— Zayn’s POV –

Coloquei o monte de dinheiro em meu bolso depois de recontá-lo algumas vezes. Duas mil libras em uma só noite. Ótimo. No total conseguimos quatro mil e isso com somente os alunos de nossa faculdade. Isso podia me render um bom dinheiro. O suficiente para compra uma moto, quem sabe.

Apesar de tudo isso, eu estava inquieto. Eu tinha começado a perder o controle hoje na frente dela, e isso me preocupava. Dela, eu digo a Paola. A cena em que me encontrava agora era extremamente ridícula. Eu andava de um lado para o outro do meu quarto com as mãos nos cabelos tentando me controlar. Não fumar fazia com que o sangue em minhas veias corresse mais do que o normal. Não sei o que é pior, perder o controle na frente dela, ou recusar o seu beijo. Caralho. Puta merda. Cacete! Eu queria beijá-la! Queria mesmo! Mas essa merda de boato não ajudou em nada. Quando finalmente ela se sente atraída por mim, depois de dois meses de convívio, eu recuso a porra da boca que eu estava louco pra provar e isso porque eu estava com medo do que os outros estavam falando.

— Alô, Harry? – Eu estava com o celular no ouvido e já havia discado o numero de Harry.

— Fala cara, já está com saudades? – Ele riu. – Eu to no quarto do lado, caso queira dar uma passadinha aqui mais tarde...

— Você é tão gay, puta que pariu...

— Cala boca, não cospe no prato que comeu. – Soltei uma gargalhada e tentei lembrar qual era meu foco inicial da conversa. – Ah sim, então... Você não está com a Malu, está?!

— Estou, claro que estou. Ela está na minha cama agora, a lingerie dela está jogada no chão, ela está pelada e sussurrando meu nome no meu ouvido... Mas eu decidi parar de transar com ela para conversar com você, porque é OBVIO que eu iria atender a porra do celular durante o sexo com a mina que eu sou a fim. – Às vezes a ironia dele extravaza mais do que seu lado tarado. Revirei os olhos e bufei. – OBVIO QUE EU NÃO TO COM...

— Já entendi, já entendi! Eu só queria saber se ela sabe onde a Paola está... Ela vinha pra cá hoje... Ta demorando demais... – Encarei o relógio.

— Cara, você tá ficando neurótico. – Ele bocejou no celular. – Quer saber, vê se dorme... Aguenta essa vontade de fumar ou pega a porra do cigarro e fum... -Uma série de batidas na porta me fizeram dar um pulo.

— Zayn....? – Era a voz de Paola. Ela parecia calma, o que já era um ótimo começo.

— Harry, preciso ir, ela chegou, vê se não me acorda cedo amanhã, estou com planos, tchau. – Ele tentou falar alguma coisa mas eu desliguei antes que ele terminasse. – Já estou indo! – Gritei jogando o celular na cama e correndo até a porta.

Andei até a porta e logo depois a abri. Agradeci mentalmente por duas coisas. Primeira: ela ter finalmente chegado e com isso, evitou que eu tragasse um maço inteiro de cigarro por ter sido um idiota com ela hoje. Segunda: por estar usando uma calça de moletom larga o suficiente para não marcar nada que havia em baixo dela. O motivo era simples, ao abrir a porta, dei de cara com uma Paola encostada no batente, com a maquiagem um pouco borrada em baixo dos olhos, shorts bem curto com uma camiseta justa. Ela segurava uma pequena bolsa e tinha uma toalha caída sobre o ombro. Por incrível que pareça, de um modo desleixado, ela estava, parcialmente, sexy. A encarei por alguns segundos e, logo depois apontei para a toalha.

— Vou tomar banho aqui. – Ela disse dando de ombros e passando por baixo de meu braço, que estava esticado segurando a lateral da porta, e entrou no quarto.

— Que bom que você chegou, sério, eu... – Quando me virei para voltar a olhá-la, tudo que havia em sua bolsa estava jogado em cima de minha cama e Paola já havia tirado a blusa. – Oh...

— Até parece que nunca viu antes. – Ela revirou os olhos. Ver eu já vi, mas não os seus. Pena que eu não podia responder isso. – Diz que sua água está quente, porque sério, a do nosso vestiário está um lixo.

— Está quente sim. – Engoli em seco quando ela arrancou seu shorts deixando a mostra sua calcinha de lateral larga, que era toda em renda. Renda é a palavra chave para: Me jogue na cama e me use. Passei em minha cabeça umas 700 formas diferentes de jogá-la em minha cama, naquele exato momento.
— Ótimo. – Paola passou por mim e entrou no banheiro fechando a porta. Só estava esperando ela descobrir que não tem como trancar. – Vou deixar a porta encostada, caso você precise usar o banheiro para, sei lá, olhar seu topete.

— Tá... Eu acho. – Me dirigi até a cama.

Missão: descobrir que tipo de calcinha ela usa. Não que eu queria julgar meninas que curtem aqueles fios-dentais e tal, mas eu já achava que aquilo mostrava demais. Andy usava esse tipo e bem, eu nunca achei uma coisa tão maravilhosa como sempre disseram. Escutei o barulho do chuveiro. Liberou. Puxei uma blusa preta, estampada com dois X na frente, e joguei para um lado. Logo depois uma calça jeans e em seguida uma escova de dentes. Olhei para a bolsa que ela havia trazido e fui até a mesma. Bingo. Lá estava uma calcinha boxer preta, simples, apenas com um detalhe vermelho dos lados e uma camisa que parecia caber umas cinco ‘Paola’s. Será que ela vai dormir com isso? Calma, só com isso? Não que eu esteja reclamando, mas, porra, isso é provocar demais. Talvez essa seja sua ideia.

Peguei o que tinha na bolsa e logo depois a escova de dentes que ela havia jogado na cama. Ótimo, se ela ia dormir assim, eu iria entregar isto em suas mãos. Ou vou deixar na pia, tanto faz. Fui até a porta do banheiro e percebi que havia uma fresta. Olho ou não olho? Olho ou não olho... Foda-se. Olho. Foquei para dentro do banheiro e, sem querer ou não, a fresta dava exatamente para o chuveiro. Eu não conseguia ver perfeitamente o que se passava por trás daquele livro um pouco fosco, mas, assim como no acampamento, via seu contorno perfeitamente. Ela estava tirando a água dos cabelos enquanto cantarolava alguma musica e se mexia no ritmo.

— Ei. – Eu disse empurrando a porta que fez com que ela desse um grito alto e pulasse.

— VOCÊ QUER ME MATAR DE SUSTO?! – Ela bufou e voltou a passar a mão pelos cabelos. – O que te trás aqui, senhor Malik?

— O que me trás ao meu banheiro? HM... – Ri um pouco enquanto olhava sua sombra pelo vidro um pouco embaçado.

— Deixa de ser irônico e fala logo.

— Trouxe suas coisas... – Coloquei aquilo que ela chama de “pijama” em cima da pia. – Você deixou tudo no quarto e eu achei que você iria precisar disso...

— Ah, sim, claro... – Ela encostou o rosto no vidro tentando me olhar através do mesmo. – Eu ia me vestir lá no quarto mesmo, mas como você foi cavalheiro, pode deixar meus pertences em cima da pia. – Já podia a ver sorrindo em minha mente.

— Agora você quer conversar coloquialmente? Já coloquei na pia, fique tranquila. – Sentei na tampa da privada, já que ela não tinha me mandado ir embora, eu podia ficar lá por mais um tempo, assistindo ela tomar seu banho. – Posso ficar aqui?

— O banheiro é seu, não meu. – Deu de ombros e pegou o que parecia ser o sabonete. Passou o mesmo pelos ombros seguindo pelos braços. Logo depois desceu para entre seus seios e assim barriga. Tá, acho melhor eu sair agora. – Você podia fechar os olhos por dois segundos para que eu possa tomar o banho... de verdade?

— Ah... ta... Claro, desculpa. – Fechei meus olhos entendendo o que ela disse. Tentei-me a olhar várias vezes. – Posso te perguntar uma coisa? – Tive o silêncio como resposta. O único barulho do local era a água batendo em seu corpo. – Paola?!

— Pode. – Ela respondeu por fim. – Pode abrir os olhos também. – Fiz o que ela disse.

— Eu já sei a resposta... É meio obvia, mas sei lá, eu quero puxar assunto e...

— Se já sabe a resposta porque vai perguntar? – Cavala, porque não?!

— Porque eu quero. – Respondi e me “preparei” para perguntar.

Na realidade, eu me preparei para a resposta que ela iria me dar. Resposta em termos, porque ela ia gritar comigo, mandar eu me foder e depois, para piorar, ia me fazer engolir aquela calcinha de renda. Falou, isso é, nojento e sexy ao mesmo tempo, depende do jeito que ela vai fazer isso. Se ela estiver por cima de mim, sem roupa, e se a calcinha fosse comestível... Meio pornô, mas extremamente interessante, seria um jeito sexy. Agora se ela estivesse com raiva, me desse um soco e começasse a me xingar ao mesmo tempo que enfiasse a mão na minha garganta... bem... Digamos que não ia ser a coisa mais legal que já aconteceu comigo.

— Vai perguntar ou...

— Você é virgem? – Cuspi as palavras já fechando um dos olhos na espera da resposta. Ela não se mexeu por um instante.

— Não. –Respondeu por fim. – Perdi aos 15 anos com um idiota. Não vou te perguntar o mesmo porque eu já sei a resposta.

— 15 anos?! Uou. – Foi só o que eu consegui falar. Eu esperava que ela falasse, sei lá, uns 17 anos porque né, com 15 anos eu imagino ela dando um soco no cara que tentasse beijar o ombro dela. – Você não perguntou, mas eu direi, perdi com 17 e com uma vagabunda.

— Normal.

— Transou mais com alguém depois dele?

— Não. – Ela se virou para mim. – E você, Zayn Malik, quantas garotas caíram na garra e na cama de um dos lutadores da equipe Maddox, a melhor e invicta equipe do Circulo?

— Você fica extremamente sexy quando é irônica. – Ironizei igualmente.

— Digo o mesmo. – Revirei os olhos. – Responde logo que eu já estou quase terminando o banho.

— Foram umas 13, se não me engano. – Tentei lembrar os nomes mas, como metade desse número ocorreu quando eu estava bêbado, não consegui lembrá-los. – E que fique bem claro, nenhuma delas “caíram” na minha cama, elas nem pisaram no meu quarto.

— Como é que você transou com 13 mulheres e nenhuma delas foi na sua cama? Tudo bem que eu entendo que uma grande quantidade desse número foi, sei lá, no banheiro de uma boate, mas porra, nem a Andy? – Já falei que as vezes ela fala tanto e acerta tantas coisas que me deixam puto?

— Você acertou em tudo. Nem a Andy, eu sempre fui para o quarto dela. Não deixo que elas durmam na minha cama, a cama é minha. – Dei de ombros.

Todas que eu dormi até hoje não valeram a pena o suficiente para deixar que acontecesse na minha cama. Gosto de dormir e pensar que a cama está limpa, confortável e não quero ter lembranças ruins nela. Imagina se eu fico com uma menina e dá bosta... Eu ia ter que dormir e ficar lembrando da cena dela deitava na minha cama, no meu travesseiro! Se ficar o cheiro dela então, pronto, fodeu, eu peço para trocar de quarto, mas NÃO DURMO LÁ! Meu sono é sagrado, minha cama é minha namorada e o amor da minha vida, não trocaria ela por nada, muito menos por uma transa qualquer. Pensando agora... Eu, hoje mesmo, imaginei jogar a Paola na minha cama diversas vezes e... bem.... Não me veio consequências nenhuma, como: “E se ela for ruim?”, “E se ela não curtir, ou você não curtir?”, “E se ela se apegar e não quiser mais sair daí?” Falou, se ela se apegar eu não vou ligar e tal...

— Então quer dizer que eu serei a primeira a dormir na sua cama? Estou lisonjeada! – Ela fez um coração com as mãos e encostou no Box para que eu pudesse ver.

— Depende, você pretende transar comigo essa noite? – Levantei uma de minhas sobrancelhas.

— Não.

— Então sim, você poderá dormir na minha cama e será a primeira. – Sorri ao escutar uma risada fraca de Paola no chuveiro. – Você tem algum sonho erótico? Tipo... um lugar... alguma coisa do tipo... – Sempre quis saber se as mulheres também tem isso, porém, nunca tive intimidade suficiente para fazer tal pergunta.

— Hm... Você tem? – Ela não respondeu minha pergunta, mas foda-se.

— Sei lá, pegação no capô do carro... E... Sei lá, talvez sexo no banco de trás...

— É um bom sonho.

— Eu sei.

— Ei, pega, por favor, a minha toalha? Está pendurada atrás da porta... – Ela desligou o chuveiro e se aproximou da porta do Box ao mesmo tempo em que eu ia até a porta do banheiro e pegava sua toalha branca.

— Quer que eu leve ai?

— A ideia é essa, se não eu teria ido até a porta sozinha... – Paola abriu um pouco do Box escondendo seu corpo atrás do vidro. Seus lábios estavam cravados um no outro segurando uma risada.

— Você é tão engraçada, que até dói. – Estiquei a toalha em sua direção. Ela me encarou por um tempo em silêncio e sem movimentos. – Vai pegar ou...

— Chega mais perto para eu conseguir pegar. – Ela abriu um pouco mais o Box e eu bufei indo em sua direção. – Mais perto, porra. – Ela esticou um pouco do braço, quase nada para falar a verdade.

— Satisfeita?! – Disse quando já estava praticamente grudado no Box, não que eu não estivesse satisfeito, afinal, eu estava a poucos centímetros de vê-la nua.

— Satisfeitíssima. – E foi ai que ela segurou minha mão e me puxou para dentro do Box.

De primeira, eu me assustei. Sua força foi tanta que eu parecia que tinha tropeçado em alguma coisa e, sem querer, havia entrado no Box do chuveiro com ela. Quando já estava lá dentro, e depois de raciocinar um pouco, olhei para Paola e a fitei por um instante. Ela estava de sutiã e de calcinha boxer (provavelmente a que ela estava usando quando chegou). Ela havia planejado tudo isso e eu cai direitinho. Ela não tinha “esquecido” o pijama dentro da bolsa, ela não costuma arrancar a roupa na frente dos outros e, muito menos, aceitar que eu ficasse conversando com ela durante seu banho.

Assisti por um instante a água percorrer a barriga lisa da mesma. Seu cabelo pingava algumas gotas em sua perna ligeiramente grossa. Paola se aproximou de mim e arrancou a toalha de minha mão e, logo em seguida, jogou-a pela porta de vidro. Seu corpo entrou em contato com o meu, deixando minhas roupas um pouco molhadas. Ela sorriu em minha direção enquanto me puxava pela gola da blusa. Demos dois passos para trás e já estávamos em baixo do chuveiro. Retomando: Eu e Paola, em baixo do chuveiro, juntos, ela seminua e eu... Eu ainda não estava acreditando que aquilo estava acontecendo. Será que ela realmente queria aquilo ou... Sei lá, ela só seguiu um instinto? Isso pareceu meio gay, eu sei, a menina que eu sou a fim (ok, admito) me puxa para dentro do chuveiro com ela e eu estou pensando se aquilo é certo ou não. Isso pode estragar tudo, ou, melhorar. Acho que isso me faz mas homem do que gay, sabe, pensar no bem dela também, não só no meu prazer. Puta que pariu, hoje eu to muito filosofo/romântico/carente/louco por sexo. Resumindo: Bipolar.

— Você tem certeza que... - Mais uma vez, uma frase sem conclusão.

Antes que eu conseguisse pronunciar a ultima letra da palavra “que”, Paola me jogou na parede gelada do banheiro. Meu corpo encostou totalmente na parede assim como o dela encostou no meu, encaixando perfeitamente. Sua perna se entrelaçou no meio das minhas enquanto seu quadril fazia pressão sobre o meu. Segurei minha vontade de arrancar aquele sutiã com... sei lá, os dentes se fosse necessário, eu só queria pode tirar aquilo dela. Sua mão esquerda subiu meu braço e foi até minha nuca, onde seus dedos se encontraram com meu cabelo. Ela deitou um pouco mais em mim e subiu nas pontas dos pés para que sua boca chegasse ao meu ouvido.

— Sabe qual é o meu sonho erótico? – Senti seus lábios tocarem minha pele. Olha, eu não sei o sonho erótico dela, mas o meu sonho, NESSE MOMENTO, é que, no ensino fundamental, tivessem dado aula de “como controlar seu amiguinho de baixo, para que ele não mostre o que VOCÊ não quer mostrar”... Para os bons entendedores, apenas essas palavras bastam. – Sexo no chuveiro. – Ela sussurrou e se afastou um pouco para que pudesse me olhar. Nunca tinha visto aquilo em seus olhos.
Foi ai que eu tive minha crise interna de certo e errado. Certo ou errado? Certo ou errado? Certo ou errado? Cer....

— Quer saber, foda-se. – Foi a ultima coisa que eu disse antes de dar um passo na direção de Paola e agarrá-la pela cintura juntando nossos corpos. – Você me confunde pra caralho, sabia? – Passei meus dedos sobre seus cabelos encharcados e depois segurei seu rosto entre minhas mãos. Ela deu uma risada fraca e continuou meu olhando. – Me tira do foco... é uma merda... – Mal sabia ela que isso era o que eu mais gostava nela.

— Digo o mesmo, senhor Malik. Você andou virando meu “mundo” de cabeça para baixo...– Ela mordeu o lábio e depois sorriu.

Paola passou suas mãos por dentro de minha blusa e começou a levantá-la. Arranquei-a antes que ela pudesse fazer isso. Ela entrelaçou seus braços em minha cintura e tocou os lábios em meu peito. Logo depois beijou um pouco mais para o lado, só que desta vez eu pude sentir sua língua tocar minha pele. Suas mãos faziam movimentos de sobe e desce em minhas costas marcando perfeitamente minha coluna. Foi quando finalmente ela beijou minha clavícula que meu corpo se arrepiou pela primeira vez e eu percebi que meu amigo já estava se animando. Paola fez uma trilha de beijos e logo depois deu uma leve mordida em meu ombro enquanto descia sua mão até minha coxa e subia parando na altura de minha calça. Caralho. Caralho. Caralho. Respira, porra. Minhas mãos que, antes estavam em sua cintura, agora percorriam por suas costas, sua barriga e, às vezes, desciam até sua coxa e apertavam a mesma. Sem muito avanço antes do tempo.

Um dos dedos de Paola infiltrou minha calça ao mesmo tempo em que seus lábios depositavam um leve chupão em meu pescoço. Sua outra mão agarrava meus cabelos com força e depois brincava com os mesmos. Ela abriu o botão da calça. Falou, agora ela provocou demais e eu não fiz nada. Eu também podia, certo? Certo! Contornei a altura de sua calcinha, desde a linha de seu umbigo até sua coluna em suas costas. De vez em quando deixava que meu dedo entrasse em um pouco entre o tecido e a pele molhada de Paola só para poder assistir a mesma fechar os olhos e se arrepiar um pouco. Quando percorri meus dedos até a altura de seu quadril – enquanto ela ainda beijava meu pescoço – escutei uma risada fraca vindo dela.

— Cócegas? – Perguntei e ela apenas assentiu com a cabeça. Repeti meu ato anterior e ela riu de novo, só que desta vez se arrepiando. Passei minhas mãos em seus braços. Eu adorava sentir sua pele arrepiada.

— Não se atreva a fazer isso mais uma vez! – Ela me encarou séria enquanto a água escorria desde seus cabelos para dentro de seu sutiã, descia por entre seus seios até o umbigo... Eu queria poder percorrer esse mesmo caminho.

— Não vou. – Colei meu corpo no dela, mais uma vez.

Segurei em seu quadril e a puxei para cima, dando a brilhante, magnífica e, puta que pariu, melhor ideia que eu já tinha tido na vida: Ela entrelaçar suas pernas em meu quadril. Assim parece idiota, mas sentir ela, ela toda tocar em meu corpo era muito bom. Por sorte, destino ou... experiência, Paola fez o que eu queria. Ela deu um impulso junto ao meu e amarrou-me com suas pernas. Seus braços percorreram meu abdome e depois se encontraram em volta de meu pescoço. Eu queria que ela sentisse prazer agora, o mesmo que tinha sentido... Ou melhor, mais! Sabemos que homem se excita muito mais fácil, e pode apostar, eu já estava excitado desde quando ela me tacou na parede... Como eu disse, não aprendemos a controlar nosso amiguinho, que eu particularmente chamo de Alexandre – O grande – (podem rir, é idiota, mas eu dei esse nome com 12 anos, mereço meus créditos).

Ainda segurando-a, encostei-a na parede para ter sustentação. Ela fechou os olhos quando comecei a de concentrar a parte, que eu tinha acesso –afinal ela estava de sutiã, de seus seios. Sua respiração ficou um pouco pausada, quase ofegante. Beijei o que eu podia de tais enquanto percorria minhas mãos desde seus joelhos, coxas até a altura de seu quadril, onde ela recuava um pouco. Sim, haviam locais que ela não ‘gostava’ ou ‘deixava’ que eu tocasse, era como se isso a machucasse. Não entendi no momento, mas preferi ignorar e não repetir o local. Comecei a beijar seu pescoço e, em cada mordida ou chupão que eu dava, ela puxava um pouco meu cabelo (tudo de acordo com a MINHA intensidade) ao mesmo tempo que se arrepiava.

— Eu preciso... – Sussurrei para ela e a mesma desceu de meu quadril. – Cacete, Paola... – Passei minha mão em seus cabelos.

— Isso vai ficar marcado, você sabe, né? – Ela apontou para o chupão que havia deixado em meu pescoço.

— Sei. Não ligo. – Passei minha mão por seu pescoço e aproximei meu rosto do dela. – O meu também vai ficar marcado... E tem mais que um... - Sorri quando ela subiu nas pontas dos pés e puxou meu rosto para perto do dela.

— Eu não ligo. – Ela disse fechando um pouco os olhos. Podia sentir seu hálito fresco em meus lábios assim como podia sentir os mesmos tocarem levemente os meus enquanto Paola falava.

Ela apertou minha nuca. Puxei seus cabelos. Senti seus lábios tocarem os meus devagar... Alexandre, se controle.

— Alguém está meio excitado aqui... – Ela disse com os lábios entre os meus.

— Desculpa, ele não me obedece...

— Acho que você tem que abaixar um pouco desse fogo... - Espera, que?!

Do nada, sem explicação, tudo que eu queria e que eu “tinha em minhas mãos”, lê-se Paola, se afastou. Ela simplesmente se afastou, sorriu e ligou o chuveiro para o modo de água gelada. Demorei um bom tempo – encarando suas costas enquanto ela saia do Box e se enrolava na toalha – para entender o que havia acabado de acontecer. Como eu disse, ela tinha planejado tudo... Mas não é que ela me queria... Ela queria mesmo era se vingar pelos meus modos na porra do Circulo. Ela me torturou, me deu quase tudo que eu queria, me excitou, para, no final, sair e me deixar com vontade... Quase como eu fiz com ela, só que... Com uma intensidade bem maior e pior. Essa é a hora que eu chamo uma menina de filha da puta. Sem ofensas verdadeiras, mas... Cara, essa foi foda. Eu devia ter previsto que isso iria acontecer. Lembrete: A mulher sempre está certa. A mulher se vinga melhor do que os homens. Burro. Burro. Burro.

Aproveitei que, bem, já estava no chuveiro e arranquei minha calça e cueca. Tomei o banho mais rápido da minha vida, mas, obvio, que quente, não com aquela água supergelada que Paola havia me deixado. Sai do banho, sequei-me e logo depois enrolei uma toalha em minha cintura. Eu recurei o beijo dela por boatos e ela se vingou... Quem começou com essa putaria fui eu, então, EU tinha que arrumá-la. Atravessei a porta do banheiro e fui até o quarto. Paola estava deitada, toda encolhida segurando os joelhos e com um rosto quase todo escondido pelo travesseiro.

— Er... – Comei a dizer enquanto me encostava à mesa na frente de minha cama e cruzava os braços em frente ao meu peito. – Eu meio que mereci isso, admito.

— Pois é, você meio que mereceu isso sim. – Ela se virou um pouco em minha direção e eu pude ver uma parte de seu rosto. A encarei um pouco. Tive uma vontade absurda de rir, mas me segurei.

— Satisfeita agora que se vingou? – Levantei uma de minhas sobrancelhas.

— Satisfeita não seria a palavra certa. – Virou-se na cama e começou a encarar o teto. – Eu... Eu acho que eu exagerei um pouco... – Ela deu de ombros. – Estou me sentindo meio culpada...

— Você não exagerou. – Sei que apanharei com a brilhante ideia de fala que tive, mas foda-se. – Mas já que você está se sentindo tão culpada... Se quiser se redimir, sabe... Sexo no chuveiro é uma ótima ideia, superapoio que voltemos para lá e tal... – Gritos em 3...2...1...

— ZAYN! SEU IDIOTA! – Ela sentou na cama com o impulso que tomou para jogar um travesseiro em minha direção. E a filha da mãe me acertou com aquela porra. – EU AQUI PREOCUPADA, CULPADA E VOCÊ PENSANDO EM SEXO?! SÓ NO SEXO?! – Cerrou os olhos. – Eu te odeio, seu idiota.

— Calma! – Disse enquanto gargalhava.

— Calma nada! – Ela enterrou o rosto no travesseiro e ficou assim por um tempo.

— Mas... – Comecei e ela me deu uma olhada de canto de olho. – Quero que você saiba que tudo que eu disse lá era verdade... Você me confunde pra caralho, me deixa louco... E tudo que eu fiz lá dentro eu REALMENTE tive vontade de fazer, eu queria tudo... Exatamente TUDO que estava acontecendo. – Pronto, falei tudo que eu tinha pra falar de uma vez só.

— O que você quis dizer com isso? Que o que eu disse não foi verdade? – Ela me encarou. Dei de ombros enquanto ia até o armário e puxava uma cueca de dentro do mesmo. – Tudo que eu falei também é verdade, aquela frase idiota sobre o “meu mundo” e tal... Foi sério. Só não quero... Falar sobre isso.

— Tá... – Disse enquanto colocava minha cueca por baixo da toalha. Depois que o fiz, tirei a toalha da cintura e coloquei uma calça de moletom. – Vamos dormir então...

— Isso, vamos dormir. – Ela disse se virando para o lado contrário do que eu ia deitar, deixando, assim, suas costas viradas para mim.
Deitei na cama e a encarei suas costas. Aquilo me fez lembrar do chuveiro e de tudo que aconteceu. Ela pareceu gostar de tudo que havia acontecido, literalmente tudo. No momento em que ela subiu em meu “colo” e deixou que eu beijasse seu pescoço, ela não pareceu em nenhum momento ter planejado aquilo, ela simplesmente se deixou levar pelo que estava acontecendo e aproveitou-o. Ou seja, isso quer dizer que ela sentia alguma coisa em relação a mim, certo?

— Lá no chuveiro... – Comecei a dizer enquanto encostava meu indicador em suas costas e contornava sua coluna. – Você não pareceu estar fingindo...

— Vamos dormir, Zayn.

— Você pareceu ter gostado, sabe? Quando eu beijei seu pescoço... – Me aproximei dela jogando seus cabelos para frente e tocando meus lábios em sua nuca. Bingo, ela se arrepiou e eu aproveitei para passar minha mão pelo seu braço. – Como agora...

— Quer saber... – Ela se virou e, de uma hora para outra, me vi de barriga para cima, com ela em cima de mim. Paola tinha pulado em minha direção, colocado cada uma de suas pernas em um dos lados de meu corpo e, ainda por cima, segurou-me pelos punhos com as mãos no alto de meus ombros. Puta que Pariu, como eu gosto quando elas fazem isso. – Ditarei algumas regrinhas... – Ela sorriu. – Sem provocações, Zayn. – Sua boca foi até a minha. Paola mordeu meu lábio inferior e o puxou um pouco antes de soltar. – Antes que eu resolva sair por aquela porta e esqueça a verdadeira finalidade disso... Você parar de fumar.

— O...Ok. – Eu disse e ela saiu de cima de mim, voltando a se deitar. – Quer uma calça para dormir? – Perguntei.

— Só preciso de uma meia... Só durmo com os pés quentes e tal... – Ela disse como se NADA tivesse acontecido.

— Pode deixar que eu cuido dessa parte. – Eu pisquei e a puxei para perto de mim.

Meus pés se entrelaçaram com os dela que, estavam gelados para caralho, e começaram uma dança onde ambos nos esquentávamos. Consequentemente, minha perna e a dela raspavam uma na outra, esquentando-as. E foi assim, com Paola deitada em meu peito, que ela dormiu. Digo uma coisa: Aquela história de assistir a menina dormir ser romântico... É mentira. Pelo menos, não se tratando de Paola. Ela falava coisas sem nexo entre o sono e dormia com a boca ligeiramente aberta. Eu tive que rir.

Por incrível que pareça, eu gostava dela assim tanto quanto gosto dela acordada (chata, brirrenta e dona da razão).

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.