~ Lily P.O.V ON

Bem, achei um pouco estranho a surpresa do James quando me viu me preparando para dormir. Todo mundo fazia aquilo. Duvido que ele não tenha feito isso com alguma outra garota. Por Merlin, eu só dormi! Mas aquilo me deixou encucada. Talvez ele estivesse desconfiado do meu amor por ele. Então eu tinha que provar para ele que não havia motivos para desconfiar. Que era puro e lindo e vinha do meu coração.

Na manhã seguinte, me levanto antes de todos, sem fazer nenhum ruído. Já pensou se ele me visse toda descabelada daquele jeito? Não. Então corro para o meu dormitório e me arrumo. Gasto todo o tempo necessário para ficar deslumbrante. Será que James ia dizer que eu estava linda? E se nem notasse que eu estava toda arrumada? Será que ele se importa comigo ao ponto de perceber que eu tinha feito tudo isso só pra ele?

Assim que termino, esbarro em Marlene. Ela se assusta e chama Alice e Dorcas. Emmeline ainda dormia. Marlene tranca a porta do banheiro e se vira para mim.

“Nos conte tudo!” Alice praticamente manda.

“Ahn… Eu dormi lá…” digo, sem entender o alvoroço.

“Isso a gente sabe, flor” disse Marlene. “A gente quer saber como foi!”

“Bem, eu dormi. Só.”

“Lily! Fale direito coma gente! Nem parece você!” Dorcas fala.

“Certo...” eu ainda não entendia o alvoroço. “Eu me troquei e dormi abraçado com James. Agora há pouco eu acordei e vim me arrumar para a aula. Só acho que ele não parecia empolgado com a ideia de eu dormir lá, mas é super comum, não é?”

“Ah, não super, mas comum sim. Estamos no sexto ano. Boa parte dos alunos deve fazer isso em algum momento…” Lene fala como se tivesse ocorrido algo a mais.

“Eu só dormi” digo, mesmo sabendo que talvez eu quisesse aquele algo a mais.

Marlene me olha, toda estranha. Me despeço delas. Volto para o dormitório de James e deixo um bilhete. Desço as escadas e fico esperando por ele no sofá em frente à lareira.

~ Lily P.O.V OFF

~ James P.O.V ON

Acordo e percebo que Lily não está mais lá. Tinha desaparecido. Se fico preocupado? Não. Era óbvio que era fora se arrumar ou algo do gênero. É só depois de dar o nó em minha gravata que encontro um bilhete em meu criado mudo, com uma caligrafia delicada e redonda.

"Estou te esperando em frente à lareira, amorzinho. Não demore!

Mil beijos de seu Lírio."

Bem, ela parecia ter finalmente aceitado o apelido que eu dera para ela. Fico feliz por isso. Depois de seis anos ela finalmente aceita a minha forma carinhosa de conversar e de chamá-la. Passo minha mão pelos cabelos para despenteá-los e desço as escadas. Caminho até a lareira e não a vejo. Antes de eu poder pensar em qualquer coisa que fosse, algo pula em minhas costas.

“OI, AMOR!”

Era Lily, se segurando em mim. Sem pensar duas vezes, seguro suas pernas para que ela não caísse. Isso era a última coisa que eu queria que acontecesse. Ela me enche de beijos no pescoço e bochechas e finalmente pede para descer. Coloco-a no chão e me viro de frente para ela.

“Oi, James!” diz ela, me abraçando e, em seguida, me beija. Quando para, continua. “Senti tanta saudade! Parecia que você não descia nunca!” e ri.

“Eu tinha que me arrumar, não acha?” pergunto.

“Sim, mas podia ter ido mais rápido” e aquilo soa como uma pequena repreensão, apesar do sorriso dela.

“Claro...”

“Vamos tomar café?” ela pergunta. “Estou morrendo de fome!”

E antes de eu responder ela se joga em cima de mim e tudo o que posso fazer é beijá-la de volta. Logo depois, seguimos para o Grande Salão.

Estar com Lily era muito bom, devo admitir. Andamos o caminho todo de mãos dadas. Lá, ela insiste em dar colheradas de kiwi em minha boca, mesmo comigo resistindo. Eu sabia comer kiwi sozinho e podia fazer isso sozinho. Mas eu não queria magoá-la. Então eu tentava ignorar Almofadinhas rindo com Marlene de nós e o olhar desconfiado de Aluado que eu ainda não tinha entendido o motivo.

Quando terminamos de comer, Lily me puxa pelo braço e segue correndo para Transfiguração. No meio do caminho ela me puxa para um armário de vassouras e nos fecha ali dentro.

Antes que eu alcance a maçaneta, ela já tem seus braços ao redor do meu pescoço. Tento interromper a sessão de amassos:

“Não vamos nos atrasar?”

E ela responde:

“Essa porta só vai abrir quando eu desfizer o feitiço...” e volta a tocar meus lábios com os dela.

Ao escutar isso, percebo que um simples ‘Alohomora’ não adiantaria, portanto aproveito o momento. Depois do que me parecem dez minuto presos no armário, ela finalmente destranca a porta, mas sem dizer o feitiço em voz alta, assim, não tenho a mínima ideia de qual deles ela usou.

Por sorte, chegamos a tempo para a aula. Me sento no meu habitual lugar com Sirius, que já estava lá, a minha espera.

“Demorou, Pontas...”

“Sim, eu sei...”

“Ahn, Sirius” a voz de Lily interrompe o nosso início de diálogo.“Você se importa de sentar em outro lugar?”

Ele não entende muito.

“Por que eu sentaria em outro lugar, Lily? Sempre sentei aqui...”

“Eu gostaria de sentar com o meu namorado” diz ela naturalmente.

Com um pouco de espanto, ele pega as coisas dele e migra para a mesa de Marlene, do outro lado da sala. Enquanto isso, ela já se senta e acomoda. Pega minha mão e se vira para mim.

“Acho que não somos parceiro de classe só em poções agora. Não é legal sentarmos juntos?”

“Sim, Lily...” digo, pensando no que aquilo significaria. Sentaríamos juntos em todas as aulas.

“Não está feliz, amor…?” ela pergunta, com os olhos já marejando em lágrimas.

“Claro que estou – digo rapidamente” estou, sim, Lily.

“Você nunca mais me chamou de 'Lírio'…”

“Você tinha me mandado parar…” respondo.

“Pode voltar, se quiser. Eu implicava muito com você. Agora vejo que você é um amorzinho.”

E, para minha sorte, McGonagall começa a aula.

~ James P.O.V OFF