- Malu’s POV-

- Podem entrar. Ele está esperando vocês. – A secretária do diretor falou. Eu estava em desespero por dentro. Respirei fundo e me levantei. Nós todos entramos na sala.

E que sala. Era uma sala grande, cheia de quadros pendurados, troféus, diplomas... Era incrivelmente... Assustadora. Eu estava com medo daquilo. Eu não era a menina mas certinha no colegial, na realidade, nós três estávamos sempre na diretoria, principalmente a três anos atrás, andar com aquela galerinha... Popular dava nisso. O diretor olhou para nós seriamente e levantou apenas uma de suas sobrancelhas. Como ele consegue fazer isso? Tipo, ninguém consegue fazer isso... Não que eu esteja chamando o diretor de ninguém, mas cara... ele levantou SÓ UMA! Eu só consigo levantar as duas e olhe lá. Será que tem que fechar um dos olhos pra...

- Senhorita Rampazzo! – A voz do diretor soou alto e eu arregalei meus olhos. Todos os rostos estavam virados para mim. Niall estava com a mão na boca para não rir. Droga, eu estava fazendo caretas tentando levantar só uma sobrancelha! – O que é que está fazendo?

- Hm... er... Nada! – Eu sorri sem graça. – Me desculpe.

- Como eu ia dizendo a todos vocês... – Ele virou o olhar para os outros. – Sentem-se. – Ele apontou para as duas cadeiras que tinham na sala. Nós ficamos paralisados. Pisquei algumas vezes a fim de que, quando abrisse minhas pálpebras, outras cadeiras aparecessem.

- Mas... só tem duas cadeiras. – Paola disse com certo desprezo. – Duas. E nós somos em oito.

- Aposto que vocês dão um jeito. – Então parece que o diretor consegue ser irônico também.

- É, vamos resolver isso. – Louis disse indo em direção a uma das cadeiras e se sentou. – Pronto! – O sorriso que ele deu em seguida foi hilário. Tayná correu e sentou na outra cadeira antes que qualquer um de nós pensasse na possibilidade.

- HÁ HÁ HÁ HÁ HÁ! Eu consegui antes de vocês. – Ela disse animada dando pequenos pulos na cadeira.

- Isso porque ninguém tentou Tay! – Eu respondi.

- MENINAS! – O diretor gritou chamando nossas atenções. – Vamos ao que interessa... Vocês provavelmente sabem o motivo que eu os chamei aqui... certo?

- Não. – Zayn disse sério. Até parece convincente.

- Ah não senhor Malik? – O diretor virou a cabeça um pouco e deu uma risada irônica. – Bom, então deixe-me refrescar a sua, brilhante, memória! – Ele se levantou de sua cadeira e foi até um armário. Ao abrir a porta de tal, havia uma televisão de plasma e um DVD. O diretor pegou um disco e colocou para rodar no DVD. – Acho que isso vai fazer você lembrar de, bem... Tudo.

Ele apertou o play e a imagem surgiu na tela. Primeiro era só um corredor de faculdade normal. Armários por ele todo, bebedouro, faixas com coisas escrito e... espera um pouco... Pessoas com capuzes. O corredor estava vazio e somente haviam três pessoas lá. Todos com capuzes, roupas escuras e uma mochila. Espera. Eu conheço essa mochila! Essa gravação é... Eu olhei para Paola e ela fez o mesmo. Ela sabia. Parecia que duas das pessoas que estavam lá discutiam, e então, ela tirou o capuz. O rosto de Paola apareceu e assim aconteceu logo depois com Zayn e Louis.

- Viu? Eu disse pra gente pintar a porra da câmera! – E essa era Paola tentando sussurrar para Zayn.

- Não foi culpa minha! – Zayn disse. – Nós também temos câmera e não deu em nada.

- Dá pros dois pararem? – Louis agora estava sério.

Ele começaram a revirar a mochila e tirar os sprays. Louis parecia uma criança passando o spray na parede, escrevendo coisas idiotas. Paola fez o mesmo, só que ela escreveu uma coisa que bem... quem ela queria atingir iria totalmente entender... Só mais uma bebida. Isso foi o que ela escreveu.

- Se recorda agora Senhor Malik? – Zayn o encarou seriamente e não falou mais nada. – Vocês picharam a escola! – O diretor gritou. – PICHARAM! – Ele gritou praticamente no ouvido de Zayn. – O que vocês acharam que iam conseguir com isso? Em?

- Ele deram o trote primeiro! – Paola disse. Essa menina não tinha nada na cabeça, só pode.

- E? E daí? Em senhorita Duarte? – Ele foi para frente dela. – Isso não é problema de vocês! Quem tem que cuidar deles é o DIRETOR deles!

- Mas você não entende! – Agora era a minha vez de falar. – Olha, nós conhecemos muito bem o pessoal que estuda nessa faculdade! Eles eram da nossa escola. E o diretor? Bem, ele era nosso antigo diretor, e eu posso te dizer que ele... ele está pouco ligando para o que os meninos fazem, ele só quer a porcaria do premio dele!

- E isso que diferencia a nossa faculdade da dele! – Ok, agora ele estava irritado

O vídeo continuava a passar na TV e algumas coisas foram acontecendo. O diretor sentou em sua cadeira novamente. A cena agora era de Louis entrando em uma sala. E lá estava um grande buraco na parede fechado por um vidro. Atrás de tal, havia troféus de futebol, fotos de vencedores, melhores jogadores entre outros. Paola e Zayn apareceram e começaram a conversar. Foi então que Louis pegou um spray e escreveu no vidro: “Fuck you all!”. Foi nesse momento que o alarme tocou e os três saíram do prédio correndo. Paola escorregou, levantou, chutou tudo e todos pularam pela janela. O diretor parou o vídeo.

– Vocês tem alguma coisa a dizer? – ele perguntou.

- Ainda não acho justo. – Harry resolveu abrir a porcaria da boca.

- Ah, sério senhor Styles? – Ele sorriu. – Bom, vamos ver o vídeo seguinte... que tal? – Ele clicou no botão que acelerava e BOOOM. Eu estava na tela.

Harry e Liam estavam no chão, caídos. Eu estava rindo da cara de ambos e apontando para tais. Nós andamos um pouco e já estávamos na quadra. Apareceu exatamente a hora em que nós soltamos os porcos e começamos a correr atrás deles para que eles se separassem e se perdessem pelo campus. Eu cai. Harry me ajudou a levantar. Um porco pulo sobre nós e Liam fez o mesmo logo em seguida. Logo depois, lá estava, nós três, no meio do campo, sem fazer nada. Apenas sujos. Apareceu o momento em que Liam teve a brilhante ideia de arrombar a sala onde guardam as bolas, tacos de baseball entre outros e jogar tudo pelo campo. E assim fizemos. O alarme tocou e nós começamos a correr. O diretor parou o vídeo.

- Vocês tem noção do que fizeram? – Ele perguntou.

- Não foi nada demais, porcos não prejudicam nada. – Liam disse dando de ombros.

- Eles ficaram 2 horas procurando o porco de número três senhor Payne! – Ele berrou. – DUAS HORAS PROCURANDO UM PORCO QUE NÃO EXISTE! – Foi só ele terminar que a gargalhada começou. Paola. – Do que está rindo senhorita Duarte?!

- EU DISSE QUE IA SER ENGRAÇADO! – Ela estava morrendo de rir. – Imagina aqueles trambolhos de meninos procurando um porco que não existe! – Ela riu mais um pouco. – Eles correndo atrás do porco... – Ela não conseguia terminar as frases. – Não... N- Nã... Não foi engraçado? – Ela olhou para o resto da sala, que estava em silêncio. – Não? Ok.

- Como eu ia dizendo... – O diretor olhou para ela. – Eles ficaram duas horas procurando o porco... Demoraram duas horas para perceber que não havia o terceiro porco!

- A culpa não é nossa que eles não são espertos! – Niall comentou.

- Falou o loiro oxigenado. – Tayná comentou um pouco alto demais.

- Chega! – O diretor já estava perdendo os limites. – Eu juro, que quando eu recebi a visita do diretor deles e assisti esses dois vídeos... achei que fosse o bastante... Mas parece que vocês não se contentaram com isso e resolveram fazer isso! – Ele clicou no botão para trocar o vídeo e... Niall estava brindo tintas. – Vocês pintaram a porcaria da fonte deles de vermelho! – Parecia que ele estava perdendo as forças enquanto falava.

Niall puxava a tampa de algumas latas com facilidade, enquanto Tay ficava só em uma sem sucesso. Quando finalmente eles terminaram de abrir as latas, jogaram tudo dentro da fonte e ela começou a funcionar.

- Essa foi a menos pior, pode falar! – Tayná olhou para o diretor e recebeu um olhar de ódio como resposta. – Ou não...

- Essa fonte significa muito para eles! – Nossa, estou arrependida agora. Puf. Me poupe.

- Dá pra você pular pra nosso castigo? – Harry bufou cansado. – O que eu vou ter que fazer desta vez?

- Bom, como o Senhor Styles já falou... vocês terão uma punição. – Ah sério? Achei que você tinha me chamado aqui para rir da cara deles comigo. – Quando o diretor deles veio aqui, ele queria denuncia-los por invasão e por danificação aos bens alheios. Eu fiz a cabeça dele de não fazer isso, pois vocês teriam de ficar alguns dias bem... fora da escola. Então nós fizemos um acordo.

- E qual seria? – Zayn parecia impaciente.

- Vocês terão de fazer serviço comunitário, em duplas. – Oh não... do jeito que nós éramos sortudas, nós íamos cair com... – O serviço será aqui na faculdade mesmo. Sobre a duplas... Serão as do vídeo, aprontaram juntos, pagarão juntos!

- Mas eram dois trios e... – Eu comecei a falar mas ele me interrompeu.

- Então... Liam e Louis, vocês farão uma dupla. – Ele deu um tapa na mesa. Paola começou a protestar, mas nada adiantou. Ele estava decidido. – Vocês começam hoje, depois das aulas. Rampazzo e Styles, vocês organizarão a sala de ginástica.

- Você só pode estar... – Harry começou

- Quieto Styles! – Ele olhou para mim e eu revirei os olhos. - Duarte e Malik, vocês limparão a área da piscina. Moritz e Horan, organizarão a reserva de comida. – Ao terminar esta frase, olhei para Niall... Péssima ideia diretor, péssima ideia. – Tomlinson e Payne, ficarão com a melhor tarefa... Lavarão as toalhas dos jogadores de Handball.

- Você só pode estar de brincadeira com a minha cara! – Louis disse irritado.

- Abaixe seu tom Tomlinson. – Ele o olhou com indiferença. – Agora, todos. Saiam. Voltem para suas aulas.

Todos nós ficamos quietos e saímos da sala. Aquilo não podia ser verdade. Aquele menino me persegue! Vejam só, eu entro na merda da faculdade e ele me dá trote. Eu entro para a minha primeira aula e... OLHE SÓ! Ele faz o mesmo curso que eu e ainda cai como meu tutor. Na hora de dar o trote, ele vai comigo. E agora, esse animal de cabelos cacheados vai ter que passar as tardes de, sei lá, pelos menos duas semanas comigo! Eu vou ter que passar duas semanas inteiras com ele. Se não for mais dias. Cara, eu sou tão cagada que até me surpreendo.

- Bem... então nós nos vemos depois da aula não é? – Zayn perguntou em geral e nós todos concordamos e voltamos para nossas salas.

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Eu tinha acabado de sair da minha ultima aula do dia. O que significava que eu teria que ir almoçar e depois me encontrar com o cachinhos para trabalhar um pouco na sala de ginástica. Estou tão animada que quero vomitar. Sério. Só de pensar em ficar naquela sala, presa com ele, me irrita.

Eu encontrei as meninas. Nós fomos para nosso dormitório. Comemos. Conversamos. Tínhamos apenas mais 10 minutos antes de irmos para o prédio da direção e “carimbar nossos cartões” para mostrar que tínhamos feito nosso trabalho. Nos levantamos e fomos até onde devíamos ir. O quanto mais rápido começar, mais rápido termino! Né?

Nós chegamos e lá estavam os meninos. Assinamos nossos nomes nos papeis e cada um encontrou sua dupla e começou a ir em direção ao local onde teria que fazer seus trabalhos. Eu e Harry ficamos nos encarando por um tempo. Eu comecei a andar para fora do prédio e fui em direção a sala de ginástica/academia. Ele correu um pouco para me alcançar. Quando chegamos na sala, joguei minha mochila no canto e comecei a pegar alguns pesos.

- Pra que a pressa? – Harry estava apoiado no batente da porta. Ele me olhava curiosamente de braços cruzados.

- O quanto mais rápido começarmos... – Eu disse pausadamente. – Mas rápido terminamos... certo? – Eu estava carregando alguns pesos para uma prateleira.

- Certo... – Ele respondeu. Eu estava com dificuldade de colocar o peso de 10 kilos na terceira prateleira, afinal, eu estava segurando uns 3 desses. – Mas que tal você abaixar a guarda um pouco... – Ele se aproximou de mim e pegou os pesos de minha mão. - Deixa que eu cuido disso... - Harry colocou-os cuidadosamente na prateleira desejada. – E vamos fazer as coisas ficarem um pouco mais divertidas, pra que fazer isso ficar chato não é? – Ele apoiou seu indicador em baixo de meu queixo e seu dedão em cima do mesmo. – Fechou?

- Si... Sim. – Eu respondi engolindo seco e me afastei. – Espero que você consiga tornar isso divertido.

- Ah é? E se eu não o fizer? – Ele me jogou um olhar desafiador. – O que você vai fazer?

- Eu vou acabar com você. – Foi a única coisa que eu disse antes de chutar uma das bolas que tinham no chão na direção do senhor cachinhos. – E vamos dizer que eu sou boa nisso.

- Aposto que sim. – Ele respondeu.

- Tá, vamos começar com aqueles pesos ali. – Eu apontei para mais uma pilha de fatias de 10 kilos. – Temos que colocar todos nessa prateleira.

- Deixa que eu faço isso. – Ele foi até os pesos e pegou todos de uma vez só. Ok, eram três. Mas continua sendo 30 kilos.

- Isso não vai dar certo Harry... – Eu comecei.

- Só me guia, e deixa que o resto eu cuido. – Ele começou a andar em direção a prateleira devagar. Quando ele passou por mim, coloquei mais 3 fatias de 3 kilos cada. Seus rosto já estava ficando vermelho, mas mesmo assim soltou um sorriso para mim. Sim, aquilo realmente iria ser engraçado.

- Ok, cuidado, vai um pouco para a direita. – Eu disse. – Agora levanta um pouco e ...- Foi só ele fazer o que eu pedi, levantar um pouco, que eu comecei a rir. As calças dele começaram a cair enquanto ele subia as mãos.

- Ai, droga! Me ajuda aqui! – Ele estava com os braços pra cima e não conseguia colocar os pesos. Ele começou a virar o rosto a fim de tentar ver até onde sua calça ia. Foi ai que eu comecei a rir. – Para de rir, levanta isso.

- Sem chances. – Eu não parei de rir um instante. – Você conseguiu tornar isso engraçado.

- Quando eu conseguir colocar isso... – Ameaçou? Hm, ele é homem.

- Estarei esperando loucamente por isso! – Eu respondi rindo e me virei para pegar algumas bolas que estavam no chão. – Você nunca vai conseguir colocar isso ai sem a minha ajuda, e eu vou continuar rindo da su- - Eu me virei e dei de cara com Harry. – Mas como...

- Agora... você vai pagar. – Ele me deu um sorriso torto. Meu único sentido foi jogar todas as bolas que estavam em minha mão em sua direção e virar para correr.

Em um piscar de olhos eu estava em seu ombro, de cabeça para baixo. Minha barriga estava em seu ombro. Ele me segurava pelas pernas. E meu rosto... bem, meu rosto estava colado em suas costas. Eu era um saco de farinha. Sobre minha tentativa de fuga? Era tarde demais.