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Fui lá para fora porque eu ia ter aulas de 10º ano, eram turmas à parte que permitiam os alunos que por motivos variados não acabaram o ano, por exemplo, por doença, por problemas familiares, e no meu caso, por irresponsabilidade e desistência.

Íamos ter durante a tarde de toda explicações de Biologia, Química, Física e Matemática. A matéria era dada rapidamente e a mim custava-me apanhar maior parte das coisas, é nestes momentos que sinto falta da Annie, sinto falta de a ouvir aconselhar-me, sinto falta das lições que insistia em dar-me e que eu recusava. Perdi o contacto com ela, falamos de vez em quando, mas não é o mesmo.

Mal tocou fui para casa, estava cheia de trabalhos, todos do 10º ano! Que raiva! Precisava de explicações naquele preciso momento, liguei à Annie por Skype, ela atendeu-me e eu fiquei aliviada.

—Annie, ajuda-me por favor! – implorei e ela riu.

—Calma, estás um bocado desesperada, que se passou? – eu já tinha saudades tuas.

—Estive até há bocado a ter aulas de 10º ano, não apanhei uma e tenho um montão de trabalhos, é muita matéria! – expliquei e ela ficou pensativa.

—Fazemos assim, eu explico-te com exemplos da vida real para te lembrares e tu fazes os trabalhos? – parecia um bom método, que sinceramente resultou muito bem. Lá acabei os trabalhos, comi qualquer coisa por aí e fui dormir.

Acordei no dia seguinte, lá voltei à rotina, o que o Peeta disse continuava na minha mente. Depois de vestida e de pequeno-almoço tomado, peguei na minha mala e fui lá abaixo, o Finn já me esperava, entrei e cumprimentei-o com um beijo no rosto.

—Ontem nem nos vimos, mas a Johanna contou-me que tu e o Peeta estavam próximos de voltarem – maldita miúda.

—Ele contou-me que me ia reconquistar e provar-me que posso confiar nele de novo – revelei séria.

—Temos um príncipe encantado! – humorizou e deu a partida para a escola onde lhe contei que falei com a Annie, ele ainda gostava dela, e não era pouco.

Chegando fui ao cacifo buscar os livros, era Matemática com a Coin, estou lixada, ela detesta-me! A aula foi normal, apresentou-se, fez a chamada e começou logo a distribuir testes diagnósticos, que eu deixei em branco por não saber nada do que eles pediam, lá está, desisti a meio e não percebo nada daquilo! Maldita Coin!

Assim que tocou a campainha eu arrumei tudo e saí da sala com o Finn, que também não faz nada por não se lembrar de nada, típico dele, nada me surpreende vindo desta personagem.

Mais uma estúpida aula, desta vez com o Beetee, é de Química, parece um inferno! Ele ao menos foi mais simpático e compreensivo que a Coin, ela é muitas vezes comparada ao Snow, apesar de afirmar ser diferente. O Beetee é contra a forma que o Snow administra o colégio e todos já reparamos nisso. Ele fez a chamada, e pediu-nos para nos irmos apresentando dizendo, o nome, a idade e se temos algum desporto ou algum passatempo favorito, nada de muito inconveniente, ele não gosta de se meter onde não é chamado e eu gosto disso.

Ele fez uma pequena revisão, explicando com calma para que percebêssemos todos, nomeadamente porque há elementos que não completaram o ano passado, e logo não estiveram presentes. Tirámos os apontamentos necessários e ele passou-nos uns exercícios para fazermos como trabalho para casa.

A aula final era de Física com a Wiress, que era meio lunática, e inexplicavelmente nos fazia perceber tudo o que dizia. Foi o mesmo método do Beetee, eu gosto muito deles, de todos os professores são os meus favoritos, brilhantes e descomplicados, contra tudo o que o Snow diz.

Fomos almoçar, eu, a Clove e o Cato porque o Peeta foi almoçar a casa com a Johanna. Acontece que só nós os quatro é que ficamos aqui a comer para termos as aulas da parte da tarde, já que ainda estamos a acabar o 10º ano. Aproveitamos para por a conversa em dia, e resolvemos que fim de semana íamos ao shopping, eu e a Clove, saída de miúdas do 10º ano! O Peeta só vai levar os gémeos domingo ao final da tarde porque há um jantar de família, o que é perfeito porque assim tenho mais um tempinho para mim. Já percebi que não é por ser mãe que tenho de deixar de fazer as coisas que são próprias da minha idade, tenho de as viver, só somos adolescentes uma vez, temos de aproveitar a adolescência!

Hoje íamos ter só umas revisõezinhas de Inglês, porque todos os anos a matéria é a mesma, logo não vamos ter muitas aulas de Inglês. A seguir tivemos as disciplinas todas de ontem, entregamos e corrigimos os trabalhos de casa, foi fácil até aprender a matéria como a Annie me tinha explicado, tenho de lhe agradecer!

Saí da escola já era tarde, teria de ir a pé, que inferno. Mal ia por os pés a caminho, sinto alguém a puxar-me e a enfiar-me dentro de um carro, logo reconheci a pessoa que entrou dentro do carro, o loiro de olhos azuis mais perfeito que conheço.

—Peeta! Assustaste-me! – reclamei e dei-lhe uma pancadinha no braço o que o fez reclamar.

—Ai! – queixou-se. – Eu só te queria dar boleia!

—Podias ter avisado ou ter oferecido apenas! – retorqui.

—Tu aceitavas? – é ele tinha razão, eu recusaria logo. Fiquei calada e pelos vistos ele percebeu o que eu queria dizer com aquele silêncio todo. – Vês, era a única forma. Mas não te preocupes, não te vou raptar, vou levar-te a casa, só isso!

—Obrigada, mas não penses que é uma boleia que me vai fazer confiar em ti de novo! – avisei e ele riu fracamente.

—Achas que eu não sei? Eu vou fazer uma coisa que eu até já sei o que é, e que te vai deixar com plena confiança em mim outra vez! E antes que perguntes, não, não vou pagar a um homem para raptar os nossos filhos e para depois entregarmos e eu ficar conhecido como o herói da história! – como é que ele sabia que eu estava a pensar nisso? – E eu sei isto porque sei que vês aquela novela, a Dancin’ Days, na qual eu me viciei por tua culpa e onde o Gui deixa a Carolina no carro sozinha, o carro é levado, a Mariana passa-se com ele, que acaba por salvar a filha e quase leva um tiro na cabeça!

—Wow, tu segues a novela? – eu estava verdadeiramente surpreendida.

—Como é que achas que eu evito cometer muitos erros enquanto pai? E como é que achas que eu te compreendi e te acalmei quando tiveste os gémeos? Sou um seguidor fiel da Mariana e do Gui, e claro do Duarte, que me está a ajudar muito neste momento e que me lembra vagamente o Gale! – eu nunca pensei que ele visse novelas.

—Mesmo assim traíste-me… - murmurei, mas ele ouviu e não fez questão de o esconder.

—Eu ouvi isso, pensei que estivesse tudo claro! – argumentou.

—Eu sei, desculpa-me, mas escapou-me! – pedi perdão na esperança que ele não ficasse chateado comigo.

—Tudo bem! – aceitou.

—Mas agora a sério, eu nunca pensei que tu visses novelas! – ele riu.

—Nem eu mesmo pensei ver alguma novela. A minha mãe nem quer acreditar, ela é tão parecida com a Teresa! Ela diz que não gosta nada da Mariana, o que explica muito bem porque é que ela não gosta de ti! – eu limitei-me a acompanhá-lo na risada. – Pronto, está entrega, inteirinha, sã e salva!

—É verdade, muito obrigada pela boleia! E boa sorte com a Riley e o Josh, devem estar à tua espera em casa! Vê lá se não te demoras! – alertei.

—Eu sei que és mãe deles, mas não és a minha, e não te preocupes porque eu vou lá chegar, vou estudar e fazer os trabalhos todos, e ainda vou estar um bocadinho com eles! – tranquilizou-me.

Fui para casa, assim como ele disse que faria, eu estudei tudo, fiz as tarefas todas, jantei, vi a minha novela favorita e fui dormir. Nada melhor que um dia descansado, um segundo dia descansado, isto dentro do possível, como é óbvio!

Continua…