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Happy Together


Remexeu-se entre os lençóis finos que o cobria e bocejou de maneira preguiçosa. Coçou os olhos e sentiu o calor do corpo ao seu lado. Sorriu ainda de olhos fechados, enquanto se permitia sentir o frio na barriga e a ansiedade que tinha em abrir os olhos e vê-lo, mas se conteve. Sabia que ele estava bem ali, podia senti-lo, mesmo que tivesse tanto medo de não achá-lo ao seu lado.

Respirou profundamente e abriu, enfim, os olhos azuis. E ele estava ali. Sherlock dormia tranquilamente ao seu lado. John pode sorrir aliviado pela confirmação de que a noite de ontem havia sido real. Que Sherlock voltara a sua vida novamente. Suas costas estavam viradas para John e, por um momento, o sorriso sumiu de seus lábios.

Nas costas pálidas do moreno, se estendendo de sua nunca até o final de suas costas haviam várias cicatrizes, todas recentes, John sabia. Avermelhadas e um tanto inchadas. O loiro sentiu a garganta se fechar e seu estômago embrulhar quando fitou todos aqueles riscos avermelhados cortando a pele pálida.

Sentiu raiva e nojo pelas pessoas que haviam feito aquilo com ele. Nunca entraria em sua cabeça as coisas que Sherlock fez, as coisas que ele teve de passar enquanto estava longe.

Permitiu-se imaginar que aquilo não havia acontecido. Que eram apenas os dois, juntos e felizes para todo o sempre.

Tocou as marcas na pele alheia e desejou que elas pudessem sumir com apenas o toque de seus dedos, mas elas não se foram.

Sherlock mexeu-se ante o toque cálido em suas costas, virando-se para que pudesse fitar John.

–Desculpe por isso – o loiro pediu, mesmo sabendo que a culpa não era dele, mesmo sabendo que o único culpado havia sido Moriarty.

–Não se desculpe – disse com a voz sonolenta. – Está no passado agora.

–Eu sei.

John o puxou para junto de si. Sherlock se aninhou em seu peito e suspirou de maneira satisfeita. John não pode deixar de sorrir. Ele estava ali com ele de novo. Não era um sonho, e o cheiro dos cachos negros perto do seu rosto não poderia ser mais real. Nem o calor que ele recebia dele. Nem os toques e os beijos que trocavam naquela nova manhã.

–É bom estar em casa – o moreno sussurrou com a voz rouca.

John beijou o topo de sua cabeça e soube que a partir daquele dia tudo seria diferente. Não conseguia se imaginar com mais alguém que não o moreno em seus braços, e ele não queria que fosse de outra forma. De uma forma ou de outra, ambos estavam feliz. Feliz apenas por estarem juntos novamente.