—Será possível? - perguntei impaciente. - Que é que queres?

—Então Catnip, estamos muito impacientes e apressadas hoje - exclamou gozando comigo.

—Ah, claro! Eu estou, só não sabia que eras uma rapariga! - observei sorrindo e ele sorriu de volta, ironicamente, o que me deixou irritada.

—E não sou, só que digamos que tenho grande apego e sei ler a mente das mulheres - justificou, estúpido.

—Ah, acho que não vieste prender-me para me dizeres isso! - falei seca.

—E eu acho que não te prendi, só quero esclarecer umas coisas contigo! - retrucou e eu bufei.

—Então diz já! Eu tenho de ir ter com o Finnick! - cruzei os braços e revirei os olhos, que irritante.

—Ah, Finnick Odair, o "melhor amigo" - fez aspas no melhor amigo e eu ri.

—Claro, tens razão, ele é mais que isso! O Finnick e eu somos muito mais que amigos, somos como irmãos! - retorqui - Não me digas estás com ciúmes! - ataquei-o.

—Não, mas o mesmo não posso dizer de ti, ciumenta. Mas vamos diretos ao ponto, contradisseste-me! - atacou.

—Sim, discordei mas concordei ao mesmo tempo. Mas que é que tem? - que rapaz esquisito.

—Porquê? Digo, qual foi o teu motivo? - questionou olhando-me curioso.

—Porque tinha uma opinião no assunto, acho isso meio óbvio! - respondi.

—Vá lá, não tens de te sentir envergonhada, nós sabemos o verdadeiro motivo! - eu não faço a mínima ideia do que ele está a falar!

—Claro, então se sabes diz-mo porque eu estou perdida, não faço uma pequena ideia do que falas! - estava confusa, ele tinha dado um nó ao meu cérebro!

—Não te faças desentendida! Sabemos perfeitamente, tanto eu como tu, que estás caidinha por mim! - eu fiquei boquiaberta com tamanha estupidez junta.

—Não, eu não sou como as Barbies, eu tenho amor próprio e, muito provavelmente, eu sou das únicas a não estar caidinha e a não beijar o chão que pisas. A única, sem exceção alguma! - esclareci irritada ao quadrado.

—Pronto, eu faço de conta que não sei de nada, Catnip, mas não esperes que isso se altere! - ele estava a gozar? Aquele risinho e a piscadela de olho foi para quê?

—Olha, eu tenho mais que fazer! Vou ter com o Finnick! - fui-me embora e ao longe ouço ainda a voz dele.

—Vai lá, Catnip, vai ter com o namoradinho! - provocou-me. - É feio enganar as pessoas!

—Tu que o digas, não é Peeta Mellark? E já agora, é Katniss! - gritei do fundo do corredor e logo a seguir saí de lá rapidamente antes que ele viesse atrás de mim, passei pela casa de banho dos rapazes e o Finnick estava a lavar as mãos. Entrei lá dentro e agarrei-lhe no braço.

—Vamos! - gritei.

—Que foi? O que é que se passou para estares tão apreensiva, KitKat? - questionou. - Além do mais, sabes onde estás? - naquele momento vi dois rapazes nos urinóis a olhar para mim.

—Que é? Vão dizer que isto é anormal? Têm noção de quantas raparigas entram aqui por dia, nomeadamente as que os rapazes da equipa de basketball trazem para aqui? Vão dizer que nunca ouviram um gemido vindo de uma das cabines? E não se preocupem porque o que vocês têm não é nada de especial, muito menos que eu ainda não tenha visto! - reclamei e ele ficaram a olhar para mim boquiaberto, assim como o Finnick.

—Quem é que te fez ficar assim? - perguntou e eu peguei-o pelo braço arrastando-o para fora da casa de banho e caminhando enquanto ele dizia coisas que eu nem chegava a ouvir.

—Peeta Mellark, veio irritar-me e insinuou que eu estava caidinha por ele - contei e ele gargalhou.

—A sério? Desculpa KitKat, mas eu não consigo evitar rir da situação - fala entre gargalhadas.

—Ah, Finn, e contei a parte em que ele também insinuou que tu e eu somos namorados? - interroguei na esperança que ele parasse.

—Até parece que não é nada que nunca tenha acontecido, passamos anos a fio a ouvir isso no colégio! - observou e tinha razão, por vezes odeio-o! - Ah, e que história é aquela de eles não terem nada que tu ainda não viste? - indagou curioso. - Não me digas que tu já...

—Não Finn, eu ainda sou virgem. Mas não sei se tu te lembras, eu já vi o corpo de um rapaz e tu o de uma rapariga! Conhecemo-nos desde pequenos, inevitavelmente também já ficamos nus um à frente do outro! Fomos criados juntos, é normal! - expliquei.

—Ah, estava a ver que tinha acontecido uma coisa que eu não sabia, estava a ver que ia precisar de ter aquela conversa contigo! - parecia aliviado.

—Olha quem fala, o rapaz que já dormiu com milhares delas! - ironizei.

—Foi tudo culpa tua, elas acabam sempre comigo porque tu não gostas delas ou porque ficam com ciúmes, ou ambas e outras mais! - reclama e eu rio.

Entretanto tocou, fomos para as aulas e à saída, mesmo quando íamos finalmente sair, agarram-me no braço livre, que não estava com as mãos dadas com o Finn, o Rapaz do Cesto.

Continua...