Die

Capítulo IX- Encontro


–Então, qual é o nosso prêmio?- dando ênfase a palavra prêmio, pois ela não achava aquilo um prêmio coisa nenhuma.

–Calma Miwa… Estou vendo que o seu namoradinho está meio pasmo com essa situação!-disse Midori rindo.

Miwa olhou de relance à Shota e viu que o mesmo estava pasmo como Midori havia dito:

–Eu… Eu pensei que você estivesse morta…

–Você pensa mesmo que eu, Midori Akasaki, iria ser derrotada pelos tolos dos nossos pais? Eu apenas fugi de casa, e depois passei a me virar sozinha com o Kurokane. Você é muito idiota por pensar isso. A rua não me traria a morte, eu que trouxe a morte para as ruas!

Miwa olhava fixamente um ponto depois dela ter dito isso:

–E-Espera… Aquele… Aquele homem que matou minha irmã, era algum parceiro de vocês?

–Kanashiro? Claro que sim, senão como vocês se rebelariam?- ironizou.

–F-Foi… VOCÊ MATOU A MINHA IRMÃ! SUA MALDITA!

–Caham, como ela disse, foi o Shiro, não ela.- protestou em voz baixa Kurokane.

Shota segurou os ombros de Miwa e não disse nada:

–Não creio que vocês não perceberam.- disse Midori, novamente.

–O que?- Miwa conteu sua raiva.

–Aka, Kuro e Shiro. São preto, branco e vermelho em japonês, isso estava bem óbvio!

Miwa protestou grosseiramente:

–NÃO SABÍAMOS O NOME DAQUELE DESGRAÇADO, COMO DESCOBRIRÍAMOS?

–Ah? Vocês não tiveram um tempo de se apresentar? Foi a sua irmã que te educou também?

–VOCÊ NÃO TEM DIREITO DE FALAR DA MINHA IRMÃ!- gritou.

–Enfim, vamos direto ao ponto.-sorriu. – Cansei de ouvir vocês dois.

–O que você vai fazer?- disse Shota curioso, porém com raiva.

Kurokane tirou de um dos seus cintos uma pistola e mirou para os dois. Shota soltou Miwa imediatamente:

–O que…?

–É simples, argumentos. Só isso.

–O que você quer dizer com isso Midori?

–Estúpidos… Quem me der mais argumentos, o Kurokane não mata. Ou seja, vocês tem que me dizer o porquê de eu não matar vocês.

–D-Desgraçada…

–Se vocês não falarem nada o Kurokane matará quem ele quiser.

–Antes Midori…- sussurrou Shota.- Eu quero saber o porquê de você ter abandonado tudo. Eu, a mãe, o pai… Por que você fez isso?

Midori retirou o sorriso que tinha no rosto e ficou com uma expressão triste.

***

–Olhe filha…-sorriu, mas cansada- Ele não é lindo?

–Quem é ele mamãe?- perguntou a garotinha.

–É o seu irmãozinho…

–Ah…- ficou sobre a ponta dos pés para ver o rosto do bebê.- Sim… Ele é muito fofo mamãe!

–Sabe qual vai ser o nome dele?- perguntou a senhora.- Shota.

–Eu sempre gostei desse nome mamãe…

–Eu sei Midori, eu sei.-sorriu novamente.

***

–Shota. Pare de chorar!

–O que está acontecendo aqui?- apareceu a mãe na porta do quarto dos dois irmãos.

–E-Ela me bateu!

–Por que você bateu nele, Midori?- perguntou a mãe, séria.

–Porque ele me xingou mamãe.- seus olhos estavam prestes a soltar lágrimas.

–Você não devia ter batido nele, peça desculpas!

–NÃO! EU NÃO VOU PEDIR! DESDE QUE ELE CHEGOU AQUI NINGUÉM LIGA MAIS PRA MIM, MAMÃE!

–ESTÁ DE CASTIGO MIDORI. Saia daqui já, Shota!-a garota começou a chorar e sua mãe trancou a porta do quarto.

***

–AONDE VOCÊ ESTAVA?-Midori, que estava dormindo, acordou com os berros na casa. Colocou o ouvido delicadamente sobre a madeira da porta e começou a ouvir.

–Eu… Estava… Não te interessa Aiko.

–Você sumiu faz dias, deixou eu cuidar dos nossos filhos sozinha! O que está havendo com voc…- Midori ouviu um barulho. Abriu de leve a porta e viu que sua mãe estava sentada no chão chorando e que seu pai havia dado dois tapas na cara dela.

–VOCÊ É UMA INÚTIL. É ISSO O QUE VOCÊ TEM QUE FAZER!- gritou o homem, raivoso.

–AH É? POIS ENTÃO A PARTIR DE HOJE EU NÃO FALO MAIS COM VOCÊ!- Se levantou e foi correndo ao quarto.

–AIKO!...Oh, droga.- fechou a porta instantâneamente.

–O…O que está acontecendo com essa família? – Midori chorou baixinho de costas para a porta.

***

–MIDORI! Aonde você está…?

Encontrou correndo para dentro de casa antes que seu pai brigasse ainda mais com ela:

–O que você estava fazendo lá fora?- perguntou o homem, ríspido.

–N-Nada!- disse ela com a cabeça abaixada.

–Você não estava com aquele garoto estava?

–Q-Qual papai?

–O filho da vizinha, Isana… Kurokane.

Ela permaneceu em silêncio:

–VOCÊ NÃO ESTAVA COM ELE NÃO É?- gritou, porém ela continuou com a cabeça abaixada. Irritado o homem retirou o cinto que estava usando e bateu nela com força.

Ela começou a chorar porém não levantou a cabeça e muito menos respondeu a pergunta do pai. Ele começou a dar muitas cintadas em Midori até que ela, fraca, caiu no chão com as mãos sobre a cabeça chorando.

–RESPONDA A MINHA PERGUNTA, SUA VAGABUNDA!

–Sim papai! EU ESTAVA COM ELE PAPAI!

–Mas o que está acontecendo aqui?- perguntou a mãe, entrando na casa com algumas sacolas na mão e ao seu lado Shota.

–Ela estava com aquele verme do Isana.

–Ela tem catorze anos Obata. É normal.

–EU NÃO QUERO QUE ELA SE INFILTRE COM ELE. ELE É MÁ INFLUÊNCIA!- respondeu com veias saltando.

–VOCÊ NÃO PODE ME DIZER COM QUEM EU DEVO OU NÃO FICAR PAPAI!- Correu para o quarto, trancou a porta e permaneceu por lá por dois dias.

***

–Midori…Você me odeia?-perguntou o irmão.

–Eu gostaria de poder te odiar. – Não olhou para ele e permaneceu na janela sentada olhando para fora.

***

–O… O que está fazendo aqui? –sussurrou.

–Midori, eu vim aqui para lhe trazer isso.- entregou para a garota uma flor e logo depois lhe deu um rápido beijo.

–K-Kurokane, espere…-o rapaz já havia sumido nas matas que haviam ao redor da casa dos Akasaki.

***

–Por que você está indo embora?- chorava Shota.

–Eu não aguento mais isso. Eu vou ir, mas ficarei bem…

–Midori…- disse ele enquanto ela ainda ajeitava alguma de suas coisas.

–O que foi?

–Você ainda me odeia?- mais e mais lágrimas escorriam do rosto do garoto.

–Claro que não. Como eu poderia odiar o meu irmãozinho?- deu-lhe um beijo no rosto e logo após saiu estrada a fora com Isana.

–MIDORIIIII!- Acenou ele.- BOA SORTE!


Ela acenou de volta e sumiu na noite.

***

–Milady? Está tudo bem…?

–Claro, claro… Agora vamos aos argumentos.

–Mas você não respondeu minha pergunta.- disse Shota.

–Você não se lembra? Eu não aguentava mais ver nossos pais brigarem e nem nada disso.

–Eu realmente não estou acreditando que você foi embora por isso!- gritou ele com raiva.

–Eu apenas quis fazer isso por conta própria. CALA A BOCA, VOCÊ NÃO TEM NADA A VER COM ISSO!

Shota retirou uma pequena faca de bolso e avançou em Midori. Rapidamente ela retirou uma arma de seu bolso e atirou.

Um estrondo.

Shota havia perdido os sentidos e fechado os olhos.

Midori não acreditava.

Todos ficaram pasmos.

Um corpo caído.

Sangue.

E lágrimas:

–S…Shota!- Os olhos de Miwa encheram de lágrimas.