Lexi Riddle

Sinto as mãos de Dylan tocarem todo meu corpo conforme nossos lábios seguem um ritmo frenético. Mexo-me em seu colo, desfrutando desse momento mágico.

Eu o amo tanto!

Senti-lo embaixo de mim, completamente meu, prestes a ser o meu amante neste novo mundo que estou prestes a criar é tão... Excitante. Desde sempre o Allen me atraiu. Fosse ele por seus poderes ou sua família, mas por tudo que ele representou para mim.

— Você me ama, Dylan? — indago, mesmo sabendo sua resposta.

Seus lábios tocam meu pescoço.

— Amo. Mais do que tudo — afirma o ruivo e sorrio.

— Eu também te amo querido — sussurro, mexendo em seus cabelos com carinho.

A porta da sala é escancarada bruscamente, fazendo-me bufar e olhar na direção da entrada. Morgana Le Fey sustenta um olhar assustado.

— Temos um problema.

Arqueio a sobrancelha, acariciando os cabelos de Dylan.

— Problema? — indago friamente. — Já disse que só era para me interromper em caso de morte...

— Josh e Laurence — insiste Morgana, e paro instantaneamente os toques de Dylan por meu corpo. — Você precisa ver isso.

Bufo, deixando o colo do ruivo.

— Eu já volto meu amor — falo, beijando-lhe antes de deixar a sala de aula irritada.

(...)

O corpo de Laurence se encontra intensamente gelado. Sangue permeia todos os cantos, manchando o carpete e o próprio piso. Meus saltos agulha batem contra o piso de madeira após uma avaliação crítica do ambiente. Alguém invadiu esse lugar. Mas como ninguém mais notou?

— Vou ressuscitá-la de uma vez — digo, e Morgana mantém os braços cruzados, observando-me. — Faça uma varredura pelo colégio. Não quero mais interrupções ridículas.

Meneio as mãos sobre a cabeça da Turner, invocando todo meu poder. Sinto a magia no centro do meu umbigo perpassar meus membros até alcançar minhas mãos.

Como um sopro, uma chama atinge o corpo da Laurence. Coloco-me de pé, esperando pela tosse típica dos mortos quando recuperam o ar. Contudo, Laurence não emite som algum.

— Ela ainda não acordou — observa Morgana, um tanto preocupada.

Cerro os punhos. Eu sinto meu poder. O que está acontecendo? Chuto Laurence com a ponta da minha bota. Seu corpo permanece inerte, sem qualquer sinal de vida.

Respiro fundo. Pode ser a falta de concentração. É. Meneio as mãos novamente, transferindo toda a magia para a ponta dos meus dedos. Uma nova chama golpeia o corpo de Laurence, dessa vez causando-lhe um estremecimento.

Mas nada além ocorre.

— Não pode ser — falo, ajoelhando-me ao lado da Turner. Cerro os punhos, a fúria golpeando-me como um soco. — REÚNA A PORRA DO GRUPO! AGORA! EU QUERO OS CORPOS DA WAYNE E DA THOMPSON NA MINHA FRENTE!

Morgana sai rapidamente, acatando minhas ordens. Emito um grito de raiva, empurrando o corpo de Laurence furiosamente. Sem ela e Josh, eu sou obrigada a ressuscitar Caroline e Jack. E com isso trago dois imprestáveis para perto de mim, movidos por suas emoções inúteis.

Eu preciso de dois controladores de mentes. Preciso! A realidade de que Ashley Turner pode estar despertando, e Clarissa e Sophia podem ter despertado... Não. Nunca. Bane e Dylan fizeram o serviço. Eu vi. Tenho certeza disso.

Espasmos percorrem meus membros, impossibilitando-me de raciocinar. Minhas mãos puxam meus próprios cabelos, buscando respostas. Meu poder está se esvaindo? Eu sou a Morte agora! Eu tenho o controle!

Morgana retorna com uma expressão atordoada em sua face.

— Eu... Os corpos da Clarissa e da Sophia desapareceram.

— NÃO! — grito, socando a parede à minha frente, sobressaltando a bruxa. — MANDE O DUENDE VERDE PERCORRER NOVA YORK INTEIRA! E TRAGA EMELINE AQUI AGORA!

— Eu não sou sua empregadinha, Lexi — reclama Morgana, semicerrando os olhos.

Completamente descontrolada me aproximo da bruxa, os olhos arregalados e o suor deixando minha pele.

— Agora é! Se meu poder for embora, você e todos os outros vão retornar para suas medíocres covas ou prisões! Então me obedeça, Le Fey!

A mulher demora a ceder, e quando o faz, deixa a sala batendo os saltos contra o chão realizando mais barulho do que deveria.

Começo a andar de um lado a outro dentro da sala, pensando em uma maneira de reverter o jogo. Tenho quarenta e cinco minutos. Quarenta e cinco.

Eles não podem me derrotar. Não podem. Eu construí esse plano durante anos a fio. Não vou deixar que acabe tão rápido.

Clarissa matou dois dos meus e eu vou fazer questão de adiantar a morte da família inútil dela. É Clarissa Wayne, você conseguiu me enfurecer.

Sigo pelo corredor até o último andar do colégio, minhas passadas firmes e carregadas de raiva.

— Você parece abalada, querida — Emeline traga um cigarro, pendendo a cabeça com um sorriso entre seus lábios.

— Eu perdi os meus poderes! EU PERDI OS MEUS PODERES!

— Você não perdeu os seus poderes, Lexi — a bruxa diz suavemente, sem ocultar seu sorriso. — O que a Morte lhe concedeu permanece em você. A diferença é que agora você o divide com Clarissa e Sophia...

— EU NÃO QUERO DIVIDIR MEU PODER — berro a plenos pulmões, derrubando livros de uma prateleira qualquer dentro da biblioteca.

A sala abarrotada de livros e computadores possui um telão e um painel de controle. Consigo acessar a arma da Liga da Justiça por ali, e a ideia de atacar Gotham neste exato momento é tão tentadora...

Emeline vira meu rosto para ela, encarando-me.

— Querida, você precisa compreender que essa é a esperança deles. Você deixa que uma esperança se instale — Ela instrui, caminhando ao meu redor. — E em seguida a destrói. Você está com a vantagem. Ainda pode matar muita gente, sem que Clarissa e Sophia consigam ressuscitar facilmente. Elas não têm o mesmo controle que você.

Meu coração se acalma, e consigo raciocinar melhor. Ela tem razão. Eu tenho o controle.

— Agora, dispare a arma contra Gotham — Emeline sorri maliciosamente. — Isso será mais um atraso para eles. Enquanto tentam impedir que uma cidade inteira pereça você consegue dominar o resto. Saiba jogar, minha querida.

Bruce Wayne está em Gotham agora, com Selina Wayne. O espírito vingativo toma conta de mim, como uma labareda prestes a incendiar tudo ao seu redor. A ideia de Clarissa Wayne sofrer tanto quanto eu sofri durante toda minha trajetória é maravilhosa. Eu quero vê-la chorar mais. Quero vê-la se destruir. Então assim conseguirei pisotear sua existência como a de um verme.

Minha mão paira sobre um botão do painel. Continuo com os olhos fixos no telão, ouvindo a voz do Coringa enquanto Bruce Wayne chora por Clarissa, observando fotos antigas. Ah, aquele palhaço me serviu melhor que a encomenda.

E enquanto Bruce revive memórias inúteis das quais jamais participou, Selina mantém uma batalha acirrada contra Hera Venenosa e Arlequina. Sorrio quando meus dedos se direcionam para o botão.

Uma faca me atinge, e emito um grito, virando-me. Clarissa aperta o pescoço de Emeline, e com a outra mão sustenta uma segunda lâmina.

— Bom dia, irmã — a Wayne semicerra os olhos. Meu peito queima de raiva enquanto arranco a faca presa à minha mão. — Pronta para morrer de verdade?