Aurora

Sigo pelo corredor a passos lentos, empurrando o carrinho com os produtos de limpeza. Nenhum dos guardas parece me notar ou se importar com minha presença.

Viro um novo corredor, encontrando dois elevadores.

“Ashley e Sophia estão no quinto andar”, a voz de James está em minha cabeça. “Aurora, detenha os guardas do térreo e do primeiro andar, e saia o mais rápido possível. Estou com o Simon, a Clary e o Dylan agora”.

Permaneço o mais natural possível. Preciso roubar um dos crachás desses infelizes antes de mais nada. Tenho coisas a resolver que vão ajudar (e muito) a equipe.

— Ei você! — um guarda me alcança, saindo de um dos elevadores. — Quero ver seu crachá.

Viro-me lentamente.

— Como disse? — Faço-me de desentendida.

— Você me ouviu... — Antes que ela diga mais alguma asneira, minha elasticidade entra em ação. Acerto-lhe um soco e sua cabeça bate contra a parede com um baque. — Agora eu preciso do seu crachá.

Abro a porta do corredor, utilizando o cartão da guarda. A arrasto para dentro da sala, satisfeita com meu trabalho. Observo bem as roupas e a aparência da mulher.

Nunca tentei algo do tipo, mas vamos lá.

Concentro-me o bastante, e aos poucos sinto meus poderes agindo. No fim a elasticidade não serve apenas em combate.

Olho-me no vidro de um armário. Cabelos loiros, olhos verdes, sardas e lábios grossos.

Perfeito.

— Agente Stone — leio no crachá, sorrindo. — Valeu.

Noto o computador com várias câmeras de segurança. Uma central oculta de vigilância no térreo.

Muito inteligente.

Sento-me na poltrona e começo a dedilhar os dedos pelo teclado, desativando as câmeras. Antes, porém, vejo Steve Rogers sendo perseguido por diversos guardas.

— Merda — sussurro, desativando a câmera.

Escondo a agente Stone em um dos armários, habilidosamente. Saio da sala e começo a caminhar lentamente.

“Atitude inteligente, Aurora”, elogia James em minha mente. Sorrio.

Tiro do bolso os pequenos detonadores que achamos na nave da S.H.I.E.L.D junto com um monte de armas (que a Clary quase surtou ao ver).

Olho ao redor antes de encaixá-lo na parede do térreo. Na mesma hora, o elevador se abre e eu entro.

Está completamente vazio.

Todos atrás do Capitão, o que chega a ser uma vantagem. Chego ao primeiro andar e implanto o detonador.

Alcanço o segundo andar. Agentes correm para todos os lados.

— Agente Stone! — um homem armado se aproxima de mim. — Siga para o quinto andar. O diretor está mandando grande parte dos agentes para lá.

Concordo, com certa ironia. Por que será?

“Detonadores implantados com sucesso”, James se diverte com a situação. “Simon fará as honras. Conte dez segundos e se afaste dos elevadores, Aurora”.

Obedeço e dez segundos depois ouço as explosões. Cada andar do prédio sofrendo um ataque e no térreo e primeiro andar, as bombas de gás detonam, derrubando diversos agentes.

Chego ao quinto andar, deparando-me com Steve Rogers lutando contra diversos agentes, derrubando-os facilmente. Localizo a porta onde Ashley e Sophia estão salvando Zack e Stella.

Com uma cotovelada certeira no rosto de um homem chuto sua arma para o alto e a apanho, golpeando outros três agentes, deslizando para o lado de Steve Rogers, já em minha forma de Mrs.Elastic.

— Senhorita Clarkson — diz o Capitão, pegando seu escudo no ar.

— Capitão — o cumprimento, observando mais dez ou quinze agentes chegarem.

— Ashley e Sophia estão na sala. Ajude elas — diz Rogers. — Eu cuido deles. Vá!

Concordo com um menear de cabeça, correndo até a porta blindada. Passo o crachá na fechadura de segurança, e a porta se abre.

— Eu não sei como soltá-los! — Ashley surta, enquanto Sophia tenta desativar o sistema pelo computador.

O que vejo me faz ter náuseas.

Zack e Stella presos em cilindros com água, com fios em suas veias sugando seu sangue, que é mandado diretamente para outros dois cilindros. Ambos parecem moribundos em meio a tanto água e com as faces pálidas.

— Que porra é essa? — digo um tanto histérica.

— Temos de ser rápidos. Os dois podem não aguentar por muito tempo! — exclama Sophia.

— Ah, eles aguentam — uma voz conhecida diz.

À porta da sala versões malignas e carregadas de poder dos meus pais avançam para nós.

E esse dia só parece piorar.