Destroyers

Capítulo 86 — Parte 01


Clarissa

Parte 01

Os primeiros três golpes que ambas desferimos uma contra a outra foram suaves, quase divertidos. Lexi mostrou uma habilidade em luta, tão ou igual à minha.

Contudo, ao decorrer dos minutos, a violência de nossos golpes atinge uma proporção imensa.

Lexi ri, cerrando os olhos e jogando o cabelo para o lado, preparando os punhos para meu próximo movimento.

— Está assim por causa do Dylan, querida mana? — debocha com sua mão curando-se rapidamente.

Utilizo de seu mesmo tom de voz, forçando um sorriso irônico.

— Não. Eu deixo que você roa os ossos, cadela.

Lexi grita vindo me atacar, e permito-me sentir um verdadeiro ódio ao retribuir com um soco em seu nariz, tão direto e rápido que minha oponente cambaleia. Aproveito-me para executar um chute de cento e oitenta graus e acertar seu quadril, fazendo-a grunhir ao cair no chão.

— Sua puta! — Lexi me xinga, tentando se defender quando a prenso no chão e começo a esmurrá-la, meus membros sentindo prazer na ação por cada gota de sangue que consigo tirar de seu nariz perfeito.

Em um movimento rápido, algo acerta o lado esquerdo da minha cabeça e percebo ser um pesado livro que a vaca conseguiu alcançar com sua mão direita.

Cambaleio para o lado, recebendo um segundo golpe no mesmo lugar. Lexi toma o controle da situação, enquanto me arrasto para longe dela.

— Você é uma negação. Não acredito que é minha meia-irmã — Ela desdenha, me chutando com força.

Contenho o grito de dor, negando-me a lhe conceder esse prazer. Em um descuido seu ao me fitar no chão, finco uma segunda lâmina em sua canela, obrigando-a a cair com um grito.

Antes, contudo, que eu possa acabar com seus movimentos, ela cria um portal e adentra-o, desaparecendo de vista diante dos meus olhos. Coloco-me de pé até sentir um golpe em minhas costas e cair para frente.

— Gostou do meu truque? — Lexi diz conforme me viro rapidamente, deparando-me com seu sorriso. Ela encara a própria mão. — Meus poderes são tão incríveis...

Grito, avançando contra ela. Lexi atinge-me com um golpe que me faz girar no ar e cair de costas em cima de uma das mesas com livros, derrubando-a.

— Eu achei que poderíamos ser boas irmãs — a voz dela ressoa por meus ouvidos. — Mas você escolheu amar.

Levanto-me, lançando livros para o lado. Lexi avança rapidamente, pegando meu pescoço e prensando-me contra a parede, seus dedos apertando minha jugular enquanto cerro os dentes, como um animal em cativeiro.

Ela me avalia semicerrando os olhos.

— Você estava indo tão bem. Matando sem pensar, atraindo a fúria alheia e odiando todos. Então entrou o Dylan na sua vida e puff. Tudo se desfez. Ele foi origem de todos os seus problemas, irmãzinha — Lexi aperta com ainda mais força, fazendo-me grunhir. — Sua idiota! Meu avô não lhe ensinou nada?

Semicerro os olhos.

— Ele me ensinou muito. — sussurro fracamente, recebendo um olhar avaliativo dela. — Principalmente a ser uma merda como você.

Lexi grunhe, largando-me.

— Você não pode morrer — Ela bufa, passando as mãos nos próprios cabelos.

— Nem você — digo, passando a mão pelo pescoço enquanto me equilibro. — Mas eu pretendo fazer você mudar quanto a isso.

A Riddle grunhe para mim, cruzando os braços. Encaro-a, uma vontade alta de matá-la queimando meu íntimo, contudo sendo quebrada por perceber o que ela quer de verdade.

— Ah é? — indaga ela, semicerrando os olhos. — E o que pretende fazer?

Abro um portal com um estalar de dedos, indicando para que ela entre.

— Eu não confio em você — afirma Lexi, irritada. — O que me garante que você não vai me jogar em algum lugar que eu não possa voltar?

Reviro os olhos.

— Por que eu odeio tanto você que prefiro algo mais exótico. Vamos. Você não tem “todo o poder em mãos”? — enfatizo debochadamente.

Lexi bate o ombro contra o meu, adentrando o portal. Suspiro, seguindo atrás dela.

Minha visão fica turva por breves segundos e o mundo parece girar. Quando as sensações voltam ao seu devido lugar, abro os olhos. A satisfação de ter dado certo preenche meu íntimo.

— O que é isso? — Lexi questiona furiosa, fitando-me.

O antigo orfanato que vivi por anos está diante de mim, envelhecido e abandonado. Lembranças torturantes vêm à minha mente, e pisco por um segundo livrando-me do passado.

— Quero te mostrar uma coisinha antes do fim do mundo — digo, sentindo o poder de James em minha cabeça.

Lexi rebola os quadris seguindo à minha frente, escancarando os portões com seu poder.

As palavras de James de alguns minutos atrás invade minha mente mais uma vez:

Sophia perdeu os poderes para Emeline. Você não pode se enfurecer agora, Clary. Eu arranjei uma maneira de você roubar os poderes de Lexi para si, e acabar com ela.

Massageio a têmpora, caminhando atrás de Lexi. Ser boazinha é tão... Difícil. Principalmente quando se trata de vadias. Olho para trás antes de fechar os portões, determinada a fazer com que o plano de James dê certo.