Desventuras Incertas De Luna

Prólogo: A Menina feita de Trevas


Por onde eu começo? Pelo dia que á levaram ou pela a minha vida antes de tudo acontecer? Acho que tenho que começar pelo começo mesmo... Então me acompanhem, pois eu, Luna Zero, contarei uma historia... A minha historia!

Bem, eu fui uma criança linda. Tinha cabelos extremamente pretos e longos, tinha olhos extremamente claros, eles eram de um cinza incomum, minha mãe tinha olhos iguais, ela dizia que era por causa do nosso dom. Eu era magrela e extremamente pálida, minha mãe dizia que fazia um contraste perfeito, ela dizia que tudo em mim era planejadamente colocado, ela estava certa, como sempre ela estava certa.

Eu não me lembro do meu pai, e minha mãe não gostava de falar dele, mas eu sei que ele me abandonou, e o pior de tudo, ele abandonou a minha mãe, e por isso eu não o perdoarei por ter me deixado quando eu mais precisei dele. Talvez se ele tivesse ficado tudo teria sido diferente, ele não teria deixado eles levarem a mamãe, ele não deixaria eles me levarem!

Eu não frequentei a escola, cheguei a ir durante uns dois anos, quando eu tinha quatro anos, quando completei seis meus dons começaram a aparecer, eles vieram em forma de sonhos muito frequentes, mas depois começaram a vir a qualquer hora, eu não tinha nenhum controle sobre eles, e foi aí que a minha mãe me tirou da escola. Mas eu sabia ler um pouco, por sorte eu fui uma criança precoce, minha mãe dizia que esse era um dos meus dons, aos seis anos eu sabia escrever e ler quase perfeitamente, minha mãe tinha me ensinado. Eu não gostava muito da escola, por eu ser uma criança precoce recebia um tratamento especial, tanto dos professores tanto das crianças. Eu ainda me lembro dos olhares, eles me tratavam como se eu fosse uma aberração, e no fundo eles tinham um pouco de razão, porque eu decididamente era diferente, sempre fui e sempre serei.

Lembro-me que eu gostava muito de borboletas, eu ficava encantada com as asas e leveza delas. Eu sorria e corria, as borboletas, por algum motivo, sempre vieram ao me encontro, sempre estavam perto de mim, minha mãe dizia que isso tinha um motivo e agora eu sei o motivo. Eu também adorava livros, eles eram praticamente o que eu tinha de mais valioso, os livros e o colar com a foto da minha mãe. O colar era em formato de coração e era dourado, dentro dele estava escrito em uma parte: Você pode mudar tudo, eu acredito em você! E na outra parte estava uma foto dela.