Destroyers
Capítulo 77
Stella
Roí grande parte das minhas unhas durante o caminho para a Torre Stark. O rastro de destruição presente em nosso trajeto era terrível de se presenciar. E o sentimento de ter perdido Dylan para Lexi Riddle era ainda pior a cada minuto em todos nós.
Clarissa parecia completamente destruída durante o caminho, tanto quanto agora. Ela realmente o ama. Posso ver diante de cada lágrima que rola por sua bochecha em seu silêncio duradouro.
Chegamos à Torre Stark quarenta minutos depois de carros em chamas e pessoas gritando em desespero passarem pela picape. Bruce Banner ainda está atordoado quando Simon tira-o da picape e o coloca sobre um dos ombros sem dificuldade.
— Você vai ficar bem? — pergunto à Clarissa que está irreconhecível agora.
Sua bochecha esquerda começa a adquirir uma tonalidade arroxeada e seus olhos se encontram vermelhos pelo choro recente. Mas ela não me responde e se dirige ao irmão, que nos aguarda diante da porta.
— O Doutor Strange está aqui? — Ela questiona Charlie assim que saímos do elevador.
— Está. Wanda e ele estão fazendo inúmeras buscas sobre o que você pediu. Meu pai falou com as pessoas certas sobre bruxaria — Charlie tira a máscara de Asa Noturna.
Assim que Clarissa adentra a imensa sala onde os heróis estão reunidos, Charlie se aproxima de mim.
— O que ela tem? — pergunta com o cenho franzido.
Suspiro parando à frente dele.
— É o Dylan — Ele arqueia as sobrancelhas e prossigo. — Lexi fez algo com ele que apagou sua memória e o deixou completamente agressivo... Odiando a Clary. E querendo matá-la.
— Uau — Charlie mexe em seu cabelo com uma das mãos, atordoado com as informações. — Nunca imaginei que chegaria o dia que veria Clarissa se importar tanto com duas pessoas. James... E agora Dylan.
— Ela mudou Charlie — digo com certa brusquidão. — E você poderia valorizar mais essa parte nova da sua irmã.
Deixo Charlie em frente à porta e entro na sala onde os heróis discutem. O Quarteto Fantástico, Doutor Strange e os Vingadores mantém uma conversa paralela sobre os objetivos.
Batman já se encontra em seus trajes e a Mulher-Gato se aproxima dele para beijá-lo.
— Wolverine teve sucesso com a Ashley? — pergunta Zack agitado.
Largo-me no primeiro sofá que encontro completamente exausta. Minha mente parece um turbilhão de confusões.
— Já parou para pensar que estamos tão perto e ao mesmo tão longe de resolvermos tudo? — Sophia senta-se ao meu lado com um olhar cansado em seu rosto.
Meneei a cabeça positivamente.
— Magneto está na Califórnia. Quarteto Fantástico vai para a Flórida — avisa Steve Rogers. — Os Vingadores permanecem aqui. Os Wayne podem seguir para Gotham.
— Eu vou ficar aqui — Clarissa determina com firmeza. — Preciso cuidar da Lexi.
— Eu fico também — decide Charlie encarando a irmã.
— Como a Ashley vai ficar? — questiona Zack bruscamente. — Eu quero que a Ash acorde!
— Calma — Thor diz segurando o ombro dele de alguma maneira agindo de alguma maneira paterna. — O Doutor Strange vai para o Instituto Jean Grey. Vai ajudar sua amiga.
Zack respira fundo e balança a cabeça.
— Eu vou continuar as pesquisas sobre o caso da bruxa — promete Strange. — E vou tentar trazer a garota Turner de volta.
— Obrigada Doutor — Simon agradece apertando a mão do bruxo antes que ele partisse em seu próprio portal.
— Cuidem-se — Selina fala a Clarissa e Charlie envolvendo-o em um abraço. — Não vou suportar perdê-los de novo.
O Batman se dirige à Clary.
— Você consegue — E ele a abraça com força.
Posso reconhecer o amor presente na família Wayne, alcançando até mesmo Clarissa. Percebo tarde demais que Sophia se encontra nos braços de Sue e Reed, chorando descontroladamente.
— Eu precisei contar — Zack fala ocupando o lugar ao meu lado. — Sophia não faria isso sozinha.
Balancei a cabeça, surpresa.
— Zack Oliver fazendo o que é certo. Que milagre — brinco tentando trazer o espírito zombeteiro de volta.
— Milagre é você não ter ido no McDonald’s — desdenha Zack, arrancando uma risada de mim.
Clarissa gira a chave da picape entre seus dedos.
— Wanda vai com a gente. Tem um lugar que pode nos ajudar com coisas de bruxa — Ela diz friamente.
Levanto-me do sofá e sigo com o grupo para o ar livre mais uma vez.
(...)
Senti-me desconfortável na picape com o número excessivo de pessoas. Agora me encontro sentada no colo de Charlie, enquanto Sophia está ocupando o banco da carona, Zack o lugar do meio com Wanda em seu colo e Simon na janela. Isso é realmente desconfortável.
— Eu estive vendo alguns livros e... Para Lexi ter a Morte é necessário duas outras receptoras de poder. — fala a Feiticeira Escarlate enquanto Clary dirige com rapidez.
— Eu sei — Clarissa se mantém concentrada. — Sophia e eu somos receptoras.
De imediato a surpresa me dá um tapa na cara. Simon tira os olhos da janela e nos encara. Zack se desencosta de seu lugar e Charlie, abaixo de mim berra um nada sutil:
— E SÓ AGORA VOCÊ FALA?
Clarissa revira os olhos como se a questão fosse patética.
— Eu não poderia falar antes querido irmão, ou nossos queridos pais não permitiram que eu desse um passo sem a supervisão deles.
— Isso é mentir!
— Isso é omitir! Existe uma grande diferença!
— Certo! Chega! — Wanda grita, chamando nossa atenção. Suspira adquirindo uma postura ainda mais séria. — Quem colocou o poder em vocês era uma bruxa antiga?
Vejo pelo retrovisor Clary encarar Sophia de soslaio. A loira respira fundo.
— Ela se fez de minha avó por dezesseis anos. E parece ter no mínimo uns sessenta. Então...
— Okay. Qual o sobrenome dela?
— Vaunce.
Wanda de imediato parece surpresa e ao mesmo tempo incrédula.
— O que tem os Vaunce? — pergunto hesitante.
— Eram um clã antigo de bruxas extintos há muito tempo. Mais poderosos que as próprias bruxas de Salem — a Feiticeira Escarlate parece incomodada. — Eu adquiri meus poderes por conta da mutação. Mas... As bruxas Vaunce foram as primeiras a tê-lo.
— Está dizendo que as bruxas Vaunce são mutantes? — pergunta Clary, assoviando. — Isso está ficando cada vez mais legal. Que tal envolvermos zumbis agora?
— Vamos nos concentrar no ritual — Simon diz com todo o foco que possuí. — Como Soph e Clary podem ativar o poder que existe dentro delas?
— Com um ritual — Wanda responde levando a mão à têmpora. — Tem que ser feito em algum cemitério.
— E...? Vai precisar de temperos? Ou poções com sapos? — Clary demonstra todo seu lado sarcástico de uma vez.
Wanda engole em seco.
— É melhor eu falar quando estivermos lá.
— Voltando à parte do cemitério — pigarreia Zack, tomando o cuidado de manter os braços cruzados para não tocar em Wanda. Quanta devoção à Ashley. — Não é muito previsível?
— Estamos querendo convocar a Morte. Que outro lugar para fazer isso? — questiona Wanda franzindo o cenho.
Clarissa desvia de um corpo no meio da rua e continua acelerando.
— Não discutam crianças — ironiza a Wayne. — Eu ainda não falei o mais legal de tudo.
Engulo em seco, tentando me ajeitar sem incomodar Charlie. Clarissa parece adquire um ar cada vez mais debochado durante o caminho como se conseguisse afastar sua dor emocional dessa forma.
— O que pode ser pior do que você e Sophia serem receptoras da Morte assim como a Lexi? — indago com certo cuidado com minhas palavras.
Clary umedece os lábios, fitando-me por um segundo pelo retrovisor.
— A minha vida está ligada à vida de cada um de vocês do nosso querido grupo de heróis. Se eu morrer, vocês sobrevivem. Se eu não morrer... Vocês morrem.
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