Simon

Nova York

A ideia de uma cidade como NY destruída simplesmente assustadora. Times Square está ladeada de carros em chamas e prédios danificados. Lojas e cafés estão completamente revirados com pessoas feridas dentro.

Busco algum sinal dos Vingadores, mas exceto os gritos e buzinas de carros à distância, não existe sinal de batalha.

Pego meu celular e faço a chamada.

— Algum sinal deles? — pergunto, ouvindo a respiração ofegante do Homem-Aranha.

— Ainda não — Ele responde com um barulho intenso de carros ao fundo. — Espero... Acho que vi o Homem de Ferro. Está seguindo até a Times Square.

— Okay. Estou aqui esperando — digo desligando.

Um barulho de turbinas e em poucos segundos a armadura do Homem de Ferro reluz no céu e pousa a poucos metros de mim.

— Fico feliz em vê-lo vivo líder dos Smurfs — Tony Stark aparece e aperta minha mão. Seu rosto está carregado de ferimentos.

— Onde estão os outros? — pergunto buscando-os com os olhos.

— Na nossa Torre. Vamos — o Homem de Ferro estende o braço e hesito antes de me deixar ser levado pelos ares sem um pingo de segurança.

(...)

A Torre dos Vingadores parece um pronto socorro dos heróis. A Viúva Negra trata de um corte no ombro, enquanto a Feiticeira Escarlate cuida de um ferimento próximo à sobrancelha diante de um espelho. Mercúrio, Thor e o Capitão América são os únicos menos arrasados com toda a batalha.

O filho de Odin está distraído, observando o céu pela janela, distante de todos. Será que está pensando em Zack, seu filho?

— Simon! Que bom vê-lo — Steve Rogers aperta minha mão logo que atravesso a porta com Tony Stark sem sua armadura ao meu lado.

— Igualmente — digo respirando fundo. — Como anda a situação por aqui?

— Um caos. Uma bomba detonou aqui ao mesmo tempo em Washington, Califórnia e Texas — responde o Gavião Arqueiro, surgindo dos fundos da torre.

Franzo o cenho.

— São as pontas do país — digo, pensando no mapa dos Estados Unidos.

— Exato. Agora temos uma bomba nuclear programada para daqui quatro horas e meia. E não fazemos ideia de onde vai explodir — diz o Capitão evidentemente exausto.

Suspiro, seguindo até o painel de controle onde Tony Stark aperta inúmeros controles e conversa com Jarvis.

— O meu grupo está dividido pelo país junto dos outros heróis — falo, cruzando os braços.

— Estão todos bem? — Thor vira-se com preocupação evidente em seu olhar.

Hesito antes de falar.

— James e Aurora estão mortos. E Ashley está em algum tipo de coma... — baixo os olhos por um segundo, respirando fundo.

Um instante de silêncio impregna a nave. Por fim Steve Rogers aperta meu ombro.

— Sentimos muito. Meus pêsames — diz com sinceridade, e meneio a cabeça positivamente.

— Temos que tentar impedir que essa bomba detone. O sacrifício deles não pode ser em vão — falo com firmeza, afastando os pensamentos ruins. Tenho que me manter forte, ou vou enlouquecer.

— Certo — Tony Stark respira fundo. — Estamos com um probleminha também.

Franzo o cenho parando para perceber a ausência de uma figura importante do grupo.

— Onde está o Doutor Banner?

— Estamos tentando rastreá-lo. Morgana Le Fey levou-o para sabe-se lá onde — diz Natasha Romanoff com frieza.

Respiro fundo, segurando a ponte do nariz com a mão direita.

— Okay. Eu posso ir atrás dele com a ajuda da Sophia. Precisamos tentar dividir ao máximo nossos grupos agora e nos manter em contato sempre. Os vilões parecem prontos para nos impedirem de todas as maneiras que consigamos encontrar uma saída para tudo isso. — falo começando a andar de um lado para o outro na tentativa de descarregar minha frustração.

Cada vez mais que penso em como deter tudo isso, mais impossível parece.

— Lexi Riddle é a pessoa por trás disso — a voz de Clarissa Wayne reverbera pelo prédio. Ela adentra como um furacão com seu irmão, Charlie ao lado e Bruce e Selina atrás.

— UAU! Os Wayne reunidos! — Tony se antecipa para cumprimentá-los.

— Vocês não estavam em Gotham?

— Mudamos de ideia na metade do caminho — Charlie explica com um suspiro. — Minha querida irmã resolveu falar sobre a Lexi apenas no meio da viagem.

— Quem é Lexi Riddle afinal de contas?

— Uma garota treinada por uma bruxa que adquiriu poderes da Morte e agora está ressuscitando e matando quem bem entender — Clarissa está furiosa. — Eu ia dizer quando fosse mais propício, mas minha vida está interligada ao grupo.

Arregalo os olhos, perplexo.

— Qual seria o momento mais propício para você falar isso? — questiono bruscamente.

Clarissa desvia o olhar.

— Eu não quis atrapalhar as batalhas.

— Muito obrigado por deixar todos sem saberem disso — dou-lhe as costas, massageando a testa. Muitas informações de uma vez.

— Lexi está com Dylan — Clary diz com frieza. — Eu preciso encontrá-lo. Mas deve ter alguma maldita armadilha em Gotham. Ela não me diria claramente onde tenho que ir...

— Por isso achei estranha sua história do Dylan ter ido para a Torre da Liga da Justiça — bufei, incomodado por esse segredo.

— Vamos manter a calma — o Gavião Arqueiro interfere, nos encarando com firmeza. — Se é uma bruxa temos que chamar quem realmente entende disso.

— E o resto de nós? — questiona Pietro, cruzando os braços.

— Os Destruidores tem que ficar juntos agora — falo bruscamente. — Vou mandar o pessoal vir para cá. Seja como for da maneira mais rápida possível. Se Lexi é a vilã nós temos que lidar com ela.

O Capitão América meneia a cabeça positivamente. A Feiticeira Escarlate vira-se.

— Eu posso tentar ajudar — Ela se coloca de pé. — Sou uma bruxa, esqueceram?

— É fácil esquecer de você — Clarissa solta com um sorrisinho sarcástico.

Wanda revira os olhos para a Wayne.

— Eu vou acionar alguns amigos em Gotham — Bruce diz. — Selina, preciso que investigue os arredores da cidade com Charlie. Quero ter certeza que não existe uma armadilha. Não podemos perder tempo.

— Claro, maridinho — Selina ironiza, dando-nos as costas e seguindo com Charlie até a porta.

— Vou falar com o Homem-Aranha para tomar conta do leste da cidade. — falo, começando a digitar no celular rapidamente.

— Tony, acho melhor irmos para Washington cuidar da Casa Branca e transferir quem estiver lá para outros pontos — Rogers diz e Tony concorda. — Mercúrio e Feiticeira Escarlate cuidam do centro da cidade e das nossas idas e vindas. Gavião Arqueiro e Viúva Negra seguem para o Texas.

— Adoro uma batalha na areia — ironiza Natasha.

— Califórnia fica com Thor — determina o Rogers.

O deus meneia a cabeça positivamente.

— O Quarteto Fantástico pode ir para a Flórida. Podemos querer despachar bombas para lá e vai ser útil um grupo pronto para proteção desse lugar — sugiro, e Steve concorda.

— Certo. Os Destruidores cuidam da Lexi e encontram o Hulk.

— Vamos fazer milagres — Clarissa garante, ainda exibindo sua raiva.

— Eu vou criar um portal para facilitar a ida de vocês — a Feiticeira Escarlate diz realizando um floreio de mãos.

Clarissa se aproxima de mim enquanto os grupos separam-se para seus determinados destinos.

— Talvez eu lhe devesse um pedido de desculpas. Você é o líder — Ela olha para o horizonte através da janela da torre. — Mas eu não peço desculpas.

Meneio a cabeça positivamente.

— Não esperava que você fosse pedir isso.

Ela suspira.

— Isso está virando uma loucura.

Um sinal reverbera por toda a cidade, seguida da risada do Coringa. O que tivemos até agora foi apenas um prelúdio do que ainda está por vir.