Diferentes mas iguais
Que confusão!
Já se passaram umas semanas desde que os bebés foram raptados, mais preocupado com eles, mas mais distante de mim, e eu não gosto disso. São 02:00 da manhã e ele ainda não chegou, ele tem chegado tarde, mas eu ia esperar por ele desta vez. No meio destes pensamentos todos, ouço a chave na porta e em breve a porta abre-se e ele aparece.
—Não devias estar a dormir? - perguntou-me beijando-me em seguida, porém eu desviei a cara.
—Dever devia, e eu já estou farta dos teus atrasos, precisamos de conversar! - falei séria.
—Agora é com os meus atrasos do trabalho, quer dizer quando não trabalhava era porque não trabalhava, assumi a empresa da família e agora recriminas-me, será possível que tu nunca estás satisfeita? - indignada devia estar eu e não ele. - Eu trabalho para te dar tudo, já que a única coisa que fazes é tirar fotografias e pousar para revistas de biquini ou em passerelles semi-nua!
—Como é que podes dizer isso? Eu sou modelo, é a minha profissão, eu estou a tentar conseguir dar o melhor que consigo, ao contrário de ti, eu não tenho um pai que me dá emprego na empresa, pelo contrário, ele insiste em pagar as contas, mas eu sou contra e é por isso que faço o que faço, não tem de ser tudo despejado em ti! - irritei-me.
—Não podias trabalhar noutra coisa? Tinha mesmo de ser a desfilar com pouca roupa? Podias fazer muita coisa, mas não! - reclamou.
—Eu não vou voltar atrás, eu dei a resposta ao Cinna e se estás contra o problema é teu, eu vou fazer aquele desfile! - chateei-me.
—Faz o que quiseres e não me chateies! Uma pessoa faz horas extra e é isto que recebe em troca! - ia-se embora, mas eu agarrei-lhe o braço, mas ele soltou-se e foi embora. Fui dormir atrás dele e dormimos de costas voltadas.
Levanto-me e ele já não está aqui, vou vestir-me e arranjo os bebés, mal acabo vamos todos tomar o pequeno-almoço, as crianças não têm ido às aulas. Ficamos na sala a brincar, eles estavam a precisar de descontrair, assim como eu. De repente a campainha toca, vou atender e deparo-me com uma Annie muito nervosa.
—Katniss! - abraçou-me e eu retribuí um pouco confusa.
—Annie, que se passa? - ela estava uma pilha de nervos, isso era evidente.
—Preciso mesmo de um conselho teu! Podemos falar? - pediu e logo os pequenos vieram a correr para ela sem me darem tempo de responder o óbvio.
—TIA ANNIE! - ela sorriu fracamente.
—Podem deixar-me a conversar com a tia Annie sozinha? Nós já vamos brincar com vocês - eles concordaram e foram para o quarto deles. - Que se passa, Annie?
—O meu período está atrasado há uma semana! - eu congelei completamente.
—Já fizeste o teste? - perguntei sem rodeios e ela baixou a cabeça.
—Comprei-o no caminho até aqui - confessou-me e olhou para mim em seguida. - Não tenho coragem de fazê-lo!
—Vamos à casa de banho, agora! - arrastei-a para o meu quarto e fechei a porta indicando-lhe o caminho para a casa de banho. Ela demorou imenso tempo e quando saiu começou a chorar. - Annie?
—Eu estou grávida! - começou então a chorar e abraçou-se a mim, afaguei-lhe o cabelo e fechei os olhos com muita força, a minha melhor amiga estava grávida, a minha melhor amiga certinha e cuidadosa. É então que a porta do quarto se abre e o Peeta entra, separamo-nos as duas e ele olha para nós chocado ao ver o teste de gravidez.
—Katniss? Diz-me que esse teste não é teu! - arregalou os olhos e quando eu lhe ia responder a Annie fê-lo por mim.
—Não, o teste é meu! - o Peeta suspira em alívio e apercebe-se da gravidade da situação mais tarde.
—Lamento Annie, o Finnick já sabe? - ela abanou a cabeça negativamente e ele abraçou-a. A Annie ficou mais um tempo connosco e foi-se embora. Mal ela sai a campainha volta a tocar e vou atender, mal a abro um menino pequeno salta-me para cima.
—TIA KAT! - gritou feliz por me ver e eu ri.
—Olá Cody! - cumprimentei-o com um beijo na bochecha e pousei-o no chão.
—A Riley e o Josh? - ri-me com a pergunta.
—Estão lá dentro, vai lá ter com eles! - logo a seguir ele vai a correr para dentro e vou dar um beijo à Clove e ao Cato. Ficamos a conversar e o tempo foi passando, eles almoçaram connosco e mais tarde foram embora. O Peeta recebeu uma chamada da irmã e foi ter com ela. Passado umas horas ele voltou e atirou-se para cima do sofá bufando a seguir e agarrando os cabelos.
—Que é que se passou com a Johanna? - perguntei muito preocupada pela reação dele ao chegar a casa.
—Tu não imaginas o sarilho em que ela se meteu! - sabia que não era coisa boa, então agora...
—O que é que se passa, Peeta? Conta-me! - agora sim, até eu tinha medo da resposta.
—Basicamente, a Johanna está grávida, a minha mãe quer obrigá-la a casar, ela não quer e ameaçou fugir de casa, o Gale e eu fomos apoiá-la na conversa, eu disse que era contra e que não ia permitir que a minha mãe estragasse a vida à minha irmã, o Gale discutiu com a minha mãe, houve gritos da parte dele e dela, ela bateu-lhe, a Johanna saiu de casa e agora está a morar em casa do Gale! - contou tudo de uma só vez e eu só consegui abrir a boca mas não saiu dali nada. - Nem imaginas o que aconteceu lá, a peixeirada que foi!
—Que loucura! - fomos dormir, e sem dúvida hoje foi o dia das gravidezes, primeiro a Annie, depois a Johanna, daqui a bocado temos a Madge ou até mesmo a Clove, é melhor eu também ir comprar um teste!
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