Diferentes mundos

Criaturas Predatórias parte II


P.O.V. Renesmee.

Ele me trouxe para a escola. Mystic Falls High School. Me arrastou, escola adentro. Já havia fechado, mas eu sabia quem ele tinha vindo procurar aqui. O Doutor Saltzman.

—O que diabos?

—Bem, suas preciosas filhas e essa bela amiguinha aqui, junto com a Mikaelson tiraram de mim e de todo o meu Clã, nossos poderes. Agora preciso que me ajude a concertar.

—Eu não sou um bruxo. Sou só humano. O gene de bruxa veio do lado da mãe das minhas filhas. Não posso desfazer qualquer feitiço que elas tenham realizado, mas eu sei que sempre há e sempre haverão brechas.

—Então me diga qual é a brecha.

—Eu te impedi Alec de fazer o mal, mal aos outros e mal a si mesmo. Agora, por favor me solte. Estou ferida.

—Me dá a brecha!

Tentei liberar a névoa, força do hábito.

—Espera ai. Essa é a brecha. Ela não tirou os seus poderes, ela te limitou. Toda vez que tenta usar qualquer que seja o seu Poder, você tenta usar para ferir alguém. Desse jeito não vai funcionar mais.

—O que quer dizer?

—Quer dizer que esta garota e a minha sobrinha, tornaram seu dom inútil como força ofensiva.

Disse o homem de terno que entrou na sala se achando o dono da cocada preta.

—Elijah. Não sei se fico feliz ou desesperado. O que você quer?

—Primeiramente, bom dia.

—Bom dia. Agora, o que você quer? Há algo errado com a Hope? O Klaus?

—Eles estão bem, muito obrigado.

—Há algo errado com você?

—Não. Estive em terapia por anos. Desde o momento em que deixei Mystic Falls após estar realmente morto. E percebi que eu devo muitas desculpas.

—Se desculpar não vai adiantar não. Eu conheço o seu tipo. Você sempre lamenta, e sempre tem um discurso, mas no fim... continua cometendo os mesmos erros. De novo, de novo, de novo. Sem parar. Um ciclo vicioso sem fim.

P.O.V. Alec.

Ela é doida. Tá sangrando, aposto que não é paio pra esse cara, o tal Original e ainda fala isso.

—Cullen você quer mesmo morrer.

—Alguém tinha que falar. E eu aposto que a terapeuta não vai fazer isso não. Falar a verdade, assim... na cara, na lata pra um Original? Vai não. Á menos que tenha sido compelida a fazê-lo.

P.O.V. Elijah.

Eu sabia que ela tinha razão.

—Então, me diga. Diga o que você vê e eu não?

—Ela é vidente. Ela vê o futuro.

—Você não se conhece. Mas, eu já saquei o seu moddus operanti. Toda promessa tua, é que nem feitiço. Sempre tem uma brecha. Prometeu a bruxa Sophie que a sua anciã Agnes não iria morrer, mas... tinha uma brecha. Prometeu que o Klaus não iria matá-la, mas você podia. E matou. Dentro duma igreja. Vem cá, que tipo de homem supostamente "nobre" mata uma idosa dentro duma igreja? O mesmo tipo de gente que degola uma recém ex-gestante em um altar. Que tenta sacrificar uma criança inocente num ritual maluco.

Ela estava falando de Hayley. De Hope.

—E o que isso tem a ver, Cullen?

—Tudo. Você e ele, tem o mesmo problema. Vocês são cheio dos poderes, imortais, magnanimos, todo-todos. Mas, ninguém se vale sozinho. Nem vocês. Nem Mikaelson e nem Volturi. É isso o que vocês não perceberam ainda. No fim do dia, vocês precisa dos outro. Mas, vocês não desce das tamanca nunca. Bem que falam né? Quem é Rei nunca perde a majestade.

—O que quer dizer?

—Me diga, quando Sophie foi esfaqueada com aquela agulha e a Hayley quase perdeu a criança. Porque que ela não perdeu a criança?

Ela cruzou os braços e ficou esperando a resposta. Então respirou fundo e falou:

—Por causa de Davina! Uma bruxa, que de Mikaelson não tem nada, bom pelo menos na época não tinha. Ou seja, os outros. Se não fosse Davina, fazer aquele feitiço de desligamento... a Hope nem tinha nascido. Dai veio o problema da Dhalia. Vocês precisava de que? Dos outros. Da matilha da Hayley. Eles se dispuseram a ajudar. Ninguém vive sozinho não. Mil anos meu filho e tu ainda não aprendeu que precisa dos outros? E por tanto, precisa respeitar os outros. E com vocês Volturi a mesma coisa. Mas, tem gente que é assim mesmo. Egoísta, só pensa em si. Malandro. Vive dando rasteira nos outros. E quando precisa de um amigo, cadê? Não tem. Ou tem?

Eu sabia que ela tinha razão.

—Você tem razão.

—Olha, não to julgando não. Só Deus sabe o que vocês passaram, mas o Karma não poupa ninguém. E no fim do dia... o teu pior inimigo, não é Esther, Mikael, Clãs rivais. São vocês mesmos. Porque todos esses inimigos em volta são os inimigos que vocês fizeram. Plural. Porque você não é santo não viu, Elijah? Vive apontando o dedinho pro teu irmão, mas você não é melhor. Tem se olhado no espelho? Quando foi que virou mentiroso, traiçoeiro e bandido?

—Você me tirou meus poderes Cullen. Você não é santa.

—Menino, você passou a vida usando essa sua fumaça para ferir as pessoas. Já lhe ocorreu que este seu dom de sedar seres sobrenaturais pode ser usado pra ajudar a Emma nos procedimentos lá na escola?

Ela começou a piscar, com muita frequência.

—Oh, Doutor Saltzman?

—O que?

—Acho que eu vou desmaiar.

E ela desmaiou.

P.O.V. Alaric.

Valha me Deus. Dois vampiros anciões com super-força e eu é que tenho que carregar.

—Vamos lá. Voltar pra escola menina. A Emma vai te ajudar.

Enfiei ela dentro do carro e dei a partida. Já na escola todo mundo veio ajudar. Foi lindo.

—Bem, vou pro meu quarto. Que eu ganho mais.

P.O.V. Elijah.

Decidi ir falar com alguém que eu sabia que não iria mentir.

—Elijah, você por aqui. O que que você quer?

—Porque todos vivem me perguntando isso?

—Não estaria aqui, se alguma coisa não quisesse. Por favor, me diga que não sequestrou nenhum dos meus alunos. Que não usou a sua super-compulsão de Original para forçar alguma das minhas crianças a fazer coisa errada.

—Não se preocupe, Caroline. Eu não fiz nenhuma destas coisas.

—Mas, você quer alguma coisa, né? Estou chocada. Desembucha.

—Aquela garota, a Doppelgganger.

—Eita. Mikaelson e Doppelgganger é pedir pra dar ruim.

—Quantos anos ela tem?

Ela olhou pra mim em choque.

—Tu não pensando em dar encima duma aluna minha, né?

—Apenas responda.

—Quatorze.

—Quatorze?

—Os bebês híbridos de vampiro da outra raça, crescem mais depressa.

Fato interessante.

—Então, ela não é a única?

—Não. É muito raro, mas ela não é a única não.

Quatorze anos. Uma menina de quatorze anos, teve coragem de se levantar e me desafiar. Ela praticamente esfregou aquilo na minha cara. Uma verdade dolorosa.

—Acabo de ouvir que a garota tá na enfermaria. Me diga que não fez nada contra ela.

—Não. Caroline! O quão rápido presume o pior.

Ela deu risada. A vampira loira de terninho social e sapatos de bico fino.

—Admito, da primeira vez... me enganou direitinho. Enganou todo mundo, mas eu fiquei esperta. Não engulo essa de bom moço, homem nobre que cumpre promessa. Isso ai é tudo lorota. Só quem acredita nisso é quem não te conhece. Isso infelizmente, inclui você. Mas, o Klaus falou que você tá indo na terapia. Fico feliz. É uma maneira saudável de canalizar a raiva.

—Me acha uma pessoa tão terrível assim?

—Eu tenho mais medo de você, do que eu tenho do Klaus. Isso responde? Mas, isso é comportamento aprendido. Que nem papagaio que fala besteira. Só ouve e repete. É igual. Mas, quando eu vejo a Hope... a maneira dela agir com as pessoas, interagir com os outros alunos. Menino, como eu fico feliz. Ela trata as pessoas que nem gente. Deve aprendido com a Hayley. Depois de mil anos, você nem vê mais o que tá fazendo. Nem para pra pensar. É engatado no piloto automático. Chega descendo o sarrafo na geral. Primeiro as promessas, depois, as brechas nas promessas e ai... descer o sarrafo na geral. Como uma criança mimada e birrenta que vai ter o que quer, custe o que custar e doa a quem doer. Faz o que der na telha e resto... que se exploda.

Disse Caroline olhando bem nos meus olhos e eu senti a fúria.

—Nem adianta olhar pra mim com essa cara de fúria. Que culpa tenho eu? Tu pediu a verdade não foi? Ta ai. Você é mimado Elijah. Você, o Klaus, Rebekah e até esses menino Volturi. Faz as coisas sem se importar com as consequências. Pensando que as ações não vão ricochetear. Que aquilo não vai voltar. Mas, volta né? Sempre volta.