– Victória, sua vez. Vai lá e arrasa. – Tenho ouvido muito isso ultimamente. Sou Victória Rubens, prazer. Modelo, brasileira, famosinha ou até mesmo bem famosinha, mas fama não me importa, na verdade eu sou apenas mais uma garota entre tantas que tirou a sorte grande para ser bonita o suficiente para encarar a passarela e arcar com as críticas da mídia da moda.

Sou frequentemente comparada a muitas modelos profissionais e com longa história na passarela. Não pense que ser comparada a Gisele Bündchen é ruim, longe disso, mas somos completamente diferentes tanto que a única coisa comum em nós é a altura e a nacionalidade já que eu sou morena, branquela e com os olhos de um verde completamente fora do normal, eu sou bonita para os meus padrões, e graças a Deus não sou esquelética como a maioria das modelos com que desfilo.

Para orgulho dos meus pais eu estou subindo agora novamente em um desfile que desta vez é patrocinado pela Colcci. Pisei na passarela e um frio correu por mim, era como se fosse a primeira vez desfilando. Fui andando com os olhos firmes e movimentos o mais leve que pude. Pelo canto dos olhos eu podia ver a expressão das pessoas. Havia dois homens sentados à direita e um deles apontou para o outro, não pude ver suas expressões pois tinha que manter meu rosto reto e ligado, um passo em falso e eu já era.

P.O.V. – Brian

Para a minha infelicidade, cá estava eu novamente sendo levado pelas ideias idiotas do Matt. Não é por que a Val vai a um desfile de modas e o arrasta junto que eu devo ir. Certo? Certo, mas ele não via assim, achava chato olhar para um bando de mulher com roupas diferentes mostrando tendências, e realmente é verdade, mas ainda são mulheres, e como se não bastasse me arrastava junto. Eu olhava para cada mulher e geralmente fazia algum comentário, tinha umas modelos que eram tão feias que não tinha como serem modelos.

– Cara, para um minuto e olha aquela. – Disse para ele que atendeu ao meu pedido e olhava a modelo.

– É bonitinha, mas olha aquilo, parece uma cobra coberta com pelos. – Falou de sua roupa estranhamente escandalosa.

– Val, você tem certeza que isso é moda? Porque não acho que eu namoraria alguém que vestisse isso. – Perguntei a ela que olhava tudo maravilhada.

– Brian, em desfiles tudo é levemente exagerado. – Falou brevemente sem tirar os olhos da passarela. Mulheres.

Neste momento apareceu uma Deusa que desfilava como um anjo. Nossa, que frase gay, mas a garota era linda, tinha olhos verdes e cabelo preto, quase tão preto que tinha um brilho azul.

– Matt, Matt. Olha essa, é linda. – Disse dando um soco em seu braço para que a olhasse e apontei para a mesma.

– Ow, tem razão Syn, eu acho que... – Foi interrompido por um tapa de Val.

– Val, tu que sabe tudo, quem é essa modelo?

– Se não me engano é a Victória Rubens. É brasileira. – Falou para mim e logo desviou o olhar para a passarela de novo.

– Uma brasileira? Bem que disseram que lá só tem gata.

– Concordo. – Matt disse e já levou mais um tapa de Val.


Continuamos vendo o desfile, e quando deu o final apareceu o estilista andando sobre a passarela com todas as modelos andando atrás dele batendo palmas, e lá estava ela de novo, a tal brasileira. Não desgrudei meus olhos dela e a mesma percebeu sorrindo para mim.

P.O.V - Victória

Eu vi aqueles olhos escuros me fitando, e eu sorri, claro que eu o conhecia, sou modelo, sou adulta, mas tenho meus gostos e sim, sou fã como qualquer pessoa normal, mas nunca pensei que veria Brian Elwin Haner Jr. ali assistindo a um desfile de moda ao lado de Matthew Chales Sanders e Valary Dibenedetto, mas nesse momento, infelizmente, eu não podia pular da passarela e pedir um autografo, mas não por falta de desejo.

Voltamos para o camarim, o estilista agradeceu a todas nós pelo ótimo desfile, e ainda deu aquele gritinho feliz de ‘sucesso’, e assim varias modelos o acompanharam fazendo o mesmo.

Logo depois peguei minha roupa (Roupa de pessoa normal, afinal essas roupas de desfile são escandalosas) e fui me trocar.

–Aii Vick! Vai sair com a gente pra comemoram o desfile? Nós vamos tomar um café mesmo, mas mesmo assim, vai ser divertido! – Essa era Liza, uma garota muito legal que eu conheci a 3 meses, ela é contratada da mesma agencia que eu. Ela é muito querida comigo, o que é muito difícil de acontecer, já que muitos chegam em mim por interesse e é muito difícil manter uma amizade quando se é modelo.

– Ah, bem, não vou fazer nada agora mesmo Liz, vou junto sim, só me deixa ajeitar esses fios de cabelo rebeldes. – Olhei pra ela e sorri, ela veio na minha direção me ajudar a desfazer o penteado volumoso em minha cabeça.

– Você percebeu quem estava acompanhando o desfile... – Ela falou distraída mexendo em meu cabelo com calma. – Uns caras estranhos, já vi eles em algum lugar, acho que na TV, e devo dizer que notei eles por um deles quase babar olhando para você!

Ela terminou a frase animada, não pude evitar sorrir pra ela, o jeito com que ela falava parecia fazer a vida ser um desfile de moda, no caso dela, era.