de um ano num hospital psiquiatrico e o acompanhamento de um psicologo para o resto da vida.
Chiki encontrava-se no seu quarto, com um pequeno raio de luz iluminando apenas a sua cama, pois a janela estava fechada e os cortinados cobriam a vista lá para fora, era algures entre as 15:00 da tarde, Chiki seguia uma rotina muito monotoma, acordava ás 8:00 ia ter com seu psicologo, depois regressava a casa por volta das 11:00 e passava seus dias dentro do seu quarto desarrumado, sua mãe trabalhava até tarde por isso ele passava maior parte do seu tempo sozinho.
Chiki estava estendido na sua cama, enfrentando o teto, cansado...frustrado....ele pensava nas palavras do psicologo *Isso está tudo na sua cabeça Sr.Chiki* *Você tem que esqueçer isso e seguir em frente Chiki*, com tanta gente falando que aquilo tera sido tudo uma aluçinação dele e na verdade um ataque terrorista, Chiki até começou a acreditar que aquilo tudo fora, afinal, imaginação dele, ele também já se sentia exausto de tentar provar o seu ponto constantemente e falhar sempre.
Enquanto ele estava estendido na sua cama, enfrentando o teto, ele se sentiu...irritado....Não das duvidas dos outros, não do fato de estar exausto, mas sim por causa de bem...tudo...Tudo lhe irritava naquela tarde, o som do relogio era irritante, o som dos carros lá fora eram irritantes, o silêncio era irritante, o quadro de fotos de Chiki e Izumi derrubado no chão com fotografias rasgadas por todo lado...Era o mais irritante, de repente ele ouviu o som da campainha lá em baixo:
–...Ah?....A campainha?- Falou vagamente Chiki.
–....Foda-se, não vou atender, é provavelmente mais uma porra de uma testemunha de Jeová tentando enfiar a sua propaganda pela minha garganta abaixo...Que nojo.-Chiki estava determinado a não abrir a porta, mas a campainha continuou tocando, irritado com isso Chiki desceu as escadas furiosamente, seu cabelo estava um caos total e sua cara não ficava muito atrás, com isto Chiki abriu a porta furiosamente
–O QUE FOI???-Gritou ele
–Ah?....Você é o...Sr.Chiki Amano certo?
Chiki olhou para o homem, ele era careca, usava uns oculos escuros e usava um smoking, ele parecia ser importante.
–Sim..Eu sou...E você é quem? Vin Diesel?- Chiki sentiu-se estranho após esta frase, ele acabara de usar a ironia devido ao tom de cor moreno do homem e as suas grandes semelhanças ao ator, contudo, ele se sentiu estranho porque já há muito tempo que não usava a ironia.
–Ahahaha, gostei dessa- O homem deu um riso forçado.
–Não, meu nome não é Vin Diesel, meu nome é Rentaro Kawaichi, sou do departamento Paranormal Hunters.- Afirmou o homem mostrando seu ID e erguendo seu crachá com orgulho.
–.....-Chiki pareçia incomodado.
–Eu estive olhando seu caso Sr. Chiki Amano, e sabe uma coisa? Eu acredito no que aconteceu.
Chiki quase que teve seu coração saltando fora do seu peito, mas como isso seria impossivel, ele fez uma cara impressionada, contudo ele teria que fazer a seguinte pergunta:
–Uhm...Vejo....Mas qual o porquê de vocês acreditarem nisso?-Falou Chiki com um meio-sorriso.
–O porquê, não poderá ser discutido aqui, onde a vizinhança pode ouvir tudo, já que a Paranormal Hunters é uma associação Governamental Ultra Secreta, mas poderá ser discutida...Neste sitio- Rentaro entregou um cartão com uma morada a chiki.
–...Paraque de estacionamento 242?.....-Chiki leu o cartão com desprezo, ele pensou que acabara de ser enganado.
–Ouça..Eu sei que pareçe ridiculo ma-...Rentaro foi interrompido.
–SAIA DAQUI!!!- Chiki berrou e se enfiou dentro de casa, fechando a porta furiosamente, ele ainda ouvia umas coisas de Rentaro, mas como a raiva o tinha parado de pensar racionalmente, ele nem conseguiu entender o que disse. Então ele voltou para o quarto, ele pensou sobre isso tudo...Paranormal Hunters...Para começar o nome já era ridiculo o suficiente, para além do mais, se essa *Organizaçao governamental* era assim tão super-secreta, porque raios eles se iriam encontrar num parque de estacionamento?
Chiki pensou e pensou nisto, pelo quão ridiculo pareçesse Chiki pensou naquela frase, *Eu acredito no que aconteceu*, que por alguma razão, impedia Chiki de rasgar o cartão. Eventualmente, Chiki acabou por ir, fosse verdade ou não, ele teria que arriscar...A duvida era muita, a confiança era pouca...Mas...Essa pouca confiança...Já era alguma coisa. Chiki tomou um banho antes de sair, ele penteou seu cabelo, colocou um casaco preto acompanhado de uma T-shirt vermelha, vestiu umas calças de ganga azuis e uns tenis cinzentos, só faltava uma coisa, já eram 19:00, sua mãe chegava por volta das 21:00, então ele teria que escrever uma desculpa e colar-lhe no frigorifico, ele quase que imaginava a reação da sua mãe, provavelmente iria fazer troça de Chiki quando ele chegasse algo do genero como *Ah finalmente saiu do covil*.
Ele era desprezado por sua mãe depois daquele incidente, principalmente porque a depressão fez com que Chiki desistisse de seu futuro e potenciais, coisas como *Eu já não te conheço* e *Você já não é mais meu filho* eram coisas que Chiki ouvia todos os dias.
Chiki abriu a porta, ele ia sair para outro sitio...Um sitio para além da clinica psicologa, esse pensamento fez com que o ar que Chiki respirava tivesse um cheiro...diferente e novo.