Diane

Estava amanhecendo, e como de costume, ela estava pendurada na janela observando o Sol nascer. Mas tinha alguma coisa que a estava a incomodando, e quando olhou pros seus braços pôde ver o que era: Seus braços pareciam que estavam cobertos com uma escama pegajosa e estavam queimando. Essa visão fez com que ela desse um pulo pra trás e se encolhesse no outro canto de seu quarto. Em questão de segundos, até suas pernas estavam queimando, e ela se viu obrigada a ir fechar a janela.

Seu quarto estava todo escuro. Minha mais nova amiga, seja bem-vinda escuridão, pensou ela. A porta se abriu formando um eco em seu quarto, e no meio das pequenas iluminações feitas por poucas velas que estavam ali, viu que era seu pai que estava entrando. Ele não estava nem um pouco como de costume; seus cabelos estavam bagunçados – sem nada do jeito organizado e elegante Drácula de ser, nem um pouquinho – e usava a roupa do dia anterior.

– Diane, quero falar com você.

Ela se levantou e passou a mão nos cabelos e encarou o monstro mais perverso que todo o mundo já tinha visto.

– Pois bem, fale.

– O que eu vou lhe falar não é nada fácil, Diane.

– Não sou uma menina de 11 anos, Drácula. Deveria saber disso.

Os olhos vermelhos agora a cercavam, agora ele era um predador.

– Diane, Diane... Sempre com respostas á nível da sua inteligência, ou seja, nenhuma. O que eu queria te falar é que a guerra está próxima – Ela não deixou ele finalizar.

– Você já me disse isso, e que é por esse motivo que eu vou casar com o tal Brienne. Mais alguma coisa que eu possa anotar na minha testa antes que eu me esqueça?

– SE VOCÊ FALAR MAIS UMA VEZ ASSIM COMIGO DIANE, EU TE MATO. Você sabe que eu sou capaz disso e que eu só não te matei até hoje pelo amor que eu sentia por sua mãe... Enfim, como eu estava dizendo, a guerra está próxima, mais próxima do que você imagina. Isso vai ser um banho de sangue, muitas cabeças vão rolar e muitos impérios vão cair. Damien está fazendo um excelente papel nisso, você deveria dar parabéns a ele. Vou lhe contar tudo, Diane. Você é minha única herdeira, então me sinto obrigado a te contar tudo que eu pretendo fazer. Na verdade, a guerra não vai começar por que os caçadores querem nos matar, não. Eles até nos respeitam, desde que não façamos nada a respeito da família deles, mas veja Diane, o mundo está em nossas mãos! Podemos fazer o que quisermos e quando quisermos.

Richard e eu fizemos um plano, o plano é que: Nós matamos alguns caçadores... Damien acabou de matar o ‘rei’ deles, Jones. E assim começaremos a guerra. Não é impressionante, filha? E o melhor de tudo isso: Capturamos o filho do Jones, Stefan se não me engano.

Diane arregalou os olhos.

– Você é um gênio, pai. Me desculpe por duvidar de sua palavra, isso prova o quanto fui ingrata com você. Mas a partir de hoje eu vou mudar e você vai sentir orgulho de mim. Agora, por favor, posso ver como está nosso prisioneiro?

– Por que? Quer tortura-lo?

– Que ótima ideia. Por que não?

Isso fez com que Drácula sorrisse e caminhasse com Diane até o porão. Na porta, estava Damien com uma espada. Sua expressão estava séria o bastante pra Diane perceber que ele estava com medo; Em volta do seu olho esquerdo estava roxo. O pensamento de que Sebastian tinha batido nele fez com que Diane sorrisse por um momento.

– Deixe-me ver o prisioneiro. – Diane ordenou.

Sebastian foi nas grades ver que diabos estava acontecendo.

– O que você quer, Diane? – Perguntou Damien no tom de zombação. – Até parece que eu vou deixar uma dama como você junto com esse ogro. Não.

– Deixe minha filha vê-lo. Ela tem algumas perguntas a fazer á ele. Enquanto ela fica aqui, por que não vamos contar quantos impostos conseguiremos este mês?

Damien concordou com a cabeça e entregou as chaves e a espada para Diane.

– Use a espada sempre que se sentir em perigo. – Ele disse.

Diane abriu a porta e a trancou, olhando diretamente pra Sebastian, que não fazia ideia do que ela iria fazer agora.

– Então.. Você quer matar meu pai? QUE INTERESSANTE! Por que seria uma pena se eu te matasse primeiro... Senhor JONES!!!! – Gritou Diane.

Satisfeitos com aquilo, os dois subiram deixando ecos de passos desaparecem no ar. Ela largou a espada e o abraçou com tanto carinho que quando se deu conta, já estava chorando nos braços dele.

– Achei que estivesse contra mim. Jamais suportaria isso, Diane. Preferia morrer do que te ver assim. – Ele a abraçou mais forte, e depois a soltou e começou a fitar seus olhos.

– Nunca vou te abandonar, Sebastian. Nunca. Mas agora, por favor você quer sair daqui antes que te matem? Pretendem te matar igual fizeram com o seu.. – Vendo a cara dele, ela continuou. – Sinto muito.

– Não posso te deixar aqui! Ainda mais com aquele Damien. Você não está segura aqui.

– Eu sei me virar, já você não. Você não é forte o suficiente pra isso..

Ele tirou do seu bolso um anel com uma esmeralda no meio. Aquilo deixou Diane encantada, até que ela olhou nos olhos dele, e ele esbanjou aquele sorriso que ela amava.

– O que significa isso, Sebastian? Você está louco? – Ela sussurrou.

– Diane Drácula Van Hallen, aceita ser minha companheira? Não só agora, como pra sempre. – Ele sussurrou em seu ouvido, fazendo-a ter arrepios.

– Você está falando sério?

– Sim, estou.

– Eu aceito, Sebastian. – Ela sorriu ao pronunciar essas palavras.

Ele colocou o anel em seu dedo, e a tomou pelos braços. O beijo foi demorado e com um gosto maravilhoso; a verdadeira felicidade. Quando finalmente tornaram-se a se olhar, os dois sorriram.

– Eu te amo mais que ontem e menos que amanhã. Eu te amo Sebastian Jones! – Ela sorriu.

Com seus ouvidos super sensíveis, ela ouviu que Drácula e Damien já estavam descendo pra ver sua ‘preciosa’. Ela abriu a porta e fez com que Sebastian saísse de lá, junto a ela.

– Vamos fugir. – Sussurrou Sebastian.

– Não posso. – Ela abaixou a cabeça. – Por favor, corra o mais rápido que puder, não olhe pra trás!

– O que você vai fazer? Não! Eu não vou te deixar, não posso.

– Mas precisa. Corra reto e no final vai ter duas direções, vá pela direita, lá dá direto no em um túnel que vai pro centro da cidade. – Vendo a cara dele, ela continuou. – Faça isso pelos votos que acabamos de jurar.

Ele a beijou mais uma vez.

– Eu te amo, Diane. Não se esqueça disso. – E ele correu.

– Eu também! – Ela gritou.

Ao olhar pra trás, Sebastian viu Diane estendida no chão com a espada cravada em sua perna. A imagem era assustadora, era tão apavorante ver a mulher com que você acabou de casar morta. Ele hesitou em busca-la, mas já dava pra ouvir as vozes de seus torturadores. Correu o mais rápido que pôde, e finalmente chegou ao centro da Transilvânia.

Estava tudo quieto, a cidade estava deserta. Só poderia significar uma coisa: Algo de ruim estava por vir.