— Zayn’s POV –

— Por que seu cabelo está assim, cara?! – Louis perguntou assim que Harry passou a porta de madeira. – Você está mais gay do que já é.

— Falou o que tem voz e bunda de mulher. – Harry revidou fazendo com que todos começassem a rir.

— Nossa! Eu não deixava em Louis... – Niall começou a provocar.

— Niall, para com isso! – Liam disse tentando controla-lo.

— Foi a Malu que colocou ele assim... – Ele disse enquanto puxava uma coisa do bolso de seu short. Espera... Era um sutiã?

— Nós já vimos um sutiã antes, Harry. – Eu disse revirando os olhos.

— Mas vocês já trocaram sua cueca por um sutiã depois do sexo? – Ele perguntou dando uma risada sacana. – Apresento a vocês, o sutiã da Malu. E sim, eu estou sem cueca.

— VOCÊ SÓ PODE ESTAR BRINCANDO! – Niall pulou da cama e foi em direção ao Harry. – Abaixa as calças, quero ver.

— Sai! Seu bicha! – Harry deu um tapa em sua mão. – Vocês me escutaram, eu e a Malu transamos...

— ONDE?! – Louis perguntou.

— Na ultima cabana, estava vazia. Depois que ela nos viu aqui, correu pra lá, e meio que me seduziu para a cama.

— Ela... te seduziu para a cama?! – Niall repetiu.

— Isso mesmo. Acho que ela meio que planejava isso. O ruim é que a Tiffani viu tudo, e ficou fora da cabana esperando eu sair. Acho que ela está irritada.

— Você está querendo dizer, que a Malu veio aqui, como uma isca, para te levar até a cabana vazia, onde lá, ela começou a te seduzir para a cama? E depois vocês ficaram juntos, transaram e ela te deu o sutiã dela de lembrança e ficou com a sua cueca?! – Liam ditou exatamente tudo que nós estávamos nos perguntando. Era impossível ele ter essa sorte.

— Sim, isso mesmo, exatamente! – Harry se jogou na cama com o sutiã na mão.

— Quer saber, eu preciso de um cigarro. – E eu realmente precisava. Depois dessa, eu preciso de um maço inteiro. Os meninos começaram a rir.
Nós já estávamos de pijama, menos o Harry, é claro. Pelo que Liam disse, hoje teria uma “festa do pijama” na cabana principal. Não era uma festa... Era um monte de gente, de pijama, tomando chocolate quente em frente a uma lareira. Isso era a tal festa. Nem sei se vai ter música. O que eu realmente duvido.

A grande questão agora era... Onde eu iria encontrar um cigarro? Eu sei que a Paola vai me matar, mas não vou conseguir tirar de uma hora para outra, ninguém faz isso. Lembrei que Thomaz fumava e que provavelmente ele tinha cigarro extra, e eu conseguiria fumar antes de ir para a tal “festa”.
Quando finalmente Harry parou de se gabar, nós o obrigamos a por um pijama, COM A CUECA, claro, e fomos em direção a tal cabana. Todo mundo pareceu sair ao mesmo tempo. Meus olhos procuravam Thomaz por todos os lados. Ele seria minha salvação. Eu não ia pedir pra Paola fazer uma massagem em mim de novo. Na realidade, hoje era sexta... SEXTA! Ela disse que segunda, quarta e sexta ela ia dormir comigo... Posso levar vantagem nisso. Quem sabe ela queira virar uma massagista erótica. Provavelmente não. THOMAZ! ACHEI!

— Ei, THOMAZ! – Eu gritei indo em sua direção.

— Fala Zayn, como você tá? – Ele perguntou me dando um aperto de mão.

— Na realidade... Eu esqueci meu cigarro no ônibus... Será que você podia me dar um? – Eu perguntei.

— Claro cara! – Ele tirou o maço do bolso e tirou um cigarro. – Aqui... Quando você precisar de mais, só me falar.

— Valeu cara! – Levei meu cigarro até a boca.

Peguei o isqueiro estampado com a bandeira da Inglaterra que estava em meu bolso. Só de ascende-lo uma satisfação já corria meu corpo. Nicotina idiota. O fogo acertou a ponta do cigarro e eu dei um tragada longa no mesmo. Finalmente, era como se eu estivesse tirando um peso de minhas costas! Soltei a fumaça que deixou minha visão um pouco embaçada. Como eu sentia falta daquilo... De verdade. Voltei a tragar meu cigarro mais algumas vezes. Encostei em uma árvore. Soltei a fumaça, que invadiu minha visão fazendo com que tudo ao meu redor se tornasse vultos.

— Zayn?! – Uma voz feminina soou e um vulto se direcionou em minha frente. Fudeu. – Você. Só. Pode. Estar. BRINCADO!

— Er... – Passei a mão em minha frente tentando afastar a fumaça, encontrando grandes olhos esverdeados me encarando com raiva. – Oi, Paola.

— Oi, Paola?! OI, PAOLA?! – Ela cruzou os braços. – Olha, você podia ter me chamado! Você sabe onde é minha cabana.

— Te chamar pra que?!

— Te ajudar! Zayn, eu fiquei beijando seu pescoço a noite toda, acho que fazer isso mais uma ou duas vezes não ia ser problema. – Ao falar que fez isso a noite toda, Paola chamou a atenção de algumas pessoas que estavam em volta naquele momento.

— Eu não queria te incomodar.

— Olha, eu tenho que admitir... Eu tenho uma super queda por caras que fumam... – Ela começou a dizer me deixando em alerta. – Adoro, sério, acho sexy pra caramba e quando te vi de longe, tive vontade de te atacar! Mas... – Sempre tem um mas! Porque ela não podia simplesmente querer me atacar? – Eu prezo por saúde também! E mesmo sofrendo muito e ter que deixar de te ver fumando, eu quero te ajudar! – Ela rapidamente pegou o cigarro de minha boca e jogou no chão, pisando em cima.

— EI! – Eu disse irritado. – Acho isso injusto! Você vai ter que pagar!

— Vou ter que pagar um cigarro?!

— NÃO! – Eu comecei a rir pela sua confusão. – Hoje é sexta sabia?

— Não muda de assunto, Zayn. – Ela revirou os olhos.

— Não estou mudando! Você me disse que ia dormir comigo de segunda, quarta e sexta. – Eu a relembrei. – E hoje é sexta.

— Tá, mas eu disse quando voltássemos para a faculdade. – Ela apontou para o mato. – Aqui parece a faculdade por acaso?

— Não é a faculdade, mas eu não vou aguentar ficar sem fumar! E você me deve essa por causa do cigarro. – Eu dei um sorriso torto.

— Se eu dormir hoje na sua cabana... Você jura que da próxima vez me chama? – Ela levantou uma de suas sobrancelhas.

— Não é só dormir na minha cabana... É dormir comigo. Tipo, na minha cama. – Meus lábios formaram um sorriso sacana.

— Eu sei fazer isso, está bem? – Ela bufou. – Agora vamos entrar logo... O quanto mais você se distrair, melhor.

— Então você vai dormir comigo?

— Vou, Zayn! Que coisa, eu já disse isso! – Ela agarrou minha blusa e começou a me puxar em direção a cabana principal.

assei pela porta de madeira da cabana ainda sendo puxado por Paola. Ela estava determinada a me levar lá pra dentro de qualquer jeito. Dei uma olhada no lugar. Estava meio cheio. Uma música antiga e que provavelmente ninguém conhecia estava tocando de fundo. Uma lareira se encontrava acesa no canto direito da cabana, fazendo com que o local ficasse totalmente agradável. No outro canto, um “bar” onde servia chocolate quente, chá e alguns petiscos, uma maquina de CDs daquelas antigas que você só escolhe a música e pufes por todos os lados. Pelo menos nisso a Andy acertou.

Paola me levou em direção aos meninos e me liberou lá, avisando que se algum deles me deixasse fumar de novo, eles perderiam os genitais. Eu provavelmente riria disso, mas depois da história da cueca sair pela cabeça do cara, eu fiquei na minha. Ao invés de Paola ir até as meninas, elas vieram em nossa direção e se juntaram ao grupo. Ficamos conversando por um tempo.

— Vou buscar um chá... Alguém quer alguma coisa? – Paola perguntou e todo mundo respondeu negativamente. – Perderam a chance então.

— Eu vou com você. – Disse a seguindo quando ela começou a ir em direção ao barzinho.

— Vai querer um chá, ou um drink? – Ela perguntou como se fosse a garota que servia as coisas.

— Um chocolate quente na realidade. – Eu respondi.

— Estraga prazeres. – Ela respondeu, pegando um chocolate quente e entregando-me e depois pegando seu chá.

Voltamos para o grupo, onde eles ainda discutiam sobre coisas nada interessantes. Eu percebi que Malu e Harry não falaram nada desde que se viram. Na realidade, eles estavam um longe do outro, mas era visível que olhares eram trocados de cinco em cinco minutos. O Harry não era o rei da sutileza... Na realidade, longe disso, ele era um elefante em relação de sutileza. Adora ficar encarando a menina até ela voltar o olhar para ele.

A música que estava tocando acabou e por todos estarem conversando, ninguém se deu o trabalho de ir até a maquina colocar uma música.

— Que droga, ninguém vai colocar uma música? – Tayná perguntou se jogando em um pufe.

— Eu acho que eu vou colocar! – Liam disse animado.

— AH NÃO! – Eu, Louis, Harry e Niall falamos ao mesmo tempo. Nós sabemos o que acontece quando Liam coloca uma música. Normalmente ela é romântica e antiga... Ou ninguém conhece.

— Qual é! Eu mudei! – Liam disse animado. – Vocês vão amar a música que eu vou colocar!

— Liam, você só põe musica que ninguém conhece, dá pra desistir? – Perguntei e ele simplesmente me ignorou.

— Tayná, você que é romântica, vem me ajudar! – Ele fez sinal para Tayná que deu um pulo do pufe e foi até a maquina.

Liam e Tayná ficaram debruçados na maquina por pelo menos uns 8 minutos contados no relógio. Eles podiam ter colocado duas musicas. Mas não, preferiam colocar a musica perfeita! (Coloque a música para carregar) E quando eu digo perfeita, é a mais melosa que os dois juntos já escutaram... Isso era certeza. Quando finalmente resolveram, Tayná começou a dar pulinhos de alegria quando Liam colocou uma moeda na maquina e clicou um botão. O CD virou e a musica começou a tocar. (Aperte o play agora) Por incrível que pareça, eu conhecia essa música... E EU GOSTAVA DELA! Me surpreendi quando vi casais começarem a se formar e irem em direção a pista. Inclusive, Niall e Tayná, Liam e Elisa, Louis e Mari, Harry e Malu e então... Só sobrou eu e Paola.

— Eu adoro essa música. – Eu disse em sua direção. – Quer dançar?

— Não acho que seja uma boa ideia, Zay- - Eu não deixei ela terminar e a puxei para a pista rapidamente ao mesmo tempo que a letra da música começou a tocar.

Paola não teve tempo de protestar, porque antes que ela pudesse, eu já estava com minha mão esquerda em sua cintura, pressionando seu corpo ao meu, quanto a direita se entrelaçou com a dela. Comecei a dar dois passos para um lado e depois para o outro seguindo o ritmo da musica. Ela não teve dificuldade em me acompanhar. Rodei-a duas vezes a fazendo ficar um pouco tonta e depois pisar em meu pé. Ela começou a rir descontroladamente. O ritmo iria acelerar, então, peguei-a junto a mim e a deixei cair em meus braços em direção ao chão. Ela tomou um susto tão grande que me fez gargalhar.

Juntei-a para mais perto e voltei a dançar no ritmo da música. Me separei um pouco e a empurrei para longe, sem soltar sua mão, fazendo com que nossos braços ficassem totalmente esticados. Sem deixar de fazer caras engraçadas – como ficar dançando com as sobrancelhas como cara de quem vai aprontar – puxei-a de volta fazendo com que seu corpo se enrolasse em nossos braços. Quando a lateral do seu corpo se encontrou com a minha, prendi nossas mãos na frente de nossos corpos e bati meu quadril no seu algumas vezes fazendo-a revirar os olhos.

— Eu vou te matar! – Ela sussurrou em meu ouvido quando eu voltei a juntar nossos corpos.

— Acho que você não vai querer perder um parceiro de dança tão bom. – Eu disse dando uma rebolada no ritmo da música. Ela jogou a cabeça para trás rindo.

— Talvez você não seja um parceiro tão bom assim! – Ela deu uma risada.

— AÉ?! – Perguntei fingindo ofendido. – Então você vai ver... TROCA DE PAR GALERA! – Eu gritei.

Todos se separaram dos pares. Os homens pegaram as mulheres que estavam ao lado, e então Tayná veio para em meus braços. Ela começou a rir ao me ver exagerar na dança, a jogando em meus braços, rebolando e mordendo a boca em direção a Paola, que só dava risada nos braços de Louis. Então, era a vez de trocar de par de novo, e Gabrielle veio aos meus braços. Continuamos dançando e então me separei um pouco e fiz uma dança da bundinha olhando para Paola. Ela gargalhou e os pares trocaram de novo. Desta vez, Malu estava em meus braços, enquanto Paola... Estava com um par que eu não conhecia. Eu comecei a encara-lo um pouco e o vi sussurrando algumas coisas em seu ouvido, fazendo dar uma risadinha e sorrir em sua direção. Cerrei os olhos já me roendo por dentro. Eu precisa correr e arranca-la de lá.

Quando os pares iam trocar novamente, corri dando um empurrão no cara que iria dançar com Paola e quando ela se virou para mim, segurei sua mão rodando e depois a juntando ao meu corpo. Ela deu um sorriso de lado.

— Acho que você furou a fila... Senhor fora da lei. – Ela disse.

— Eu não ia deixar que mais um engraçadinho dançasse com você. – Eu disse revirando os olhos.

— Ciúmes é? – Ela começou a rir.

— Ou talvez eu só quisesse dançar com você... De verdade dessa vez. – Eu disse fitando seus olhos.

— Veremos do que você é capaz. – Ela sorriu em minha direção.

Soltei sua mão, direcionando a minha a sua cintura. Com ambas de minhas mãos em sua cintura, Paola colocou as dela em volta de meu pescoço. Nossos corpos se juntaram um pouco mais. Seu rosto se direcionou entre meu pescoço e meu ombro e lá, deitou-a. A nuca de Paola ficou a mostra e eu não perdi a oportunidade de depositar um beijo na mesma enquanto encostava minha cabeça na dela. Alguns casais começaram a bater palmas no ritmo da música e nós não ligamos e continuamos dançando. Minhas mãos acariciavam sua cintura ao mesmo tempo que a juntava cada vez mais em minha direção. Rodei nossos corpos – juntos – algumas vezes até que a música foi diminuindo e nós começamos a nos separar.

— Hm, parece que temos um casal fofo aqui! – Louis disse dando um apertão em minha bunda me fazendo pular.

— Acho que nossa dança foi mais engraçada do que fofa, pra falar a verdade! – Paola disse dando uma risada. – Mas eu gostei... Muito. – Ela me deu um beijo na bochecha. – Vou falar ali com a Malu e depois nós vamos dormir que eu estou com sono.

— Vou estar te esperando. – Eu disse assistindo ela se afastar. No meio do caminho, Paola se virou para me dar uma olhada e nossos olhares se cruzaram. Seus lábios abriram um sorriso e então, continuou seu caminho.

— Tá sentindo isso? – Louis perguntou fazendo um barulho com o nariz como se estivesse sentindo um cheiro estranho.

— Que?! Que cheiro? – Tentei sentir, mas não consegui.

— Cheiro de coco de nenê... Pra ser mais específico, cheiro de coco na frauda de um cupido que acabou de jogar uma flecha em você! – Louis disse dando uma risada.

O pior é que a piadinha foi boa.