Miranda On

Passou-se uma semana mais ou menos, dormi por dois dias depois do episodio com Dorian. Desde a ultima semana estou me habituando aos seus horários e ao estilo de vida deles, o bom é que nenhum deles tentou me morder ou algo do tipo. Robert tem me dado algumas aulas, me ensinado um pouco sobre etiqueta, história, música, ele até me ensinou um pouco de esgrima, mas nada próximo do que vi quando ele e Dorian estavam praticando. Também descobri que não vou ficar com cicatrizes ou marcas de mordidas ou do trauma sofrido, a saliva dos vampiros cura qualquer machucado, então enquanto Dorian me mordia ele já estava me curando, claro que continuei fraca por um tempo, porém, como já dito sem seqüelas.

Estava caminhando pelo jardim apreciando as rosas da Sara, que também são vermelhas como sangue, é incrível como tudo que é vermelho nessa casa é semelhante a sangue, o cheiro dessas rosas é puro como se essas apenas tivessem nascido como uma criança que nunca viu o mundo é um cheiro inexplicável.

—Boa tarde e, por favor, não machuque minhas rosas. – Sara me assustou. - Elas dão trabalho para ficarem assim.

-Elas são realmente lindas. – Passei delicadamente os dedos pela rosa, me distraí e acabei ocasionando um leve corte no dedo. Sara se aproximou e levou meu dedo até sua boca.

-É doce como Dorian disse. – Ela passou meu dedo por seus lábios os deixando bem vermelhos. – Gostou?

-Ficou bom. –Respondi retraída.

-Talvez algum dia eu beba uma taça dele. – Piscou para mim.

-Não faça esse tipo de brincadeira. – Soltei um leve riso.

-Não foi uma brincadeira, foi uma promessa! Agora vá limpar esse dedo, antes que mais alguém sinta o cheiro!

Caminhei para dentro e fui até a cozinha procurar band-aid, não conseguia achar nenhum, então Dorian apareceu.

—O que estas a procurar? – Perguntou recostado a mesa.

-Um curativo para o meu dedo. – Respondi escondendo o dedo.

-Não precisa disso. –Falou pausadamente. – Me dê sua mão. – Puxou meu braço antes que eu respondesse beijando as costas de minha mão em seguida colocando meu dedo inteiro na boca. Pude sentir sua língua passando por ele. – Pronto! – Meu dedo estava curado. – Sei que gostou disso. – Então ele simplesmente segurou minha cintura e colou seu corpo no meu. – Talvez eu lhe faça uma visita mais tarde. – Assim que disse beijou minha bochecha e foi embora. Acabei um pouco confusa com essa atitude, até perceber alguém atras de mim.

-Na próxima vez, vão para um quarto porque a cozinha é de todos. – Sawyer falou subindo a escada.

Saí da cozinha e fui dar mais uma volta pela casa, não havia muita coisa para se fazer ali. Mas logo escutei o piano tocando e resolvi seguir o som até a sala de música.

Assim que cheguei vi que era Pietro que estava tocando, com os olhos fechados parecendo estar em outro mundo.

-Pode entrar Miranda, não vou te morder. – Ele me disse sem parar de tocar. Permaneci parada estática na porta, então ele parou de tocar e se levantou. – Você tem mais medo de mim do que do Dorian, mesmo ele tendo te batido, te mordido e te deixado na floresta? – Ele perguntou a um metro de distância de mim.

-Eu não sei responder essa pergunta. – Falei ainda receosa.

-É verdade. – Ele respirou por um segundo, depois me olhou novamente. – O cheiro dele ainda esta impregnado em você. – Fui me virar e tive meu pulso segurado pelo mesmo. – Relaxe e me siga, vamos dar um jeito nesse cheiro.

Ele me guiou pelas escadarias, segurando meu pulso, mas não com brutalidade com delicadeza, era outro Pietro, não o mesmo o loiro daquele dia, que era totalmente diferente do que está me guiando agora. Paramos em frente a uma porta de vidro dando visão a uma academia.

—Esse espaço também é meu. – Falou soltando meu pulso. – E você tem um físico de alguém que praticava algum esporte, ou você treinava?

-Eu fazia balé.

-Robert adora bailarinas, mas eu quero te mostrar uma coisinha aqui em cima. – Me levou até um canto onde havia um aparelho de exercícios diferente de todos os outros. – Esse é um aparelho de resistência que eu adaptei, quero ver como funciona em você. – Quando dei por mim meus braços já estavam presos e não havia como sair de lá graças aos pesos que me mantinham parada. Não fazia nem um minuto que eu já estava ali, mas eu já estava suando. – Você tem que suar mesmo, assim o cheiro do Dorian sai de você.

-Me tira daqui, eu não estou gostando disso! – Falei com certa dificuldade e ofegante.

-Não é você quem dá as ordens aqui e quem tem que gostar sou eu!

Miranda Off

Pietro On

Me aproximei vagarosamente, sentindo minha mente pulsar a cada passo, o cheiro que ela emanava era delicioso, mas não foquei nele, afinal, havia muito suor! Me aproximei de seu pescoço sentindo a pulsação de suas veias, sentindo seu cheiro com mais clareza, eu quero mais do que só o cheiro, quero sentir o sabor. Seguro seus cabelos com força colocando sua cabeça para o lado e percebendo seu ombro tensionado, eu não tenho duvidas é ali que cravarei minhas presas. Me preparo para o definitivo momento e mordo com força arrancando um gemido involuntário de sua boca. Segurei seus braços com força enquanto juntava cada vez mais nossos corpos não deixando quase nenhum espaço entre nós, a tensão liberada por ela é exatamente o que me deixa alucinado. Fecho os olhos para apreciar com melhores sentidos o sabor doce. Paro depois de alguns minutos lambendo o pequeno fio de sangue que escorria.

- Tão fraca, mas isso torna tudo mais divertido, preciso ser delicado com você, senão é capaz de eu te matar também. – Nesse momento minha mente apagou.

Pietro Off

Mirando On

Pietro estava de joelhos no chão, sua respiração estava pesada, e seus olhos antes rosados, agora assumiam um tom vermelho brilhante. Ele estava de pé me olhando com o olhar assassino de alguns dias atrás. Por instinto gritei.

—SOCORRO!!! – Ele tapou minha boca com brutalidade.

-Poderia calar a maldita boca? – Ele se aproximou do meu pescoço mordendo novamente. – Você não tem escapatória aqui! – Ele desceu até minhas pernas. – Será que o sangue que corre aqui é tão bom quanto o de cima! – Ele mordeu a parte externa de minha coxa.

-PARA!!!

-EU MANDEI FICAR QUIETA!!! – Levei um forte tapa que me fez perder os sentidos. – Percebi as pontas dos dedos dele ficarem escuras e as unhas aumentaram, ele ergueu o braço para me golpear, mas o mesmo não chegou.

-Agora já deu! – Robert estava na minha frente. – Eu disse que não queria que isso se repetisse.

-SOLTA O MEU BRAÇO ROBERT!!! – Pietro continuava insano.

-Chega! – Robert abriu a cortina, deixando alguns raios de sol entrarem, queimando Pietro que rapidamente foi puxado por Alana para um canto escuro.

-Ficou Maluco? Podia ter matado ele. – Alana alisava o rosto do irmão um pouco queimado.

-Tire ele daqui! – Robert manteve a postura fechando a cortina. Alana levou Pietro e Robert me soltou do aparelho. – Vá para o seu quarto e não saia de lá até a segunda ordem, parece que sua estadia aqui vai ser muito atribulada.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.