Destroyers
Capítulo 49
Capítulo 49
Ashley
Uma vez ouvi meus pais dizerem que o sucesso deve vir antes de qualquer perspectiva de amor.
Observando hoje Aurora falar tão abertamente e facilmente seus sentimentos, foi impossível não ter a vaga lembrança deles.
Em pensar que eu culpava James por tudo, quando na verdade ele fora a maior das vítimas no passado. Um renegado pelo sangue. Alguém que encontrou seu próprio caminho de maneiras contraditórias, e hoje está aqui, salvando o mundo. Eu não imaginava lutar ao seu lado contra aqueles que acreditei serem a voz da razão.
As ruas de Vegas parecem sorrir diante de meus olhos, e me pergunto onde Zack está. Os outros parecem ter arrumado algo divertido para fazer. Será que Zack fez o mesmo arranjando algumas garotas?
Um vento frio interrompe meus pensamentos e vejo-me pressentindo algo que pode acontecer. Algo ruim.
O arrepio que percorre cada membro do meu corpo é involuntário e incontrolável. Olho para trás.
Trajando roupas de gala e sorrisos amorosos nas faces belas, o sr e sra.Turner se encontram diante de mim.
— Papai... Mamãe...
— Oh, Ash! — Laurence Turner me envolve em um abraço que infelizmente não consigo retribuir. Meus membros se encontram enrijecidos demais. — Sentimos tanto sua falta.
— Pensei que estivessem mortos — digo com um olhar vago e a voz fraca.
Ela se afasta. Josh Turner franze o semblante.
— Você conserva mágoa de nós apenas por isso? Ou seu irmão te infectou com mentiras?
— Por que você não entra na minha mente e descobre, papai? — enfatizo a última palavra com dureza.
O tapa estala em minha face concedido por minha querida mãe. Acabo dando risada sem realmente sentir a ardência em minha bochecha esquerda.
— E então a bondade e o amor dão lugar à farsa e fúria. — desdenho subitamente, satisfeita pelas máscaras de meus pais caírem diante de meus olhos.
Agora eles exibem o desagrado constante.
— Caroline tem razão sobre você. Está presa às futilidades e mentiras de seu irmão. — diz Josh, agressivamente.
— Vocês dois são mais idiotas do que pensei! Eu idolatrava e amava vocês dois acima de tudo! Eram minha vida! E agora perderam isso... Para sempre. — lágrimas rolam por minha face sem qualquer controle meu.
— Não seja tola, Ashley. Seu irmão fez uma grande besteira... — argumentou Laurence, meneando a mão em desinteresse.
— VOCÊS IAM MATAR ELE! — grito furiosa, afastando-me de ambos com nojo.
— Íamos livrar o mundo de um grande mal. James rouba as mentes daquelas pobres garotas...
— Roubava! — corrijo-os, cerrando os punhos. — Ele não faz isso há meses.
— Oh claro. Por conta da tal Aurora. Quanto tempo acha que vai demorar para ele fazer tudo de novo? Ou pior! Roubar a mente da Clarkson para obter a própria cura? Acha que ele vai sacrificar a própria vida em nome de um sentimento estúpido? Você quem está sendo burra, Ashley. — diz Laurence, indignada.
Meneio a cabeça negativamente, resoluta de minha resposta.
— Confio nele. James vai dar um jeito.
Meu pai ri em puro desdém.
— Oh, você confia. Mas que grande diferença isso vai fazer para todos nós.
— Ash, escute-nos. Não queremos machucar você. — Laurence faz sua última tentativa, os olhos quase suplicantes. No entanto, sei que tudo não passa de uma grande mentira.
Desvio completamente de sua tola investida.
— Pois vocês já fizeram isso. Mais vezes do que podem contar.
O olhar de minha mãe muda de gentil para ameaçador.
— Se não tem outra alternativa...
“Bloqueie sua mente”, ordeno a eu mesma silenciosamente.
As palavras de ambos se tornam vagas, até desaparecerem por completo. Cada ataque é como uma facada ou explosão, e surge uma muralha à frente que impede o pior.
Eles poderiam destruir minha mente e transformá-la em frangalhos. Felizmente aprendi alguns truques graças ao treinamento da S.H.I.E.L.D.
No entanto, começo aos poucos a sentir a forte dor de cabeça pelo esforço e caio de joelhos, voltando à realidade bruscamente.
Sinto a tontura e o sangue jorrando pelo meu nariz.
— Hemorragia nasal recorrente de um início de aneurisma — meu pai sussurra em minha mente, causando ainda mais dor. — Ainda acha que pode nos vencer?
Em um lampejo um raio se choca contra meus pais, causando um estrondo ensurdecedor e um tremor forte o bastante para lançar meu corpo exausto para trás.
Não vejo o restante do espetáculo, pois minha mente se encontra nublada demais para tal. Sinto apenas meu corpo ser içado e uma brisa calmante misturada à um perfume suave e inebriante me atingir. Abro os olhos.
— Sinto muito por matar seus pais, mesmo que daqui algumas horas eles voltem — Zack sussurra próximo ao meu ouvido.
Sorrio, enfraquecida, mas feliz.
— Obrigada — digo ainda atordoada, enquanto saímos da rua recém destruída.
Fale com o autor